terça-feira, 24 de maio de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares- nº 966

 


 

 

 


Enquanto o inepto anda de motocicleta e jet ski...

O Brasil tem a 4ª maior inflação entre os países que compõem o G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e da União Europeia. Em abril, a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que acumulou 12,13% em doze meses, de abril do ano passado a abril deste ano, ficou atrás apenas dos índices da Turquia (69,9%), Argentina (58,0%) e Rússia (17,8%).

Se forem levadas em consideração apenas as 6 maiores economias da América Latina, o Brasil sobe para na 3ª posição do ranking, atrás só da Venezuela (172%) e da Argentina (58,0%).

Em um excelente artigo publicado em seu site, o MST escreve: “Não culpe a pandemia e a guerra pela inflação dos alimentos no Brasil”. E esclarece que “a justificativa de que a alta dos preços é um fenômeno global vem sendo repetida à exaustão pelo governo do demente, reverberada por seus apoiadores e também por boa parte da imprensa brasileira. Mas é possível culpar a pandemia, o comportamento das commodities e a guerra na Ucrânia pelo descontrole da inflação dos alimentos no Brasil?”

O que a cenoura, a batata, as frutas, a carne, o açúcar, o óleo de soja e o café produzidos e consumidos aqui têm a ver com isso? Como explicar uma inflação que parece fora de controle no país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo? Em 16 anos, os alimentos acumulam alta de 230%, bem acima dos 141,5% registrados pelo IPCA neste mesmo período.

Embora tenha impactado os preços por aqui, o cenário internacional não dá conta de explicar características próprias da inflação brasileira. A dinâmica de formação dos preços dos alimentos está relacionada, em grande medida, a fatores internos.

Política cambial, primarização do comércio exterior, desindustrialização, saldo da balança comercial, concentração de terra e mercado de commodities podem soar como um balaio sortido de um economês incompreensível para a maioria das pessoas.

Mas é o conjunto desses fatores e a interrelação entre eles que impacta, direta ou indiretamente, o preço e a disponibilidade da comida que chega na mesa. Ou seja, o buraco é bem mais embaixo. E, sem entender esse buraco, não há como sair dele. Aliás, no curto prazo não há nada no horizonte que permita ter otimismo quanto ao fim desse ciclo inflacionário.

Vejamos alguns motivos dos alimentos estarem tão caros. 1) o insano não se preocupou em fazer os chamados “estoques reguladores” que todos os governos fazem. É muito comum o governo federal comprar parte da produção agrícola de produtos como grãos, café, arroz, milho e manter em estoque. “Em períodos em que há falta ou por alguma disfunção no mercado os preços sobem, o governo intervém vendendo seus estoques para equalizar o preço”.

2) o ex-capitão demente não retomou a ajuda ao pequeno agricultor familiar, quando sabemos que eles são os responsáveis por uma grande parcela dos produtos da alimentação diária do brasileiro. Desde o governo do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP), a agricultura familiar vem sofrendo com o desmonte de políticas de fomento ao setor. As dificuldades vão desde a política de crédito até a comercialização dos produtos.

3) o inepto não conteve e até incentivou o avanço da monocultura de alimentos, protegendo o agronegócio que prioriza a produção de determinados produtos – grãos como a soja, o arroz, o feijão – como commodities e não sob o conceito de segurança alimentar. Esses produtos são direcionados à exportação em situações como a que vivemos hoje, de dólar alto e o mercado brasileiro sofre com a escassez de alimentos, potencializada pela falta de políticas voltadas à agricultura familiar.

Mas, vejam o absurdo! Qualquer companheira e companheiro que entrar em um mercado, hoje, vai ver que tudo está com preços nas alturas e subindo diariamente. Mas o governo acha que está melhor.

O “sinistro” da Economia, Paulo Guedes, ignorou a alta da inflação, que chegou a 12% nos últimos doze meses fechados em abril, e afirmou que o Brasil “já saiu do inferno” provocado pela alta dos preços.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de abril subiu 1,06%, maior índice para o mês desde 1996. No acumulado anual, o IPCA acumula alta de 4,29% e de 12,13% nos últimos 12 meses.

Guedes também ignorou os dados produzidos pela sua própria pasta. Na quinta-feira (19), a Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao próprio Ministério da Economia, anunciou uma piora nas projeções da inflação para este ano ao elevar o índice de 6,55% para 7,90%.

Os efeitos são claros. Tudo mais caro e salários arrochados, o resultado é este. Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que quatro em cada 10 brasileiros adultos (38,45%) estavam negativados em abril de 2022 – o equivalente a 61,94 milhões de pessoas. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 5,59% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos as 27 UFs, a CNDL e o SPC Brasil informam que a variação anual observada em abril deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de devedores cresceu 0,46%.

Em relação à evolução do número de dívidas no Brasil, o indicador aponta que em abril de 2022, este número teve crescimento de 9,89% em relação ao mesmo período de 2021. O dado observado em abril deste ano ficou abaixo da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de dívidas apresentou alta de 0,85%.

Na análise por faixa etária, a maior concentração de inadimplentes está no intervalo de 30 a 39 anos. São 15,36 milhões de pessoas nesta faixa etária registradas em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 44,89% da população nesta faixa etária.

Cada negativado deve, em média, R$ 3.518,84. Mais da metade das dívidas são com bancos. Quase quatro em cada 10 consumidores (35,72%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 50,95% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Só louco! O demente e seu ministro insistem em privatizar a Eletrobras. Mas vejamos alguns dados muito importantes.

Durante a semana, a Eletrobras anunciou ter obtido lucro líquido de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O resultado, divulgado ontem, é 69% superior ao mesmo período de 2021 e foi impactado positivamente pelo aumento de 12% da receita bruta, e também pelo desempenho financeiro da companhia, com destaque para o efeito positivo da variação cambial.

A receita operacional líquida apresentou crescimento de 12%, influenciada pelo reajuste de contratos bilaterais e das receitas de transmissão, aumento das tarifas fixas de Angra I e II e melhor performance da UTE Candiota III. A redução da dívida líquida da companhia em 4,6% é outro ponto positivo do trimestre, mantendo a relação dívida líquida/Ebitda recorrente igual a 1, reforçando o foco da empresa em disciplina financeira e liquidez, encerrando o trimestre com um caixa consolidado de R$ 15 bilhões.

O que sabemos é que a privatização de empresas do setor energético tem sido danosa. A insana proposta de privatização da Eletrobras faz uma verdadeira rifa do patrimônio público construído pelo povo brasileiro, em área estratégica para a integração e o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

O processo de privatização da Eletrobras começou por uma “Medida Provisória”, apresentada pelo Executivo ao Legislativo durante a pandemia, impossibilitando a necessária participação popular, tendo em vista que a Eletrobras foi construída como dinheiro do povo, inclusive mediante contratação de onerosíssimas dívidas externas e internas que foram pagas pelo povo. Não houve uma audiência pública sequer durante a tramitação da malfadada MP 1.031/2021. A sociedade não foi ouvida e somente interesses do mercado financeiro estão imperando!

O modelo de privatização aprovado na questionável Lei 14.182/2021 é um abuso descomunal ao patrimônio público nacional e ao povo brasileiro, pois essa privatização está condicionada a 22 novas concessões, sem licitação, quase todas já totalmente amortizadas; condicionada a compromisso estatal de contratação de geração de termelétrica a gás nas regiões Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste que sequer existem e demandarão onerosos investimentos (que recairão sobre o povo); e condicionada à descotização, alterando-se o regime de cotas, mediante o qual as usinas comercializam energia ao preço médio de R$ 60 por MWh, menos de 1/4 do preço praticado no mercado, que chega a superar R$ 250 atualmente e poderá aumentar muito mais com essa privatização.

O risco de apagão no fornecimento de energia é iminente, pois o setor privado quer seus lucros distribuídos e não abre mão destes para investimentos, como assistimos atualmente na Petrobras, distribuindo lucro de mais de R$ 100 bilhões a acionistas e, ao mesmo tempo, vendendo ativos estratégicos como as refinarias, entre outros. Adicionalmente, onde o controle das companhias de energia elétrica passou para o setor privado, os apagões passaram a ser uma constante, como ocorreu no Amapá e outras regiões como Goiás, Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Piauí e Alagoas. Em todos esses, a obtenção de elevado lucro passou a ser a prioridade, enquanto a população amarga com o descaso na prestação do serviço privatizado, os aumentos abusivos nas contas de luz e o sucateamento das empresas que demitem pessoal especializado e competente para contratar mão de obra barata e aumentar seus lucros.

Conclusão: coisa de um demente e seu comparsa neoliberal.

Algum golpe novo do Biden? O governo da Venezuela confirmou na terça-feira (17) que os EUA pretendem suspender algumas das sanções impostas nos últimos anos à Venezuela, autorizando empresas de petróleo a retomar as operações no país latino-americano.

De acordo com a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, a gestão de Nicolás Maduro confirmou as informações, afirmando que o país “espera que essas decisões abram caminho para a revogação total das sanções ilegais que atingem todo o nosso povo”.

Aludindo ao processo de recuperação econômica do país em meio a sanções coercitivas e unilaterais, Rodríguez observou que as autoridades do Executivo continuarão promovendo políticas com seu próprio esforço e, ao mesmo tempo, denunciando os impactos que o bloqueio trouxe aos venezuelanos.

Washington e Caracas romperam relações diplomáticas em 2019, quando o governo de Donald Trump definiu a reeleição de Maduro como fraudulenta e reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como chefe de Estado interino da Venezuela.

Na segunda-feira (16), Biden anunciou o restabelecimento de voos para Cuba e a eliminação dos limites de remessas, medidas que foram descritas pelo governo da ilha como “positivas, mas de alcance muito limitado”. 

Barbas de molho… Washington está disposto a suspender algumas restrições aplicadas a Caracas, mas não vai abandonar sua política baseada em sanções.

De acordo com declarações de autoridades estadunidenses a várias mídias, os EUA vão continuar exercendo “pressão máxima” sobre a Venezuela por meio de sanções, tal como fez o anterior presidente americano, embora as restrições possam ser aliviadas sob certas condições.

O governo Biden tem manifestado a disposição de reduzir algumas sanções a Caracas caso o país concorde em se reunir com líderes da oposição, mas a política geral de Washington deve permanecer a mesma, disseram autoridades não identificadas citadas pelo Miami Herald, McClatchy e Reuters nesta terça-feira (17).

Embora a nação latino-americana tenha a maior reserva de petróleo do mundo, sua produção atual fica em torno de apenas 600.000 barris por dia e é fortemente limitada pela falta de investimento estrangeiro, em parte, graças às sanções dos EUA. Um possível acordo com a Chevron, então, pode ser atraente para o governo Maduro, em um país que tem sofrido uma terrível crise econômica que fez com que grande número de residentes deixasse o país em busca de trabalho.

A questão é o petróleo. Como dissemos acima, a Venezuela tem a maior reserva de petróleo do planeta. Com o conflito entre Ucrânia e Rússia, os EUA estão preocupados com seus estoques e com o fornecimento para seus aliados europeus.

Um alto funcionário do governo do presidente Biden, sob condição de anonimato, confirmou na terça a diversos meios internacionais que o governo estadunidense vai permitir que a Chevron volte a negociar com autoridades venezuelanas o reinício de suas operações no país.

Gigante do ramo energético, a Chevron, assim como outras empresas estadunidenses do setor, foi obrigada a suspender suas atividades no país latino-americano após as sanções petroleiras impostas por Donald Trump em 2019. Dois anos depois, no entanto, Washington liberou a empresa a seguir no país apenas para cuidar e realizar manutenção de suas instalações. Assim, a Chevron se tornou a única petroleira dos EUA com presença na Venezuela.

A Chevron opera em 4 plantas mistas na Venezuela, cujas ações majoritárias pertencem à estatal PDVSA. Caso a empresa seja autorizada a voltar a produzir em território venezuelano, a produção de petróleo do país pode chegar a aproximadamente 1 milhão de barris por dia, já que as instalações da companhia norte-americana têm capacidade para produzir cerca de 200 mil barris por dia e, segundo o último relatório da OPEP, a atual produção venezuelana está em cerca de 775 mil barris por dia.

Vamos aguardar a Colômbia. O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia acontece no próximo dia 29 de maio. Todas as pesquisas concordam que o centro-esquerda Gustavo Petro, um ex-guerrilheiro, lidera com um apoio de cerca de 40% dos eleitores, enquanto seu rival direto, o candidato de direita Federico Fico Gutiérrez está perto de 22% dos apoios.

Mais de 39 milhões de colombianos podem votar. Se nenhum dos candidatos obtiver mais da metade dos votos válidos, o segundo turno acontecerá em junho, quando o Petro poderá prevalecer com 47% dos votos, segundo a pesquisa Yanhaas.

Petro e a coalizão Colombia Humana lideraram uma campanha complicada atormentada por ameaças e ataques. No início de maio, ele denunciou um plano de uma quadrilha de traficantes, La Cordillera, de atentar contra sua vida e teve que suspender um passeio pela região cafeeira.

Desde 13 de março de 2021, quando começou o ano eleitoral, foram registrados mais de 179 atos violentos, que deixaram 222 vítimas, entre mortes, ferimentos, ameaças, entre outros, segundo a Fundação Paz e Reconciliação.

Petro, atualmente senador e que foi prefeito de Bogotá entre 2012 e 2015, lidera a coalizão Pacto Histórico, está em sua terceira chance de chegar à presidência. Reafirma suas principais promessas ao povo: atenção direta à saúde pública por parte do Estado, a pensão de 18 milhões de pessoas e a cessação da exploração de petróleo.

Mas a direita mostra os dentes e garras. A pouco mais de uma semana das eleições presidenciais na Colômbia, a Ouvidoria do país alertou que pelo menos 290 municípios do país correm risco extremo em meio a temores devido às recentes ações do Exército de Libertação Nacional (ELN) e do grupo criminoso do Clã do Golfo.

Segundo a entidade colombiana, dos 521 municípios analisados, 290 apresentam risco extremo e alto de violação dos direitos da população, 16 a mais do que os registrados em fevereiro deste ano.

De acordo com o Relatório de Monitoramento de Alerta Prévio 004-2022, entre fevereiro e maio, os municípios classificados como de risco extremo passaram de 79 para 84, enquanto os municípios classificados como de alto risco de violação dos direitos dos moradores.

A Ouvidoria destacou que os departamentos colombianos com maior número de municípios com risco extremo são Cauca (16), Nariño (14), Chocó (nove), Norte de Santander (oito) e Antioquia (sete).

O ombudsman, Carlos Camargo, comentou que o aumento do número de municípios em alerta foi causado pelas ações do ELN e do Clan del Golfo, particularmente nos departamentos de Magdalena, Córdoba, Sucre, Bolívar, Chocó e Antioquia.

Mais um que não vai. Os presidentes do México e da Bolívia já anunciaram que não participarão Cúpula das Américas, convocada por Biden. Agora o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciou nesta terça-feira no âmbito de um evento da Embaixada do México no município de Palencia, que também não estará presente.

“Eles não vão me convidar para a Cúpula, de qualquer forma já mandei avisar que não vou”, disse o presidente, que também especificou que “seu país poderia ser desse tamanho, mas enquanto eu fosse presidente neste país ele é respeitado. Respeita-se a soberania”, em relação à posição dos Estados Unidos (EUA) para a reeleição da procuradora-geral, María Consuelo Porras.

O chefe de Estado agradeceu o encorajamento e apoio do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, que lhe havia comunicado sobre a decisão de não participar da Cúpula, embora essa notícia “fosse causar comoção”.

Da mesma forma, Honduras também afirmou que não aparecerá na Cúpula, enquanto o Presidente Alberto Fernández se manifestou pela não exclusão de nações da reunião, enquanto a Ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, destacou que o Governo faz uma apelo para permitir a participação de Cuba, Nicarágua e Venezuela.

Crise alimentar global. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) manifestou na terça-feira os seus receios sobre um possível e previsível agravamento da crise agroalimentar em 2023 desencadeada pelo conflito na Europa de Leste, sem solução à vista, bem como outros fatores.

Além do conflito na Ucrânia, a organização teme uma redução nas exportações da Índia e de outros países, segundo a opinião do economista-chefe da FAO, Máximo Torero, em discurso perante os eurodeputados da Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu.

Torero salientou que já em 2021 havia milhões de pessoas a sofrer de insegurança nutricional no mundo, fruto de vários fatores, incluindo a crise pandémica e pós-pandémica, situação que se agravou com a eclosão do conflito na Ucrânia.

Déficit comercial da UE. Dobrados às ordens da Casa Branca, os países da União Europeia continuam gastando dinheiro no apoio à Ucrânia, mas isso pode custar caro, muito em breve.

O déficit comercial da UE é um sinal de alerta para a inflação global, avalia o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.

“Você tem uma Europa que é dependente da importação de gás e ela não tem saída, por enquanto. O maior ofertante é a Rússia, então a tendência é uma alta de preços e isso leva a um aumento generalizado no valor do produto”, diz.

Segundo Bertotti, a oferta de gás e outras commodities energéticas se encontra muito pressionada no atual contexto geopolítico. Mais do que isso, o preço das matérias-primas em alta e a consequente inflação colocam em xeque os planos da União Europeia de apertar ainda mais as sanções contra a Rússia por conta do conflito no leste europeu.

Dados divulgados nesta semana confirmam a visão de que inflação da Zona do Euro chegou a 1,0% no mês de abril e chegou a um acumulado de 7,4% nos últimos 12 meses. No Reino Unido, o Índice de Preços ao Consumidor avançou 2,5% no mês e chegou a um acumulado de 9,0%.

Difícil a situação na Espanha. Contra a pobreza energética e a exclusão digital, em defesa do atendimento personalizado em bancos e centros de saúde, especialmente para idosos.

Estas foram as principais reivindicações das Comissões Operárias e da UGT (duas centrais sindicais da Espanha) na concentração unitária convocada em 22 de fevereiro na sucursal do Banco de Espanha em Valência. Num manifesto conjunto, as organizações de pensionistas dos dois sindicatos denunciaram que – devido à exclusão digital – “9,4 milhões de espanhóis com mais de 55 anos não podem aceder à banca online e/ou interagir com o seu banco”.

O manifesto critica os cortes de saúde aplicados nas comunidades autônomas; Sobre a pobreza energética (escassez de eletricidade e gás), ele aponta que podem surgir “mortes prematuras”, especialmente entre os idosos, “que poderiam chegar a 7.200 mortes evitáveis ​​por ano se o problema fosse erradicado”. Lembram também que, durante 2021, o custo da conta de luz se multiplicou.

Outro ponto de destaque é o acesso a insumos básicos pelos idosos: 9,4% não conseguem manter a casa com temperatura adequada; 4,4% têm pagamentos atrasados ​​em relação às principais despesas da casa; A isto acresce que mais de 30% não têm capacidade para fazer face a uma despesa imprevista.

Finlândia ficará sem gás. A Rússia vai interromper o fornecimento de gás natural para a Finlândia que nesta semana confirmou sua candidatura a membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a partir deste sábado (21).

Por meio de um comunicado, a estatal finlandesa de energia Gasum disse ter sido informada pela russa Gazprom de que o abastecimento será bloqueado às 7h (horário local), mas garantiu que os consumidores não serão afetados.

No último dia 17 de maio, a empresa finlandesa já havia confirmado que não pagaria pelo gás natural vendido pela Gazprom em rublos, como exige a gestão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em resposta pelas sanções econômicas impostas pela União Europeia.

Assim como a Suécia, a Finlândia mantinha uma histórica política de neutralidade militar entre o Ocidente e Moscou, porém os dois países abandonaram essa estratégia depois da invasão russa à Ucrânia, que não faz parte da aliança euro-atlântica.

Outros já se renderam. Empresas na Alemanha e na Itália foram informadas de que podem abrir contas em rublos para comprar gás russo sem violar as sanções impostas contra a Rússia, informou a Reuters citando fontes.

Duas fontes disseram na sexta-feira (20) que os importadores de gás alemães foram informados por Berlim, que coordenou a questão com a União Europeia (UE), que eles podem abrir contas em rublos, embora os pagamentos não devam ser feitos ao Gazprombank na moeda russa.

Uma fonte do governo italiano disse à Reuters que Roma também coordenou com a Comissão Europeia como comprar gás russo legalmente.

Mais cedo, o vice-primeiro-ministro russo, Aleksandr Novak, disse que os contratos com a Gazprom para fornecimento de gás, que agora devem ser pagos em rublos, foram concluídos com cerca de 54 empresas, sendo que metade delas já abriu contas no Gazprombank para pagamento em rublos.

Desde 1º de abril, Moscou começou a aceitar pagamentos de gás de Estados considerados hostis apenas em rublos para fugir de acordos em dólares e euros.

Biden e a China. Se os EUA vão precisar pedir dólares emprestados à China (veja mais adiante) parece que começaram pelo caminho errado.

O porta-aviões chinês Liaoning mostrou sua prontidão de combate, através de operações aéreas de alta frequência, em uma mensagem às embarcações estrangeiras localizadas na região, informou o South China Morning Post.

Pequim está conduzindo exercícios militares no disputado mar do Sul da China, coincidindo com a visita do presidente dos EUA, Joe Biden, à Coreia do Sul e ao Japão. Há quem diga que a visita de Biden tem como principal objetivo combater a suposta ameaça chinesa.

Durante visita ao Japão, além do encontro com o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, Biden se reunirá com líderes da aliança estratégica do Indo-Pacífico conhecida como Quad, composta pelos EUA, Austrália, Índia e Japão, avança agência AP.

A China considera o grupo parte de um impulso liderado pelos EUA para impedir a sua ascensão econômica e política. O escritório da Administração de Segurança Marítima na província insular chinesa de Hainan relatou que os exercícios tiveram início na quinta-feira (19) e continuarão até próxima segunda-feira (23).

É melhor recuar. Um corte repentino do fornecimento de gás russo à Alemanha poderia causar um “choque” de grande dimensão no país, que resultaria em uma espécie de lei marcial para a energia.

De acordo com a Bloomberg, a “vulnerabilidade” energética da Alemanha, que em 2021 recebeu 55% de suas importações de gás da Rússia, está nítida, escancarando sua dependência do recurso russo.

Em caso de uma interrupção do fornecimento, o país sofreria danos de € 220 bilhões (R$ 1,1 trilhão), o que seria suficiente para o país entrar em recessão, segundo a mídia americana.

Com isso, 80 milhões de cidadãos e empresas alemães poderiam ser afetados.

A Ucrânia pediu e vai ter. O Comitê de Defesa do Estado da República Popular de Donetsk (RPD), por meio de um decreto, assinado neste sábado (14), determinou a estatização de bancos ucranianos em seu território.

O Decreto, nº 59 de 14 de maio de 2022, foi publicado pelo líder da RPD, Denis Pushilin, que também é o presidente da Comissão de Defesa do Estado.

Segundo o documento, os bancos localizados na república popular passam imediatamente para o poder da RPD no ato de publicação do decreto.

O projeto de lei havia sido aprovado pelo Parlamento ucraniano em 3 de maio. O texto proíbe atividades dos

Uma resposta precisa. A situação da direção estratégica ocidental é caracterizada por um aumento de ameaças militares perto das fronteiras russas, informou na sexta-feira (20) o ministro da Defesa da Rússia, general de exército Sergei Shoigu.

“Nos últimos oito anos, a intensidade dos voos de bombardeiros estratégicos dos EUA na Europa aumentou em 15 vezes (de três para 45 voos por ano). Navios americanos com mísseis guiados têm feito visitas sistemáticas ao mar Báltico”, disse o ministro no Conselho do Ministério da Defesa.

Somente neste ano, perto da região russa de Kaliningrado navios de guerra dos EUA equipados com mísseis guiados "realizaram seis missões com saída para as áreas previstas de lançamento de mísseis de cruzeiro, desde 2016 o sistema de controle objetivo revelou 24 eventos desta natureza", detalhou o general.

Shoigu acrescentou que simultaneamente os EUA e a OTAN estão aumentando a escala do treinamento operacional e de combate perto das fronteiras da Rússia. E informou que, a fim de responder à ameaça, perto das fronteiras ocidentais russas até o final de 2022 serão criadas 12 novas unidades militares no Distrito Militar Ocidental.

Uma nova conjuntura. A situação mundial após o ingresso da Suécia na OTAN mudará de forma radical, disse hoje, segunda-feira (16), o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov.

Recentemente, a Suécia tomou a decisão oficial de submeter sua candidatura de adesão ao bloco, comunicou no domingo (15) o Partido Social-Democrata sueco, no poder. Intenção idêntica foi anunciada também pelo presidente Sauli Niinisto e pelo governo da Finlândia. Nos próximos dias, o parlamento do país deverá aprovar a decisão.

Segundo afirmou Sergei Ryabkov, ninguém deve ter ilusões de que a Rússia simplesmente se resignará à entrada da Suécia e Finlândia na OTAN.

É tudo o que queriam... Os EUA estão preparados para fornecer assistência militar à Finlândia e Suécia, caso seja necessário, já que ambos os países pretendem aderir à OTAN.

Em entrevista à BBC, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou que as advertências russas são “muito preocupantes” e, usando os mesmos argumentos que na Ucrânia, garantiu que o país não poupará esforços para fornecer armas para que estes países combatam a Rússia.

Em resposta às ações dos EUA e OTAN, Viktor Bondarev, presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação da Rússia, alertou que Moscou deve fortalecer sua presença militar na fronteira com a Finlândia, caso o país nórdico receba armas da OTAN.

Vai “esquentar” o tempo? A Rússia deve apostar em armas nucleares táticas para conter a Aliança do Atlântico Norte, disse o especialista militar Igor Korotchenko em conversa com o Sputnik.

Os exércitos da Finlândia e da Suécia, previu Korotchenko, serão totalmente integrados à estrutura da OTAN em questão de meses. Se a situação no teatro de operações europeu piorar, os aliados poderão colocar grupos de ataque nesses países a qualquer momento, além de tomar outras medidas que violem a segurança da Rússia.

“A inclusão de armas nucleares táticas nos arsenais do Distrito Militar Ocidental e da Frota do Báltico, já em 2022, é a única maneira de eliminar rapidamente o desequilíbrio existente, e aumentará se compararmos as capacidades das Forças Armadas russas com a da OTAN com seus novos membros, muito superior em número de tropas, armas e material bélico. Devemos ser pragmáticos e atualizar a doutrina militar da Rússia, apostar nas armas nucleares táticas como a chave para conter as ambições agressivas da OTAN sugeridas por Korotchenko”.

A Turquía se pronuncia. As delegações finlandesas e suecas que planejam vir à Turquia para discutir a adesão à OTAN podem não se incomodar com isso, pois Ancara nunca aceitará sua entrada na aliança, informou o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

“A Turquia não dirá 'sim' à adesão dos países que impõem sanções contra nosso país a uma organização de segurança. Não repetiremos o mesmo erro”, declarou.

Os Estados Unidos ainda estão trabalhando para esclarecer a posição de Ancara sobre a intenção da Suécia e da Finlândia de ingressar na Otan, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

Indo para o fundo do poço? As ações das Bolsas dos EUA fecharam em forte queda na quarta-feira (18). O Dow Jones caiu 3,57%, para 31.490,07 pontos, o S&P 500 desvalorizou 4,04%, para 3.923,68, e o Nasdaq desabou 4,73%, para 11.418,15. O dólar ficou mais forte: o euro caiu para US$ 1,0479 (de US$ 1,0549 na sessão anterior), e a libra esterlina foi cotada a US$ 1,2346 (de US$ 1,2481).

As reações do mercado acima ocorreram depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, enfatizou a determinação do banco central dos EUA de conter a inflação mais alta em décadas. Falando em um evento na noite de terça-feira, Powell disse que o Fed continuará aumentando as taxas de juros até que haja “evidências claras e convincentes” de que a inflação está recuando.

Desmond Lachman, membro residente do American Enterprise Institute e ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional, disse à agência de notícias Xinhua que a economia está caminhando para um pouso forçado que domará a inflação, mas perturbará o mercado de ações.

Efeitos de alimentar o conflito. Yvette Herrell, membro da Câmara dos Representantes dos EUA pelo Novo México, afirmou que os EUA “irão à falência” caso continuem investindo bilhões de dólares em Kiev.

Herrel afirmou não poder aprovar em sã consciência a exigência de Biden de tirar US$ 40 bilhões (R$ 202 bilhões) das famílias americanas sem ao menos saber como este dinheiro será gasto.

Além disso, a congressista destacou que os legisladores não foram eleitos para "torrar seu dinheiro suado em um conflito do outro lado do mundo", enquanto o povo americano sofre com a "inflação vertiginosa de Biden".

A congressista ainda destacou que Biden deveria enfrentar os graves problemas internos do país antes de o falir com mais gastos no exterior.

Recentemente, os EUA aprovaram um novo pacote de ajuda à Ucrânia proposto por Biden de quase US$ 40 bilhões (R$ 202 bilhões).

Ironia das ironias. Os EUA terão que pedir dinheiro emprestado à China para fornecerem a Ucrânia um pacote de assistência no valor de US$ 40 bilhões (R$ 202 bilhões), já que Washington não tem dinheiro de sobra, disse nesta sexta-feira (20) o senador americano Rand Paul.

“Acho que é importante saber que não temos dinheiro para enviar, temos que pedir dinheiro emprestado à China para enviá-lo para a Ucrânia. Penso que a maioria das pessoas entende isso, e muitos republicanos vão dizer isso quando [se trata] de um programa social novo, mas se é ajuda militar a um país, eles [dizem] podemos pedir emprestado, é um empréstimo justificado”, disse Paul ao portal de notícias Breitbart. O senador acrescentou que Washington “não pode salvar a Ucrânia arruinando a economia dos EUA”.

Outros 10 senadores republicanos, que votaram contra o projeto de lei, compartilham as preocupações de Paul, uma vez que a economia dos EUA já começou a sofrer os efeitos adversos do aumento da inflação e do aumento dos preços do petróleo e do gás em todo o mundo.

E continuam se matando internamente. Pelo menos dez pessoas foram vítimas letais de um tiroteio em um supermercado na cidade americana de Buffalo, no estado de Nova York, segundo informou a emissora americana NBC no sábado (14), citando fontes policiais.

A NBC informou que um homem vestindo roupas de cunho militar, de 18 anos, entrou em um supermercado da rede Tops Friendly Markets depois das 14h30 (15h30 de Brasília) e abriu fogo com um rifle.

O atirador transmitiu o atentado ao vivo pela plataforma de vídeos Twitch. O porta-voz da rede social confirmou a informação.

Além deste ataque, mais de 140 tiroteios em massa foram registrados nos EUA apenas neste ano, com pelo menos cinco deles tendo envolvido múltiplos assassinatos, divulgou o grupo Gun Violence Archive nesta segunda-feira (18).

O controle de armas nos EUA voltou a ser debatido recentemente no país após diversos incidentes de tiroteios. Grupos de oposição à proposta de maior controle das armas afirmam que no país já há leis suficientes nesse sentido. Para eles, o problema não são as armas, mas as políticas socioeconômicas adotadas pelo governo do presidente estadunidense.

Então... eles tinham? Os EUA estão a caminho de eliminar as armas químicas até 2023 depois de destruírem todo o estoque do Agente Nervoso VX em abril, disse o Departamento de Defesa nesta quinta-feira (19).

“O Programa de Desmilitarização Química do Departamento de Defesa atingiu um marco em seu esforço para eliminar o estoque de armas químicas dos EUA e material de guerra química recuperado. O último foguete M55 contendo o Agente Venenoso X, ou Agente Nervoso VX, foi destruído na Planta Piloto de Destruição de Agentes Químicos Blue Grass, em Richmond, Kentucky, em 19 de abril de 2022”, diz o comunicado.

Após a mudança, o país está “no caminho certo do cumprimento do tratado e das obrigações internacionais sob a Convenção de Armas Químicas para atingir o prazo de eliminação do estoque de 2023”, acrescentou o Pentágono.

O Pentágono iniciou a destruição dos foguetes VX M55 no Depósito de Blue Grass do Exército em julho de 2021. Cerca de 18.000 foguetes foram “desmontados e drenados” do agente químico, disse o departamento.

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