Não foi bom!
No Informativo passado dissemos que a posição do Brasil
na ONU, aprovando uma resolução feita pelos EUA e UE, tinha sido errada. Lula
vai precisar de toda a sua experiência como negociador durante a vida de
sindicalista para desatar o nó que está se criando.
Uma semana após o voto do Brasil a favor da resolução
favorável à Ucrânia na sessão extraordinária da Assembleia geral da Organização
das Nações Unidas (ONU), no dia 23 de fevereiro, o vice-chanceler da Rússia,
Sergei Ryabkov, fez declarações sobre a reação do seu país a respeito daquela
postura brasileira.
O diplomata disse “lamentar” a posição do Brasil a
favor do texto apresentado pela Alemanha, considerado pelo Kremlin como um
“documento infestado por um forte discurso antirrusso”.
“O voto mostra que foram feitas considerações outras
que não aquelas sóbrias e uma profunda avaliação sobre o que ocorre e o que
precedeu essa situação atual (…) Se o Brasil fosse capaz de apreciar de forma
completa a lógica intrincada desse caso trágico e desafiador, então acho que o
Brasil votaria numa forma que pelo menos seria de abstenção”, analisou Ryabkov
em resposta a uma pergunta feita pelo jornalista Jamil Chade, do UOL, durante
uma coletiva em Genebra.
Sobre a criação de um grupo para a negociação da paz
entre Moscou e Kiev, Ryabkov disse que “na conversa entre Mauro Vieira e
Lavrov, nesta semana, não houve uma oferta específica por parte dos brasileiros
por uma mediação”.
O diplomata também lembrou que os chanceleres do Brasil
e da Rússia [Mauro Vieira e Sergei Lavrov, respectivamente] se reuniram na
Índia na quarta-feira (01) e “falaram sobre diversos assuntos que nos aproximam,
e não nos afastam”.
Lula volta com o programa Bolsa Família! Lula da Silva assinou na quinta-feira a medida que
cria o novo programa Bolsa Família, voltado para o combate à fome e à pobreza
extrema.
“Hoje, na sala principal do Planalto (na capital
Brasília), assinei o retorno do Bolsa Família”, escreveu o presidente
brasileiro em sua conta oficial no Twitter.
“Este não é um programa de um governo ou de um
presidente, é uma política pública da sociedade brasileira de combate à fome e
à pobreza extrema”, afirmou o chefe de Estado.
Em outro tuíte, Lula explicou que o Bolsa Família “é o
mais sério e abrangente programa de combate à fome e à extrema pobreza do
país”.
“Hoje ele volta, com 600 reais (cerca de R$ 116) por
família (cada mês) e outros 150 reais (cerca de R$ 29) por criança de até seis
anos. É o retorno de uma política pública para o desenvolvimento do Brasil”,
disse o presidente.
O programa social, que Lula da Silva já implementou em
seu governo anterior (2003-2011), também beneficiará crianças maiores de sete
anos e jovens menores de 18 anos com 50 reais (cerca de 10 dólares) por mês e
50 reais (10 dólares) para mulheres grávidas.
O presidente destacou em outra mensagem que voltou à
Presidência "com 33 milhões passando fome, situação pior do que em
2003".
“Então, volto a dizer que se, quando meu mandato
terminar, em 31 de dezembro de 2026, todos os brasileiros estiverem tomando
café, almoçando e jantando, terei cumprido novamente a missão da minha vida”,
afirmou.
E recria Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional. Na manhã de terça-feira
(28), Lula assinou o decreto que reinstalou o Conselho Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (CONSEA). Na ocasião também foram reempossados os Conselheiros
e a Presidenta do órgão, Elisabetta Recine, que compunham o Conselho quando ele
foi desativado, em janeiro de 2019.
O Conselho atua como órgão de assessoramento da Presidência
da República na formulação, avaliação e no monitoramento de políticas públicas
de segurança alimentar e nutricional. Importante espaço de participação e
controle social, agora ele estará vinculado à Secretaria-Geral da Presidência
da República.
Composto por dois terços de representantes da sociedade
civil e um terço de indicações governamentais, o CONSEA integra o Sistema
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e tem caráter consultivo.
Entre outras atribuições, é responsável por propor à Câmara Interministerial de
Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) as diretrizes e prioridades da
Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, com base nas
deliberações das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional.
O órgão foi criado em 1993, pelo então Presidente Itamar
Franco. Mas, em 1995, Fernando Henrique Cardoso o substituiu pelo Programa
Comunidade Solidária. Ao tomar posse para seu primeiro mandato, em 2003, Lula
recriou o Conselho, o qual se manteve ativo até 2019, quando, em um de seus
primeiros atos, Jair Bolsonaro o desativou.
Elisabetta Recine, que assumiu o cargo de Presidenta do
CONSEA, afirmou que o órgão estará totalmente comprometido com o fim da fome no
Brasil. “Não acabaremos com a fome, garantindo alimentação adequada, saudável e
sustentável se não tivermos um compromisso amplo e verdadeiro dos diferentes
setores de governo para atingirmos a raiz deste problema”, afirmou Recine.
Doutora em Saúde Pública pela USP, Elisabetta Recine
coordena o Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição (Opsan)
da Universidade de Brasília. Desde 2021, integra o Painel de Especialistas de
Alto Nível do Comitê de Segurança Alimentar Mundial da Organização das Nações
Unidas (CSA/ONU). É a única brasileira entre os 15 cientistas que compõem a
entidade.
Nada de julgamento em Tribunal Militar! O desembargador do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre
de Moares, decidiu na segunda-feira que a mais alta corte do país vai julgar os
civis e militares envolvidos no atentado golpista de 8 de janeiro.
Em sua decisão, o magistrado destacou a “competência”
do STF para o caso “sem distinção entre civis e militares” e autorizou a
Polícia Federal a instaurar inquérito por “possíveis crimes” cometidos por militares.
Alexandre de Moraes justificou a sua decisão no
Estatuto Anti-Terrorismo, que prevê que nos actos que atentem contra a
democracia, a Justiça "não está associada à função militar", que tem
jurisprudência própria.
A Polícia Federal havia pedido ao STF autorização para
apurar a suposta participação de integrantes das Forças Armadas e da Polícia
Militar no crime de "abolição violenta do Estado Democrático de Direito e
Golpe de Estado".
Na decisão desta segunda-feira, o magistrado Alexandre
de Moraes estendeu por sessenta dias as investigações dos atos golpistas e por
noventa dias as que avançam sobre as "milícias digitais
antidemocráticas" que teriam promovido os atos golpistas por meio das
redes sociais.
Sem comemorações no Golpe Militar! Após o fim da ditadura em 1985, a mensagem de comemoração
à data continuou a ser lida em quartéis e divulgada à sociedade, mas depois, em
1995 durante a gestão de FHC, a Ordem do Dia deixou de ser celebrada.
Este ano não haverá a leitura da Ordem do Dia alusiva
ao dia 31 de março, aniversário do golpe militar no Brasil, segundo
determinação do comandante do Exército, general Tomás Paiva.
De acordo com o UOL, a medida se deve a uma
interpretação do comandante de que “o normal era não existir”. Entretanto,
desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) que a Ordem do Dia em
comemoração à data não é lida, a celebração foi retomada pelo insano que
governou o país já no seu primeiro ano de governo, em 2019, relembra a mídia.
Na época, o então porta-voz do demente, general Otávio
do Rêgo Barros, afirmou que o presidente tinha determinado “ao Ministério da
Defesa que faça as comemorações devidas com relação ao 31 de março de 1964,
incluindo a ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que já foi
aprovada pelo nosso presidente”.
Escolhido para substituir o general Júlio César Arruda,
demitido por Lula da Silva, o novo comandante tem dito aos seus subordinados
que o momento é de “retomada da confiança” e busca de pacificação. A decisão,
portanto, seria um aceno ao governo do petista, relata o portal.
Pepe Mujica em Brasília! O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, se
encontrou com Lula, seu aliado de longa data, na quarta-feira (01), dentro do
Palácio do Planalto. Os dois grandes líderes latino-americanos participaram de
uma reunião da Confederação Sindical das Américas, realizada em Brasília.
Em discurso, Mujica criticou a falta de coordenação
regional entre os países da região durante a pandemia de covid-19. O uruguaio
destacou que Joe Biden, presidente dos EUA, havia mencionado patentes
coletivas, mas não agiu em conjunto com as nações latinas para criá-las.
“Nós das Américas representamos 6% ou 7% da população
mundial, mas tivemos 30% das vítimas de covid-19”, destacou o líder no início
de sua fala.
Ao abordar possíveis diálogos com a Europa, o uruguaio
afirmou que “precisamos ter coragem, porque o Brasil é grande e forte, mas ele
não vai ter a força necessária se não unirmos todos para modificarmos as
regras. Ninguém vai nos dar de presente a nossa prosperidade”.
O ex-presidente do Uruguai terminou seu discurso agradecendo
Lula, “por ter chegado até aqui e nos trazer esperança”.
Brasil é um país soberano! De acordo com
o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República,
"cada um pensa o que quiser", uma vez que o importante são as boas
relações entre Brasília e Teerã e a soberania do Brasil em suas próprias
decisões.
Na sexta-feira (3), o ex-chanceler brasileiro e
assessor especial da Presidência, Celso Amorim, disse ter ficado surpreendido
com a repercussão internacional, principalmente com as declarações de EUA e de
Israel, sobre a ancoragem de navios do Irã no Rio de Janeiro, uma vez que o
Estado brasileiro é soberano e o país persa “não é nosso inimigo”.
Recentemente, Washington criticou a liberação para
atracação das embarcações através da embaixadora dos EUA em Brasília, Elizabeth
Frawley Bagley, e na terça-feira (28), através do senador Ted Cruz, o qual pediu
sanções contra o Brasil dizendo que o presidente Lula está “alinhado contra o
interesse dos EUA” ao minar seus “esforços antiterroristas”.
Diante da repercussão, Amorim também afirmou que “não
temos razões para pensar que os navios estejam participando de uma atividade
ilegal e ilegítima. Mas cada um tem o direito de pensar o que quiser. É uma
reação surpreendente”, acrescentou.
Até contrabando de joias? Como se não bastassem tantos escândalos durante o governo
do pústula, como se não bastassem os casos de corrupção, depravação, perversão
e desprezo pelo Estado de Direito, agora ficamos sabendo de mais um golpe que
ia ser dado pelo ex-capitão demente.
Segundo matéria divulgada em vários veículos, o governo
do insano tentou trazer ao Brasil, de forma irregular, joias com diamantes
avaliadas em R$ 16,5 milhões. As joias eram presentes do governo da Arábia
Saudita para a então primeira-dama, Micheque.
A informação foi publicada pelo jornal "O Estado
de S. Paulo" e confirmada pela TV Globo. Pelo jornal ficamos sabendo que do
conjunto de joias faziam parte: colar, anel, relógio e marca de brincos de
diamantes. Também havia um certificado de autenticidade da marca Chopard.
Por que o sul do país votou no sacripanta? Aos poucos vamos descobrindo os motivos para os patrões
do sul do país terem investido tanto dinheiro na reeleição do energúmeno que
está agora escondido na Flórida.
A razão é a exploração do trabalho a níveis não humanos.
O motivo é a ganância pelo lucro fácil e impune, mesmo que isso custe milhares
de vidas. Senão, vejamos:
CASO 1 - O Ministério Público do Trabalho (MPT) pode
responsabilizar as vinícolas Aurora, Salton e Garibaldi pela contratação de mão
de obra análoga à escravidão para a colheita de uva, na cidade de Bento Gonçalves,
na região da Serra Gaúcha (RS).
Na operação que envolveu a Polícia Rodoviária Federal (PRF),
Polícia Federal (PF) e agentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na
noite de quarta-feira (22), foram resgatados 207 trabalhadores, de 18 a 57
anos, a grande maioria vinda da Bahia, mesmo estado do aliciador Pedro Augusto
Oliveira de Santana, 45 anos, que chegou a ser preso, mas foi liberado após
pagar fiança no valor de R$ 39.060.
“Com relação às empresas tomadoras é preciso garantir
reparação coletiva e medidas de prevenção, já foram instaurados procedimentos
investigativos contra as três vinícolas já identificadas", afirmou a
procuradora do MPT Ana Lucia Stumpf González.
Na noite de sexta-feira (24), os trabalhadores receberam
parte das suas verbas rescisórias e foram enviados de volta para seu estado
natal em quatro ônibus fretados, com garantia de custeio da alimentação durante
o trajeto. Apenas 12 dos resgatados permaneceram no Rio Grande do Sul, por serem
aqui residentes ou por não terem manifestado interesse em retornar.
CASO 2 - Um caso semelhante de precarização do trabalho
envolve a prefeitura de Joinville, Santa Catarina, que não vai tomar uma
providência mais rápida e enérgica contra uma empresa terceirizada que submete
seus trabalhadores à humilhação.
Cenas estarrecedoras foram flagradas pelo Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais de Joinville e região (Sinsej), que após
denúncias comprovou a situação a que estão submetidos trabalhadores da empresa
terceirizada Celso Kudla Empreiteiro Eireli, contratada para fazer obras na
unidade de Bem-estar e Proteção Animal (canil) da prefeitura de Joinville.
Os trabalhadores, em sua maioria migrantes e
imigrantes, recebem “quentinhas” e são obrigados a almoçar no chão do canil. Os
trabalhadores se espalham procurando latas e locais no chão para sentar e se alimentar.
Outros, se abrigaram embaixo de um telhado improvisado ao lado da caçamba de
lixo para poderem almoçar na sombra.
No almoço é cada um por si. Existe um espaço usado como
refeitório pelos servidores que trabalham no local, mas esse espaço não é usado
por quem trabalha na obra. Uma geladeira, colocada dentro de um canil com
animais presos é usada pelos funcionários para armazenar água e outros
produtos.
CASO 3 - Com a operação que que resgatou na semana
passada 207 trabalhadores de condições de trabalho análogo à escravidão na colheita
de uvas, na cidade de Bento Gonçaves (RS), antes mesmo de fechar o segundo mês
de 2023, o estado já bateu recorde de resgates com 208 nos meses de janeiro e
fevereiro.
Este número é praticamente o triplo dos resgates feitos
em 2021, de 76. Em 2022, em relação ao ano anterior os resgates já foram mais
do que dobro:156. O que mostra um crescimento assustador do trabalho escravo no
Rio Grande do Sul.
Os dados atualizados foram encaminhados pelo auditor
fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho do RS do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), Henrique Mandagará, ao jornal Extra Classe, uma
publicação do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS).
CASO 4 - Depois dos casos envolvendo as vinícolas
Aurora, Salton e Garibaldi mais uma empresa de produção agrícola deve
responsabilizada pelo uso de mão de obra análoga à escravidão de trabalhadores
contratados por empresa terceirizada.
Desta vez foram resgatados 32 trabalhadores um canavial
da zona rural de Pirangi (SP), no fim de janeiro, prestavam serviço para a
Colombo Agroindústria S/A, que produz o açúcar refinado Caravelas, uma das empresas
líderes do mercado no país.
Segundo as inspeções realizadas pelo Grupo Especial de
Fiscalização Móvel, da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), os
trabalhadores foram aliciados no estado de Minas Gerais, na região do triângulo
mineiro, por representantes de uma empresa que presta serviço de capina e
replante de mudas para uma fazenda que é fornecedora da gigante do ramo açucareiro.
Em 2022, a Colombo Agroindústria anunciou um lucro líquido de R$ 251,59
milhões.
A produtora do Caravelas, contratante da empresa
terceirizada, está em negociação para assinar um Termo de Ajuste de Conduta
(TAC) com o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública da União. A
terceirizada, por sua vez, já assinou o TAC, comprometendo-se a sanar as irregularidades
trabalhistas encontradas nos locais fiscalizados e garantir o retorno dos
trabalhadores aos seus locais de origem.
Os trabalhadores foram encontrados em situação de
servidão por dívida e em condições degradantes de trabalho e de moradia, dois dos
elementos que tipificam a escravidão contemporânea, com base no artigo 149 do
Código Penal.
O México pede respeito! O secretário de
Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, pediu a Washington que respeite
os assuntos legislativos do país latino-americano, diante das recentes críticas
feitas pelo secretário de Estado, Antony Blinken, à nova reforma eleitoral
mexicana.
Em reunião presencial à margem do G20, em Nova Delhi,
na Índia, o chanceler mexicano pediu ao homólogo estadunidense o respeito à
soberania deve ser mútuo.
Por meio de sua conta no Twitter, Marcelo Ebrard
compartilhou uma imagem em que aparece conversando com Antony Blinken. “O respeito
mútuo por nossas soberanias é uma questão essencial”, escreveu o governante
mexicano, que aspira à Presidência de seu país em 2024.
Em 26 de fevereiro, foi realizada na Cidade do México, certamente
patrocinada por alguma agência dos EUA, uma grande marcha organizada por blocos
contrários ao Governo de Andrés Manuel López Obrador, e na qual se exigiu a
manutenção da estrutura orgânica do Instituto Nacional Eleitoral (INE), órgão
que rege o sistema eleitoral do país e tem sido severamente criticado por seu
suposto viés e pelos altos salários de seus funcionários e assessores.
No entanto, o Congresso já aprovou uma reforma, popularmente
conhecida como "Plano B", e inclusive já foi publicada no Diário
Oficial da Federação, portanto já entrou em vigor. O presidente López Obrador e
seus partidos aliados têm insistido na necessidade de reformar o INE. Os
adversários não pensam o mesmo: garantem que transformar aquele órgão equivalerá
a enfraquecer a democracia e a transparência nas eleições.
Após a manifestação, que reuniu mais de 100.000
pessoas, o Departamento de Estado dos EUA emitiu uma breve mensagem na qual se
declarou a favor da manutenção de "instituições sólidas" e na qual
reconheceu que existe uma “democracia vibrante no México” e que se manifesta no
“grande debate sobre as reformas eleitorais”.
Temos mais democracia do que os EUA! O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, assegurou
que seu país tem hoje uma democracia maior que os EUA. Estas declarações foram
feitas em resposta às preocupações das autoridades estadunidenses sobre a
reforma eleitoral mexicana.
Na semana passada, o jornal The New York Times noticiou
que a Embaixada dos EUA no México enviou um relatório a Washington assegurando
que esse plano político-eleitoral promovido pelo atual governo afeta a
democracia do país.
As fontes consultadas pelo jornal apontaram que o
governo dos EUA vê uma vantagem mínima em enfrentar o presidente mexicano, pelo
que acreditam que as instituições do país podem reverter ou se defender dessa situação.
“O que eu digo, com todo o respeito, ao senhor [Antony]
Blinken, secretário de EUA? Atualmente há mais democracia no México do que no
país dele e que, ao invés de se intrometer, agir de forma a interferir na nossos
assuntos porque querem continuar com a mesma política [dos períodos
anteriores], devem lidar com o que está acontecendo no Peru, onde o embaixador
dos EUA é o assessor dos golpistas que pisotearam as liberdades e a democracia
naquele país , demitindo injustamente o presidente [Pedro Castillo] e
prendendo-o”, declarou em entrevista coletiva.
O presidente mexicano enfatizou que há um governo mais
democrático em seu país do que nos EUA porque “o povo governa aqui. A
oligarquia governa lá”.
Guillermo Lasso tem problemas. O Equador, país governado por Lasso, é um dos poucos
ainda governado pela direita em Nossa América. Em dezembro passado, os EUA
aprovaram uma lei destinada a fortalecer a cooperação com o Equador em matéria
de defesa. O referido instrumento, denominado Lei de Associação Equador-EUA
2022, faz parte da Lei de Autorização de Gastos de Defesa Nacional dos EUA e é
posterior ao também recentemente aprovado acordo de céu aberto, com vistas a
reduzir tarifas, aumentar viagens e negócios e estimular a geração de empregos
relacionados às pontes aéreas entre os dois países. Mas o céu não está tão “azul”
naquele país!
Uma comissão legislativa multipartidária aprovou na
quarta-feira (01) um relatório que recomenda o impeachment do presidente do
Equador, Guillermo Lasso, por supostos atos de corrupção e atentados à segurança
pública do Estado.
O parecer elaborado pela Comissão da Verdade, Justiça e
Combate à Corrupção investiga uma suposta rede de corrupção em várias empresas
públicas, conhecida como "O Grande Poderoso Chefão", e seu texto foi
aprovado internamente por seis votos a favor e um contra.
O documento recomenda processar politicamente o
presidente Lasso por crimes contra a segurança do Estado e contra a
administração pública.
A chefe do comité multipartidário, Viviana Veloz,
considerou que o país viveu “um dia histórico”, porque se trata de apurar a
verdade sobre a conduta de Lasso, acusando-o de ser “contrário aos interesses
da cidadania”.
O documento aprovado deve ser submetido ao plenário da
Assembleia Nacional (parlamento unicameral) do país sul-americano. Se for
aprovado no parlamento, continuará o seu processo de qualificação até chegar ao
Tribunal Constitucional.
Novo protesto nacional. Organizações sociais de diferentes regiões do Peru
realizaram na sexta-feira (03) uma nova grande manifestação em Lima, capital do
país, para exigir a renúncia de Dina Boluarte.
O evento chamado de Segunda Tomada de Lima se refere ao
fato de que é a segunda vez que os movimentos realizam marchas que saíram de
diferentes províncias do interior em direção
à capital, para se reunir em um grande ato no centro cidade.
A primeira marcha nacional a Lima foi realizada em
janeiro passado, terminando em um grande ato político realizado no dia 20 de
janeiro, que reuniu centenas de milhares de pessoas no Centro da capital
peruana.
Segundo o canal TeleSUR, foram registradas marchas
partindo de Puno, Aycacucho, Apurímac e Huancavélica, entre outras províncias.
O ato de sexta também visava criticar o Poder
Judiciário e o Ministério Público do Peru pela lentidão das investigações dos
62 casos de manifestantes mortos pela repressão policial [segundo dado da
Coordenadora Nacional de Direitos Humanos do Peru, CNDDHH] durante as
manifestações realizadas com frequência no país desde dezembro de 2022, após a
destituição do ex-presidente Pedro Castillo.
Outro alvo de críticas por parte das organizações
sociais é uma resolução da Polícia Nacional do Peru (PNP), órgão que atua na
repressão às manifestações públicas no país.
Em 22 de fevereiro, a PNP publicou um documento pelo qual
anunciava as novas diretrizes para a atuação policial em protestos realizados
no país. Entre as mudanças mais significativas está a que permite criminaliza
líderes e organizações sociais caso a autoridade policial local considere que
seu movimento realizou atividades “terroristas”.
Assassinado líder indígena do equador. O líder de Relações Internacionais da Confederação de
Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Eduardo Mendúa, foi assassinado no
domingo (26) por pistoleiros dentro de sua casa, denunciou a organização
social.
Em mensagens publicadas em suas redes sociais, o mais
alto movimento indígena equatoriano apontou que Mendúa, de nacionalidade Kofán
de Sucumbíos, na região amazônica (norte do país), “estava em sua fazenda
quando homens encapuzados atiraram nele”.
A Conaie afirmou que o “crime (está) relacionado com o
conflito do petróleo” no território da província de Sucumbíos.
“Exigimos justiça para nosso camarada Eduardo Mendúa,
lutador social, defensor da natureza, que esteve na vanguarda da defesa
territorial em meio ao conflito gerado pela empresa pública PetroEcuador na
comunidade Cofán Dureno, Sucumbíos”, afirmou.
O presidente da Conaie, Leónidas Iza, garantiu que a
morte de Mendúa “está relacionada aos problemas socioambientais que existem no
território dos povos e nacionalidades indígenas, onde querem impor o modelo
extrativista que destrói a terra”.
Fascistas portugueses contra Lula. Após o convite do ministro dos Negócios Estrangeiros
de Portugal para que Lula discursasse durante a solenidade do 49º aniversário
da Revolução dos Cravos, João Gomes Cravinho viu-se no “olho do furacão”, já líderes
de partidos direitistas e da extrema direita se manifestaram contra a decisão.
O anúncio do chanceler aconteceu na semana passada
durante a visita ao Palácio Itamaraty em Brasília. Além da agenda com o
vice-presidente Geraldo Alckmin, a viagem também tratou dos detalhes a respeito
da cimeira luso-brasileira, marcada para acontecer entre os dias 22 e 25 de
abril na capital lusitana.
Depois disso, o governo português decidiu, na
quarta-feira (01) recuar da decisão e transformar o convite ao presidente Lula
para falar no Parlamento em uma conclave de “boas-vidas”, mas fora da sessão
solene do 25 de abril.
Pedro Prola, coordenador do núcleo do Partido dos
Trabalhadores (PT) em Lisboa, disse a Opera Mundi entender que a visita de Lula
será fundamental para aprofundar os laços históricos após quatro anos de pouco
diálogo. “Nesse momento de esperança com a retomada da democracia no Brasil, a
comunidade brasileira em Portugal vai receber Lula com alegria e espírito
democrático”, pontuou.
Parlamentares da direita e extrema direita ameaçaram
deixar a Assembleia da República caso o presidente Lula discursasse durante a
abertura das comemorações do 25 de abril em solo português.
André Ventura, líder e presidente do partido fascista
Chega, afirmou que a proposta do ministro dos Negócios Estrangeiros foi
"uma vergonha e um desrespeito ao Parlamento como há muito tempo não se
via".
Em coletiva de imprensa na terça-feira (28/02), Ventura
prometeu ainda que, se a participação do brasileiro fosse mesmo confirmada, ele
fará “a maior manifestação contra um chefe de Estado já vista em Portugal”, com
apoio de associações de imigrantes brasileiros, empresários e igrejas evangélicas.
Estagflação na UE. O último
relatório da Comissão Europeia sobre o European Economic Outlook, inverno de
2023, conclui que a economia da UE evitará a recessão, mas os ventos contrários
persistem, observando que “a economia da UE está prestes a escapar por pouco da
recessão que se formou no outono”, mas que as pressões inflacionárias continuam
a se expandir”.
O relatório técnico tem uma certa dose de otimismo, mas
seus dados são claros e eloquentes. A rigor, prevê que a União Europeia cresça
0,8% em 2023 e a Área do Euro (EA) 0,9%, o que mostra que estaria em situação
de estagnação, momento em que a economia, expressa por meio do PIB, cresce a
uma taxa muito lenta, quase zero, ou nada, exatamente o que aconteceria na Europa.
Quando uma economia está estagnada, nem o emprego nem os salários aumentam e,
principalmente, o investimento não cresce. Portanto, o que o relatório prevê é
que eles escapariam da recessão, mas cairiam na estagnação.
Relativamente à inflação, o tom do relatório é muito
cauteloso, sobretudo pela persistência da inflação subjacente, que não tem em
conta os preços dos combustíveis e dos produtos alimentares, embora as suas
projeções mostrem uma inflação que poderíamos dizer moderada, abaixo dos 10% que
registou no quarto trimestre de 2022, a descer em 2023 para 6,4% na UE e 5,4%
na AE, esperando-se que em 2024 se aproxime do número mágico da meta de
inflação na ordem dos 2%-3%. Assim, entraria numa situação de estagnação com a
inflação que o Relatório não reconhece explicitamente.
Jornalista dos EUA na “lista da morte”! A Ucrânia coloca jornalistas inconvenientes que
revelam a verdade sobre a Crimeia na “lista de morte”. Entretanto, a mídia
ocidental prefere silenciar esse fato, escreveu o observador do portal Gray
Zone Max Blumenthal.
“A NBC foi a primeira a revelar aos estadunidenses a
verdade sobre a Crimeia, e seu repórter acabou por ser [colocado] na lista de
morte junto com vários cidadãos dos EUA, jornalistas, funcionários e até
crianças. Será que a NBC vai informar sobre essa lista? Será que os grupos de ‘liberdade
de imprensa’ vão denunciar isso?”, indagou o observador na sua página de
Twitter.
Recentemente, o correspondente da NBC Keir Simmons, que
visitou a Crimeia e confirmou que a esmagadora maioria de seus residentes
apoiam a Rússia, foi inserido na lista do site ucraniano Mirotvorets.
A península da Crimeia se tornou uma região russa em
março de 2014 após um referendo, na sequência do golpe de Estado na Ucrânia
ocorrido meses antes. No referendo, mais de 95% dos cidadãos da Crimeia votaram
a favor de reintegrar a Rússia.
Esquerda italiana escolhe mulher para
liderança. A legenda de centro-esquerda
italiana Partido Democrático (PD) elegeu pela primeira vez em sua história uma
mulher como líder, com o objetivo de tentar dar nova energia à agremiação, em meio
à ascensão da ultradireita no país.
Elly Schlein, de 37 anos, é também a líder mais jovem
na história do partido progressista pró-Europa, que vem atravessando uma crise
de identidade agravada pela ascensão ao poder da ultradireitista Giorgia Meloni
e seu partido Irmãos de Itália, no ano passado.
Moscou comenta a proposta chinesa. A Rússia é a favor de estudar completamente o plano da
China para resolver pacificamente o conflito na Ucrânia, disse o porta-voz do
Kremlin, Dmitri Peskov.
“Qualquer tentativa de traçar planos para ajudar a
levar o conflito para a paz merece atenção. Prestamos muita atenção ao plano de
nossos amigos chineses. Quanto aos detalhes, é claro, devem ser objeto de
análise exaustiva, levando em consideração o interesses das partes (...) É um
processo muito longo e intenso”, disse o porta-voz.
A China apresentou na semana passada 12
abordagens-chave, em sua opinião, para a solução política da crise na Ucrânia,
a saber: respeitar a soberania de todos os países; abandonar a mentalidade da
guerra fria; cessar as hostilidades; retomar as negociações de paz; resolver a
crise humanitária; proteger civis e prisioneiros de guerra; manter a segurança
das usinas nucleares; reduzir riscos estratégicos; facilitar as exportações de
cereais; acabar com as sanções unilaterais; manter as cadeias industriais e de
abastecimento estáveis; e promover a reconstrução pós-conflito.
Contudo, o porta-voz russo afirmou que as negociações
de paz devem envolver todos os conflitos da região, para se estabelecer uma paz
mais abrangente e duradoura, o que, segundo o governo do seu país, deveria
incluir as crescentes tensões na região da Transnístria, no Leste da Moldávia.
Assim como as províncias do Donbas, em território
outrora ucraniano [hoje em disputa], a possui uma grande população russoparlante
e que busca autonomia com relação ao governo moldavo – existe também um
movimento separatista na região, assim como em Donetsk e Lugansk, que tentam se
separar da Ucrânia e cujas independências foram reconhecidas oficialmente por
Moscou.
Deputado pode ser cassado! O Comitê de Ética da Câmara dos Representantes dos EUA
informou na quinta-feira (02) a abertura de uma investigação sobre o congressista
George Santos, filho de imigrantes brasileiros que se elegeu para o Legislativo
americano em novembro do anos passado.
Santos, de 34 anos, eleito pelo Partido Republicano,
admitiu que mentiu sobre seu currículo e suas origens familiares. Além disso,
suas finanças pessoais e de campanha estão sob investigação após reportagem do
jornal The New York Times revelarem fraudes. Apesar da pressão do próprio
partido e da oposição democrata para que ele renunciasse, Santos vem se recusando
a deixar o cargo.
O Comitê investigará possíveis atividades ilegais por
parte do congressista em sua campanha eleitoral no ano passado; se ele mentiu
ao fornecer informações exigidas pela Câmara ou violou leis federais durante
seu suposto envolvimento com uma empresa de finanças e se ele teve conduta
sexual inadequada contra uma pessoa que se candidatou a um emprego em seu
gabinete.
George Santos foi eleito para seu primeiro mandato na
Câmara pelo 3º distrito do estado de Nova York, que inclui o bairro do Queens e
Long Island.
Inicialmente, a vitória dele, um republicano
assumidamente homossexual que conquistou para o seu partido um lugar na Câmara
de Representantes ocupado pelos democratas há uma década, foi vista como um dos
pontos positivos do seu partido em uma eleição bastante decepcionante para os
republicanos.
Ele admitiu ter inventado boa parte do conteúdo de seu
currículo, como ao afirmar que havia estudado na Universidade de Nova York e no
Baruch College, mesmo sem jamais ter frequentado essas instituições.
Santos é um fiel apoiador do ex-presidente Donald Trump
e concorreu pela primeira vez ao Congresso estadunidense em 2020, perdendo para
o democrata Tom Suozzi. O brasileiro voltou a concorrer em 2022, enfrentando o
democrata Robert Zimmerman, desta vez sagrando-se vitorioso.
Possível guerra contra a China? Previsões estadunidenses sobre uma futura guerra com a
China têm como pano de fundo a preocupação dos EUA com a perda de sua hegemonia
no sistema internacional.
Em um memorando vazado recentemente, o general estadunidense
Michael Minihan considera que um conflito aberto entre EUA e China poderá
acontecer até o ano de 2025. Muitos analistas internacionais têm realmente se
debruçado sobre essa possibilidade, apontando que um dos motivos para a eclosão
de uma guerra entre as duas nações poderia envolver a questão de Taiwan ou
mesmo as reivindicações de Pequim no mar do Sul da China.
Vale lembrar que a Marinha dos EUA regularmente
patrulha essa área sob a justificativa de manter a liberdade de navegação. A
China, no entanto, sabedora de que a crença ingênua nas justificativas
apresentadas pelos EUA poderia lhe causar problemas futuros, vem construindo
instalações militares em sua vizinhança marítima imediata, deixando bem claro
que considera seu entorno como uma zona de interesses legítimos de Pequim.
Fato é que: para além da questão envolvendo Taiwan ou
mesmo o próprio mar do Sul da China, existe uma condição sistêmica fundamental
que serve como pano de fundo para todas essas previsões e expectativas a
respeito de uma guerra vindoura entre Estados Unidos e China: trata-se da
ameaça que a China representa à hegemonia americana nas relações
internacionais.
A China é hoje o principal candidato a ocupar a posição
de superpotência no século XXI juntamente com os Estados Unidos. Em vista da
ascensão chinesa nas últimas décadas, capitaneada por seu impressivo crescimento
econômico, Washington testemunhou o (re)nascimento de uma grande potência em condições
de opor-se estrategicamente aos seus desígnios unilaterais no sistema.
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