domingo, 22 de agosto de 2021

Carta Capital

 

O
21 DE AGOSTO DE 2021

Amigo leitor,

O presidente Jair Bolsonaro cumpriu a promessa e levou ao Senado o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O capitão sabe que as chances de uma ação dessa natureza prosperar são mínimas, mas ainda assim escolhe esticar a corda.

Encurralado, Bolsonaro percebeu que as investigações da Corte rumam em direção a ele e aos seus filhos, supostamente envolvidos em disseminação de fake news.

A tendência, portanto, é que o presidente apele novamente para as ameaças de ruptura democrática. As mesmas que, de tão repetidas, ninguém mais leva a sério.

Nesta newsletter, também trataremos da catastrófica saída dos EUA do Afeganistão. Boa leitura.


 

Encurralado

Instituições reagem à altura e enquadram o presidente e aliados

 FOTO: EVARISTO SA / AFP

O presidente Jair Bolsonaro reagiu e, na última sexta-feira 20, levou ao Senado Federal o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A ação chega uma semana depois do magistrado determinar a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e no mesmo dia em que autorizou a Polícia Federal a cumprir mandados de busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula

O que pode parecer uma reação é, para o cientista político Vitor Marchetti, um mecanismo de defesa do presidente para proteger os familiares.

“Levar essa tensão para dentro do Senado em um momento delicado me parece apenas uma estratégia de tentar blindar uma possível prisão do seu filho [o vereador Carlos Bolsonaro] que está também no inquérito que investiga a disseminação de fake news", disse o professor em entrevista a CartaCapital.

"Isso pode ter chegado nos núcleos familiares fazendo com que ele tenha que se mexer mesmo que com custo alto”, acrescentou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já declarou que não considera “recomendável” avançar na discussãoOutros parlamentares disseram que o destino do pedido de impeachment é o arquivamento.

De acordo com Renan Calheiros (MDB-AL), “o ataque é a gota d’água para os democratas”. “Não há diálogo com quem só ambiciona o confronto”.

"Cuide dos problemas reais do País e não fique arranjando mais problemas do que o nosso povo já tem", escreveu Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Bolsonaro parece mesmo ter motivos para se preocupar. Nesta semana, o corregedor Luiz Felipe Salomão, do TSE, ordenou que as redes sociais bloqueiem a verba de canais bolsonaristas.

A CPI da Covid aprovou a quebra de siligos de  apoiadores do presidente e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR)

Já a Polícia Federal concluiu que blogueiros bolsonaristas usam as redes sociais em um método de comunicação utilizado por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, na eleição dos EUA em 2016.

As investigações avançam em diferentes frentes e faz o presidente elevar o tom do golpismo. Ele confirmou que deve participar dos atos de rua no dia 7 de setembro

Com rejeição recorde e perdendo eleitor para o ex-presidente Lula, Bolsonaro resolveu esticar a corda mesmo sabendo que ela normalmente arrebenta do lado mais fraco.  Hoje, indiscutivelmente, esse lado é o seu.

 
REAÇÃO

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ESTUDO

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Estava escrito

EUA abandonam o Afeganistão e deixam população à própria sorte

Passados 20 anos de ocupação norte-americana no Afeganistão, os conflitos no país asiático permanecem exatamente como há duas décadas.

A Guerra ao Terror deixou como legado um Taleban fortalecido que retomou o poder logo após o presidente afegão deixar o país.

"A ingerência e a prepotência de Washington não só mantiveram vivas organizações como o Taleban e a Al-Qaeda, como também estimularam o surgimento de novos e mais violentos grupos, a começar pelo Estado Islâmico", escreveu o redator-chefe Sergio Lirio.

O colunista Glenn Greenwald afirmou que, se há algo a aprender com o que acontece em Cabul, é que não se pode confiar em informações oriundas das autoridades americanas.

As notícias já dão conta de assassinatos e perseguições e as imagens de pessoas caindo de aviões chocam.

"O Tio Sam fracassou", sentencia CartaCapital, o veículo que, neste mês, chega aos 27 anos como a maior referência do jornalismo progressista do Brasil.

 

 

 

A pandemia não acabou. Use máscaras, lave as mãos e, se puder, fique em casa. Vamos sair dessa.

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