O presidente Jair Bolsonaro reagiu e, na última sexta-feira 20, levou ao Senado Federal o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A ação chega uma semana depois do magistrado determinar a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson e no mesmo dia em que autorizou a Polícia Federal a cumprir mandados de busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula. O que pode parecer uma reação é, para o cientista político Vitor Marchetti, um mecanismo de defesa do presidente para proteger os familiares. “Levar essa tensão para dentro do Senado em um momento delicado me parece apenas uma estratégia de tentar blindar uma possível prisão do seu filho [o vereador Carlos Bolsonaro] que está também no inquérito que investiga a disseminação de fake news", disse o professor em entrevista a CartaCapital. "Isso pode ter chegado nos núcleos familiares fazendo com que ele tenha que se mexer mesmo que com custo alto”, acrescentou. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já declarou que não considera “recomendável” avançar na discussão. Outros parlamentares disseram que o destino do pedido de impeachment é o arquivamento. De acordo com Renan Calheiros (MDB-AL), “o ataque é a gota d’água para os democratas”. “Não há diálogo com quem só ambiciona o confronto”. "Cuide dos problemas reais do País e não fique arranjando mais problemas do que o nosso povo já tem", escreveu Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Bolsonaro parece mesmo ter motivos para se preocupar. Nesta semana, o corregedor Luiz Felipe Salomão, do TSE, ordenou que as redes sociais bloqueiem a verba de canais bolsonaristas. A CPI da Covid aprovou a quebra de siligos de apoiadores do presidente e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Já a Polícia Federal concluiu que blogueiros bolsonaristas usam as redes sociais em um método de comunicação utilizado por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, na eleição dos EUA em 2016. As investigações avançam em diferentes frentes e faz o presidente elevar o tom do golpismo. Ele confirmou que deve participar dos atos de rua no dia 7 de setembro. Com rejeição recorde e perdendo eleitor para o ex-presidente Lula, Bolsonaro resolveu esticar a corda mesmo sabendo que ela normalmente arrebenta do lado mais fraco. Hoje, indiscutivelmente, esse lado é o seu. |
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