Sobre Lula, jornais estrangeiros como Le Monde e Clarín destacam a decisão do STF confirmando a anulação das condenações impostas a Lula pelo ex-juiz Sérgio Moro. Lula. O diário francês registrou a reação de Bolsonaro: "'Com essa decisão do STF, Lula é candidato', disse o presidente da extrema direita, dando a entender que a população deveria se preocupar com o 'futuro do Brasil' se o ícone da esquerda voltasse ao poder". Clarín destaca que "Lula da Silva e Jair Bolsonaro enfrentam eleições presidenciais de 2022 no Brasil".
Valor noticia a declaração do ex-premier espanhol José Luiz Zapatero, comemorando a decisão do STF. O retorno de Lula a um plano político maior catalisa um processo de integração entre dirigentes latino-americanos que ficou paralisado desde a sua saída de cena. "O preço foi altíssimo. A América Latina não tem condições de resolver situações conflitivas pela via pacífica sem a presença forte do Brasil. Não há de ser a Noruega que vai mediar um conflito entre Colômbia e Venezuela, por exemplo", disse. Zapatero destaca o papel do ex-ministro Celso Amorim – "é o chanceler de todos nós, uma referência".
Ainda sobre a sucessão brasileira, a busca desesperada dos jornais por uma força política que possa impedir a polarização entre Lula e Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022 leva O Globo a lançar um novo balão de ensaio como nome do centro. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) surge como possível candidato à Presidência da República. O nome dele é aventado pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo.
Folha destaca que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco é estimulado a entrar na corrida ao Planalto, enquanto o DEM negocia com Ciro Gomes. O ex-ministro tem discutido com ACM Neto terceria via para contrapor a polarização entre Bolsonaro e Lula. Eles teriam se reunido durante cinco horas.
No domingo, Ciro surgiu a ocupar uma página do Globo, na qual declara: 'Eu viajaria a Paris no 2º turno com mais convicção. PT nunca mais'. O ex-ministro projeta cenário em que Bolsonaro ficaria fora do segundo turno, diz que Lula descumpre a palavra por conveniências eleitorais e vê pouca chance de aliança com PSDB. A entrevista repercute na mídia alternativa.
Já o Estadão destaca o humorista Danilo Gentilli como força política e possível candidato ao Palácio do Planalto. A entrevista do comediante é risível: "Os políticos temem que a minha candidatura seja levada a sério". Ele afirma que entrar na política seria 'um sacrifício' para ele, mas não descarta a sua participação nas eleições de 2022 como candidato à Presidência.
Painel da Folha noticia que FHC, Doria, Rodrigo Maia, Ciro Gomes, Flávio Dino e Boulos são convidados por centrais sindicais para 1º de Maio. O governador de São Paulo e político do PSOL ainda não confirmaram presença. A ideia é ter uma frente democrática de oposição a Bolsonaro. As centrais sindicais convidaram políticos de centro para o ato virtual unificado do 1º de Maio. "Os petistas Lula e Dilma costumam marcar presença", informa a coluna.
Na economia, O Globo informa que o governo mudou as regras para leiloar áreas do Pré-Sal "encalhadas" até o fim do ano. O próximo leilão terá revisão de bônus e valor definido de indenização à Petrobras. Licitação vai reforçar o caixa da União. O jornal diz que "objetivo é dar mais previsibilidade e segurança para os investidores para garantir o sucesso da licitação".
Um dos mais ambiciosos é com o MEC, para o lançamento de uma série de cem livros chamada "Coleção Pensadores do Brasil". Entre os primeiros livros editados estão "Geopolítica e poder", do general Golbery do Couto Silva, figura de destaque da fase final da ditadura militar, além de um título que fala sobre "a Amazônia e a cobiça internacional".
Os jornais New York Times e Le Monde informam que o mundo ultrapassou a marca de 3 milhões de mortos no sábado. A foto que ilustra a matéria é a de um cemitério em São Paulo. Mais de 100.000 pessoas morreram de Covid-19 na França. A taxa de mortalidade segue aumentando em Michigan. Cemitérios em algumas cidades indianas estão transbordando de cadáveres.
"E à medida que os Estados Unidos e outras nações ricas correm para vacinar suas populações, novos focos surgem em partes da Ásia, Europa Oriental e América Latina", relata. "O ritmo global de mortes também está acelerando. Depois que o coronavírus emergiu na cidade chinesa de Wuhan, a pandemia ceifou um milhão de vidas em nove meses. Demorou mais quatro meses para matar seu segundo milhão e apenas três meses para matar mais um milhão".
Na edição online desta segunda, na página de opinião, artigo de Vanessa Bárbara traz o relato de como está a situação no país. "Minha filha e eu estamos presos na tragédia do Brasil", escreve. "Passamos nossos dias vigiando ambulâncias, enquanto a Covid-19 percorre o país". O texto mostra a responsabilidade do governo diante da tragédia. "Desde que o vírus chegou ao Brasil em março do ano passado, nunca tivemos um bloqueio adequado, regional ou nacionalmente", observa. "Enquanto governadores de estados e prefeitos de cidades tentaram instituir algumas restrições, o presidente Jair Bolsonaro defendeu consistentemente a livre circulação de pessoas - e, consequentemente, o vírus".
O inglês The Guardian publica reportagem mostrando que a polícia mata centenas de pessoas no Rio de Janeiro apesar da proibição judicial de invasões em favelas. O estado brasileiro viu quase 800 mortes causadas pela polícia em nove meses, com comunidades pobres da cidade invadidas quase diariamente. Entre junho de 2020 e março de 2021, 797 pessoas foram mortas no estado do Rio, 85% na cidade do Rio e região metropolitana.
INTERNACIONAL
No cenário internacional, o New York Times destaca em manchete de capa que novas leis de reforma da polícia se espalham pelos Estados Unidos. Mas questiona: são suficientes? De acordo com o jornal, os estados aprovaram mais de 140 projetos de lei de supervisão da polícia desde o assassinato de George Floyd, aumentando a responsabilização e reformulando as regras sobre o uso da força. Mas os apelos por mudança continuam.
A aposentadoria de Raúl Castro do Partido Comunista também ganha destaque na imprensa estrangeira. O Wall Street Journal reporta que a saída de Castro de cena marca o fim de uma era. "Espera-se que o presidente de 89 anos seja substituído pelo presidente Miguel Díaz-Canel, que deve atender às demandas de reforma à medida que aumentam a escassez de alimentos e o descontentamento", informa.
O Financial Times destaca em reportagem na edição desta segunda-feira a previsão de crescimento vigoroso do Chile. "Presidente do Chile prevê forte crescimento com base no impulso da vacina", diz a manchete. "Sebastián Piñera espera que a economia cresça 6% este ano, apesar do aumento nos casos da Covid". Segundo o jornal, cerca de 90 por cento dos chilenos receberam a vacina CoronaVac de Sinovac. "Um estudo em larga escala do Ministério da Saúde divulgado na sexta-feira disse que a vacina chinesa se mostrou 67 por cento eficaz na prevenção da infecção sintomática mais de duas semanas após a segunda dose, embora sua eficácia após uma a dose era muito menor", informa.
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