"Bolsonaro está esticando a corda para fazer o 7 de Setembro ser o ponto de não retorno, e temos pouco anteparo para evitar que isso aconteça". A declaração é do sociólogo Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista a CartaCapital. O especialista teme a adesão de policiais militares aos eventos. O assunto também preocupa governadores, que alertam para o risco de motins nas forças de segurança. Em São Paulo, coroneis da reserva e da ativa defenderam a participação de PMs nos atos. “Liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou”, bradou o coronel Aleksander Lacerda nas redes sociais. Ele comandava forças policiais em 78 municípios paulistas, o que representa cerca de 5 mil agentes. Terminou afastado pelo governador João Doria. Policiais militares não podem comparecer a manifestações como essa. O regulamento da Polícia Militar veda a participação ou promoção de atos político-partidários por parte dos seus integrantes. Não há clareza sobre a dimensão do apoio dos PMs ao presidente. O que se sabe é que a adesão não é total. Também nas redes sociais, o tenente-coronel da reserva da Polícia Militar Paulo Ribeiro alertou colegas de farda para que não caiam ‘num canto da sereia’. “Chega de sermos massa de manobra", afirmou. Para ele, ao contrário do que muitos dizem, o apoio ao presidente não represente 80% da corporação. “Esse pessoal indisciplinado é pouco, mas é barulhento." Já o ex-comandante da Polícia Militar Glauco Carvalho classificou Bolsonaro como a pessoa mais ‘despreparada’ para ocupar função pública ou militar. “Servi dentro do Exército por três anos como oficial de ligação da Polícia Militar de São Paulo. Havia uma grande ojeriza ao capitão Bolsonaro. Não entendo o que aconteceu nesses 25 anos, pois se há uma pessoas despreparada para o exercício da função política e para a função militar, essa pessoa é Jair Bolsonaro", disse. O feriado nacional dará a dimensão do que ainda resta de sustentação ao presidente: se uma quantidade capaz de fazer Bolsonaro incentivar uma guerra civil, como alertou o governador Flávio Dino, ou se o público fiel é muito reduzido, como sustenta a cientista política Carolina de Paula. |
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