No auge da pandemia e com hospitais em colapso, Bolsonaro imita pessoa com falta de ar para atacar Mandetta
Gesto do presidente ao simular pessoa com falta de ar gerou intensa repercussão negativa
Horas antes, Bolsonaro chamou de "imbecil" quem pede aceleração da vacinação no país
No pior momento da pandemia, profissionais da saúde alertam para falta de medicamentos essenciais no combate à Covid-19 em UTIs pelo país
Durante o pior momento da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) simulou uma pessoa com falta de ar para atacar o seu ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta. A "imitação" vem num momento em que o sistema de saúde em todo o país sofre com superlotação de UTIs e até falta de medicamentos necessários para intubação com oxigênio.
“Se você começar a sentir um negócio esquisito lá, você segue a receita do ministro Mandetta [o ex-ministro, seguindo orientação do início da crise sanitária em março de 2020], preconizava que uma pessoa com sintomas aguardasse para buscar ajuda médica]. Você vai para casa, e quando você estiver lá… Ugh, Ugh, Ugh, com falta de ar, aí você vai para o hospital”, disse o presidente, imitando uma pessoa se sufocando. A cena se deu durante uma live semanal do presidente na noite desta quinta-feira (18).
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Esse é mais um gesto de Bolsonaro que gera repercussão negativa em pleno auge da pandemia no país. Também nesta quinta-feira, ele chamou de "imbecil" quem pede uma aceleração da vacinação contra a Covid-19 no país. O Brasil vive uma escassez de imunizantes desde o começo da vacinação no país, com várias capitais sendo obrigadas a paralisar suas campanhas.
Risco de falta de medicamentos
Médicos e entidades da saúde em todo o país alertam para uma potencial crise de desabastecimento de remédios essenciais usados na linha de frente do combate contra a Covid-19 em todo o país, algo que pode ser tão ou mais grave como a crise por falta de oxigênio hospitalar ocorrida em Manaus em janeiro, de acordo com alguns especialistas.
Segundo a BBC Brasil, farmacêuticos que trabalham em hospitais paulistas passaram a relatar ao Conselho Regional de Farmácia (CRF-SP) que estoques de alguns medicamentos cruciais no tratamento de pacientes graves com covid-19 estavam ficando em nível perigosamente baixo. Situação que tem sido relatada e alertada por autoridades em todo o país.
A falta desses medicamentos em um momento de complicação do quadro da Covid-19 pode levar a um aumento ainda maior de óbitos dos pacientes. Nessa semana, o país ultrapassou pela primeira vez a marca de mais de dois mil óbitos diários pela doença
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