sexta-feira, 21 de outubro de 2022

LIZ TRUSS, “A BREVE”!

 LIZ TRUSS, “A BREVE”!

(Ernesto Germano Parés)
A direita internacional está um pouco perplexa e nós, aqui no nosso canto, rindo dos discursos feitos há pouco mais de 40 dias!
Mary Elizabeth Truss, ou “Liz” Truss, do Partido Conservador Britânico, foi eleita como Primeira-ministra do Reino Unido e assumiu o cargo no dia 6 de setembro de 2022. Hoje, 20 de outubro, ela apresentou seu pedido de demissão. E, sim, estamos rindo e vamos explicar.
Nas semanas que antecederam sua escolha para o cargo, a imprensa ocidental não poupou espaços e tempo para enaltecer a política conservadora. Ela começou a ser “pintada” como uma nova “Dama de Ferro”, a legítima sucessora de Margareth Thatcher. A própria Liz Truss, embriagada pela bajulação e querendo mostrar sua decisão, declarou, poucos dias antes de sua eleição, que não vacilaria em “apertar o botão atômico” contra a Rússia.
A declaração correu o mundo, até mesmo na imprensa brasileira. A direita internacional e o “mundo ocidental” precisavam mostrar uma nova liderança para a velha Europa que está se desfazendo em crises sucessivas, enquanto, em Washington, a Casa Branca esfrega as mãos e se prepara para o total domínio econômico daquele continente.
Depois da posse de Truss não faltaram elogios, destaques para suas medidas econômicas e política, muita badalação em cima de alguns ministros escolhidos por ela. Mas, já nos primeiros dias, vimos surgir uma resistência popular na Grã-Bretanha. Seu projeto de reduzir os impostos dos mais ricos, para acelerar o crescimento econômico, bateu como um grande porrete na cabeça da população que sente a inflação, a crise econômica e os problemas surgidos com o apoio do país à aventura ucraniana.
Não vou me alongar. Hoje recebemos a notícia de que a “salvadora do mundo ocidental” entregou sua demissão ao Parlamento Britânico. De nossa parte resta fazer alguns comentários.
Cremos que a direita internacional ainda não entendeu direito que há um novo equilíbrio no planeta e já não existe aquele mundo que permitiu o surgimento de Thatcher, Reagan e Helmut Kohl. Isso ficou para trás, nas décadas de 1980 e 1990. Nos últimos anos estamos vendo surgir um mundo multipolar, com o crescimento da Ásia e de todo o Oriente.
Sim, no Brasil ainda estamos enfrentando a pior direita do planeta, a mais atrasada, a mais cafajeste e truculenta. Mas a queda de Liz Truss, depois de apenas 44 dias de festas da direita, pode ser importante para nossas análises futuras.
Saudações.

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