sexta-feira, 19 de março de 2021

Deu na imprensa

 

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ven. 19 mars à 10:54
Fundação Perseu Abramo - Deu na Imprensa
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O diário francês Le Monde traz entrevista de Lula, anunciando que pode vir mesmo a disputar a Presidência do Brasil em 2022. "Não verei problema em ser candidato" – diz. Segundo o correspondente no Rio, Bruno Meyerfeld, e o repórter Nicolas Bourcier, de Paris, o líder petista busca construir um consenso para vencer Bolsonaro no próximo ano. A entrevista ganha destaque na edição impressa, que circula neste sábado, com foto na primeira página e a chamada: Lula pronto para lutar com Jair Bolsonaro

Ao Monde, Lula apela ao presidente Emmanuel Macron. "Desde o início da pandemia, nem o G20 nem o G8 se encontraram para falar sobre o assunto. É urgente! Apelo ao Presidente Emmanuel Macron: chame o G20. Ligue para Joe Biden, Xi Jinping, Vladimir Putin e o resto! Estamos em guerra, é a terceira guerra mundial e o inimigo é muito perigoso! A vacina não deveria ser um produto de mercado como é hoje, mas se tornar um bem comum da humanidade", afirma.

Nas capas dos jornais brasileiros, manchetes diferentes: o agravamento da crise, com o "apagão de insumos" nas UTIs em 18 estados é destaque do Globo, enquanto a Folha opta por um novo dado da pesquisa Datafolha: 79% veem pandemia fora de controle. O medo é recorde. O jornal paulista destaca ainda na capa que 1 a cada 4 mortos hoje no mundo é brasileiro


No Estadão, a manchete vai para a surpreendente alta dos inquéritos movidos contra críticos de Bolsonaro com base na Lei de Segurança Nacional. O número de investigações subiu 285%. Nos jornais pipocam as colunas falando em "intimidação do presidente". Folha e Globo reagem e trazem especialistas e juristas apontando que lei da ditadura usada contra Danilo Gentili, Felipe Neto e deputado pode indicar abuso por parte do governo. Valorressalta na manchete principal que a alta de juros e a fraca atividade econômica pioram a situação das empresas. O risco é de quebradeira.

Nas revistas, a piora da pandemia é manchete de Carta CapitalIstoÉ e Veja. A revista de Mino Carta relata que o Brasil virou Campeão mundial, quebrando recorde de mortes. E destaca que a troca no comando do Ministério da Saúde não muda nada. IstoÉ chama Bolsonaro de O inominável. Diz que o presidente enfrenta uma "tempestade perfeita"  e que ele se tornou "o mais perverso mandatário da história". Para a semanal, ele perdeu as condições de governabilidade. Veja, por sua vez, fala que o governo fracassou e que só há uma receita para o país: vacinação em massa e aprovação de reformasÉpoca traz o Centrão pressionando Bolsonaro por mais espaço.


Toda a imprensa repercute a morte do senador Major Olímpio (PSL-SP), vítima de Covid aos 57 anos. A doença se espalha por Brasília e faz Congresso ensaiar pressão a Bolsonaro. Segundo o El País, a Câmara já registrou 21 mortes e parte dos ministérios se recusa a responder levantamento do jornal. Pressionado, Arthur Lira suspende trabalho presencial de servidores.  

Jornais apontam que a escassez de oxigênio preocupa estados e municípios. A edição brasileira do El País alardeia que São Paulo, cidade mais rica do Brasil, está em "situação de guerra" sem remédio e leitos. A capital paulista sofreu ontem a primeira morte de um paciente de 22 anos na fila por um leito de UTI. Os estoques de sedativos e bloqueadores musculares só devem durar 20 dias. Hospitais privados enfrentam superlotação de UTI e dificuldade para expandir vagas.

De volta à crise sanitária, Reuters distribui a informação de que o Brasil registrou ontem o segundo dia mais letal na pandemia: com 2.724 mortesAssociated Press produziu reportagem mostrando que a campanha de vacinação brasileira não deslancha e está enfrentando enormes desafios em comunidades remotas. O material faz um relato sobre o drama dos brasileiros que vivem em Cavalcante, no interior de Goiás, onde há uma comunidade quilombola. O material é replicado pelo Washington Post

Enquanto isso, para atacar isolamento, Bolsonaro faz declarações falsas sobre OMS, atestados de óbito e STF. Em sua live ontem de noite, transmitida em redes sociais, o presidente da República imitou uma pessoa asfixiada por falta de ar. Foi dantesco. A repercussão na imprensa deve ser grande. Brasil 247 e revista Fórum destacam em manchete principal.

Folha reporta que a Justiça autorizou o governo Bolsonaro a manter celebração do golpe de 1964 como 'marco da democracia'. A deputada Natália Bonavides (PT-RN) já recorreu da decisão.

Na imprensa internacional, o assunto do dia – e manchete do New York Times – é a decisão do governo Biden de enviar 4 milhões de doses da vacina AstraZeneca para o México e Canadá. O negócio marcaria seus primeiros embarques de vacinas de Covid-19 para outros países. O Financial Times também dá chamada na primeira página. Segundo o jornal americano, o anúncio foi feito em um momento em que o governo Biden pressionava discretamente o México para intensificar seus esforços para limitar o fluxo de migrantes.

Vale a leitura da reportagem da semanal inglesa The Economist, apontando que a relação entre Brasil e EUA mudou. Os presidentes Joe Biden e Jair Bolsonaro estão se enfrentando na Amazônia. Pela primeira vez, as relações entre os dois países dependem da floresta. O governo americano vai pressionar o Brasil a mudar sua política ambiental. "A diplomacia americana sob o comando de Biden tentará persuadir Bolsonaro a não permitir que isso aconteça. Esta é talvez a primeira vez que uma grande relação bilateral enfoca as árvores", diz a revista.

 

AS MANCHETES DO DIA

REVISTAS

Carta Capital: Campeão mundial. O Brasil é recordista de mortes por Covid. Na saúde, sai um general, entra um médico. Nada muda

Época: União estável. O que a queda de Pazuello revela sobre o poder do Centrão e a frágil relação entre Bolsonaro e sua base aliada 

IstoÉ: O inominável. Bolsonaro enfrenta uma tempestade perfeita ao levar caos à Saúde, desestabilizar a economia e patrocinar o fim da Lava Jato. A escalada assustadora de mortos (quase 300 mil) provocada por sua negligência, o transforma no mais perverso mandatário da história. Ele perdeu as condições de governabilidade.

Veja: Doente e mais pobre. Na saúde, o país bate recordes diários de mortes pela Covid-19, tornando-se o epicentro mundial da pandemia. Na economia, o dólar alto e a falta de investimentos nos fazem despencar no ranking de maiores nações do planeta. Diante de tal quadro, só há uma receita: vacinação em massa (rápida) e a aprovação de mais reformas


JORNAIS

Folha: 79% veem pandemia fora de controle

Estadão: Inquéritos com base na Lei de Segurança Nacional sobem 285% 

O Globo: Lotadas, UTIs caminham para apagão de insumos  

Valor: Alta de juros e atividade fraca pioram situação de empresas

El País (Brasil): São Paulo, cidade mais rica do Brasil, em "situação de guerra" sem remédio e leitos


PORTAIS

BBC Brasil: Exclusivo: 80% dos intubados por covid-19 morreram no Brasil em 2020

UOL: No exterior, governo tenta vender imagem de êxitos contra a covid

G1: PF prende hacker suspeito do maior vazamento de dados do Brasil

R7: Governo federal endurece regras e novo auxílio emergencial só chegará a quem já recebia em 2020


BLOGOSFERA

Luís Nassif: Para entender a necropolítica de Bolsonaro

Tijolaço: Mercado 'comeu' aumento de juros sem dar refresco no dólar

Brasil 247: Bolsonaro tem atitude monstruosa e ironiza brasileiros que morrem com falta de ar

DCM: Morte de auxiliar direto de Bolsonaro leva pânico ao Palácio

Rede Brasil Atual: Pandemia expõe que parcela da população é homofóbica e genocida, diz economista

Brasil de Fato: Governo Bolsonaro atua para forjar apoio popular à mineração em terras indígenas

Ópera Mundi: França decreta lockdown para conter avanço da 'terceira onda' da covid-19

Vi o Mundo: Estrella: Sob ocupação estrangeira, Brasil é laboratório neoliberal de Guedes para fundos de investimento

Fórum: Bolsonaro imita pessoa com falta de ar em live enquanto Brasil vive colapso e falta de remédios

Poder 360: Quase metade das internações em UTIs por covid não é de idosos


INTERNACIONAL

New York Times: EUA enviarão doses ao sul da fronteira em passo estratégico

Washington Post: Assassinatos podem testar a lei de crimes de ódio da Geórgia

WSJ: NFL fecha novos acordos de mídia no valor de mais de US$ 100 bilhões

Financial Times: Cameron fez lobby para que o Greensill tivesse acesso aos esquemas de empréstimo da Covid

The Guardian: Boris Johnson enfatiza a segurança da vacina Covid à medida que as tensões com o NHS se espalham

The Times: Chefes de saúde confirmam que vacina da Oxford é segura para uso

Le Monde: Confinamento: A aposta de uma 'terceira via'

Libération: Reconfinamento. Droga, um mês...

El País: Pablo Casado bendiz o transfuguismo para reconstruir a direita

El Mundo: "Se Londres não exporta vacinas à UE, qualquer resposta é possível"

Clarin: Berni ecoa o segundo de Frederic e qualifica a ministra de "inoperante"

Página 12: Os invisíveis

Diário de Notícias: Sismo em Lisboa. "Estamos em cima de um barril de pólvora que um dia vai arrebentar"

Público: Quem recusar vacina da AstraZeneca vai para o fim da fila da vacinação

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Um ano depois, nada acabou

Süddeutsche Zeitung: É hora de uma expulsão do partido

The Moscow Times: Coronavírus na Rússia: Mortes ultrapassam 90 mil. Vacinação em massa

Global Times: Diplomatas chineses dão vigorosos contra-ataques aos condescendentes representantes dos EUA

Diário do Povo: Alto funcionário chinês diz aos EUA para parar de interferir e evitar confronto

 
 

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