domingo, 25 de abril de 2021

Carta Capital

 

24 DE ABRIL DE 2021

Desmoralizado

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tentaram mudar postura, mas não enganaram ninguém

FOTO: MARCOS CORRÊA/PR

Cúpula dos Líderes sobre as Mudanças Climáticas, organizada pelo presidente norte-americano Joe Biden, contou com atualizações chave de metas de redução de carbono de países como Alemanha, Japão e Reino Unido, além dos Estados Unidos, o segundo maior poluidor do mundo.

A China, em contrapartida, manteve os compromissos de buscar a neutralidade climática até 2060 e não atualizou os números para 2030, mas afirmou que o país, o mais poluidor do mundo, reduzirá o uso de carvão na geração de energia.

O encontro, que serviu como uma mesa de discussões prévia à COP 26, a ser realizada em novembro na cidade de Glasgow, Escócia, também contou com a presença do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Tanto o presidente como seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que chegaram ao evento já desmoralizados pelos recordes de desmatamento na Amazônia, buscaram mudar a postura.

No discurso, Bolsonaro retomou a meta estabelecida por Dilma Rousseff em 2015 de atingir a neutralidade de carbono em 2050. Aventou, também, que o governo trabalhará pelo desmatamento zero na Amazônia até 2030 - mas não mostrou, até agora, como fazê-lo. A aposta está no 1 bilhão de dólares dos EUA, cifra que foi levantada como condição, por Salles, para reduzir os índices atuais em 40% ainda este ano.

Para a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o Brasil não está na posição de “chantagear” nenhum país no momento.

"Nós desejamos ter recursos, mas nós temos quase 3 bilhões de reais parados no Fundo Amazônia porque o governo não quer usar para ações que contribuem para reduzir o desmatamento, para demarcar terras indígenas, para viabilizar apoio a atividades sustentáveis.”, afirmou em entrevista a CartaCapital.

Após o evento, em coletiva de imprensa, Salles insistia na ajuda internacional, como se lê abaixo.

 
 
INSISTÊNCIA

Salles pede recursos ‘volumosos’ para reduzir desmatamento no Brasil

Ministro diz ter plano para diminuir os índices no País

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BATE-BOCA

Anitta a Salles: ‘Em vez de trabalhar, fica de gracinha no Twitter. Desgoverno’

Ministro e artista discutiram em uma rede social

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A CPI que ameaça Bolsonaro

Governo tentou manobra para remover Renan Calheiros da relatoria, mas não teve sucesso 

FOTO: JONAS PEREIRA/AGÊNCIA SENADO

O governo do presidente Jair Bolsonaro bem que tentou durante a semana, mas não conseguiu acabar com o acordo que coloca o senador Renan Calheiros (MDB-AL)  como relator da CPI da Covid, que irá investigar ações e omissões da gestão federal durante a pandemia.

Sem sucesso na manobra, muito provavelmente Bolsonaro terá um opositor em um dos cargos mais relevantes da comissão, que inicia os trabalhos na próxima terça-feira 27.

Em conversa com CartaCapitalo alagoano acusou o Planalto de tentar “politizar a investigação”.

“Eles não conseguirão [politizar]. Faremos uma investigação eminentemente técnica e nosso único inimigo é a pandemia. A sociedade apoia a CPI e ela tem especificidades”, declarou o senador, que acrescentou: “Muita coisa está postada, confessada, testemunhada, produzida e comprovada”.

Em um recado mais duro a Bolsonaro, Renan setenciou: “Nada nos deterá no cumprimento do nosso papel, não adianta”.

Enfraquecido, o governo desistiu da mudança. O provável presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou a CartaCapital que, se eleito, o relator será Renan.

 

 


 

 
 

Moro, o parcial, perde de novo

Sete ministros votaram para referendar o entendimento da 2ª Turma; apenas Edson Fachin e Luís Roberto Barroso tentaram anular a suspeição

LULA E SERGIO MORO. FOTOS: RICARDO STUCKERT E NELSON ALMEIDA/AFP

Quando condenou o ex-presidente Lula, divulgou trechos da delação do ex-ministro Antonio Pallocci às vésperas da eleição de 2018 e aceitou o cargo de ministro da Justiça no governo de Bolsonaro, o ex-juiz Sergio Moro se imaginava um héroi.

Quase quatro anos depois da condenação no caso triplex, o Supremo Tribunal Federal confirmou que Moro foi parcial contra Lula.

Diferente do apoio que contava em outros momentos, o que se viu desta vez foram pequenos acenos ao ex-ministro que parece rumar ao ostracismo.

De héroi, Moro virou o vilão que colaborou com a chegada de Bolsonaro ao poder.

No STF, sete dos onze ministros confirmaram a determinação da Segunda Turma: Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber. Edson Fachin e Luís Roberto Barroso defenderam a reversão da decisão.

Na reta final do julgamento, o decano Marco Aurélio Mello pediu vista e adiou a conclusão do julgamento. Além dele, deve votar o presidente do tribunal, Luiz Fux.

A Corte também decidiu que a Justiça Federal no Distrito Federal é a responsável pelos casos envolvendo o ex-presidente na Lava Jato.

Desta vez, espera o petista que deve concorrer às eleições de 2022, com um juiz imparcial.

Após a decisão, houve fortes reações.

 


 

 
 
ALIADOS

‘Conclusão: Moro fraudou a eleição de 2018’, diz Haddad; veja reações

'Moro foi juiz suspeito e Lula é inocente', afirmou o petista

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DEFESA

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