quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ideário de Jango vive na luta de seu filho pelas reformas sociais de base


Ideário de Jango vive na luta de seu filho pelas reformas sociais de base

6/12/2013 14:22
Por Redação, com ABr - de Brasília

Restos mortais do ex-presidente Jango foram transportados de volta ao Sul do Brasil
Restos mortais do ex-presidente Jango foram transportados de volta ao Sul do Brasil
Pouco antes da partida do voo que transportou os restos mortais do ex-presidente João Goulart, nesta sexta-feira, para serem novamente enterrados – agora, com honras militares a um chefe de Estado – em São Borja, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, defendeu as ideias do pai. Para ele, o Brasil precisa avançar em educação e nas reformas agrária e tributária.
– Para se modernizar o país precisa avançar, precisa conduzir a reforma agrária, a reforma educacional, a reforma tributária; em vez de tributar salários, tem que tributar patrimônio. Hoje, nós da família estamos retornando com os restos mortais dele [Goulart] para sua cidade, para o seu povo, para a sua terra. Sem dúvida, além de cumprir esse papel, estamos fazendo revisionismo da vida, da luta e das propostas do João Goulart há 50 anos – afirmou.
João Vicente disse que o Brasil precisa de uma agenda que retome pontos essenciais do governo de Jango e citou as reformas de base propostas pelo político e que contribuíram para motivar o golpe militar de 1964.
– O golpe não foi dado contra o presidente, foi contra as reformas de base propostas pelo governo João Goulart e que até hoje muitas delas se fazem necessárias – disse o filho do ex-presidente que também defendeu a reforma do Estado brasileiro.
Criadas durante o governo João Goulart, as chamadas reformas de base, propunham uma série de reformas institucionais visando a atuar sobre os problemas estruturais do país, entre elas, as reformas bancária, fiscal, urbana, eleitoral, agrária e educacional.
As medidas, de apelo social e popular, não foram bem recebidas por setores conservadores ligados ao latifúndio e às indústrias. O acirramento das posições culminou com o golpe de estado, em 1º de abril de 1964, no qual os militares depuseram o então presidente.
– O ano de 2014 não é apenas o ano da Copa do Mundo, também são 50 anos do golpe de Estado e, antes da festa do futebol, a sociedade brasileira deveria refletir sobre os 50 anos do golpe para que nunca mais aconteça – disse o filho de Jango.
Os restos mortais de João Goulart serão enterrados na tarde desta sexta-feira, em São Borja. Antes, haverá uma celebração religiosa na Igreja Matriz São Francisco, onde o povo da cidade, numa atitude de resistência, velou o corpo do ex-presidente, apesar da pressão da ditadura.
Os resto mortais foram exumados em novembro a pedido da família que duvida da causa da morte do ex-presidente. Cardiopata, ele teria sofrido um infarto, mas uma autópsia nunca foi realizada. A suspeita da família é que Jango tenha sido envenenado a mando do governo brasileiro, na chamada Operação Condor, a aliança entre as ditaduras do Cone Sul para eliminar opositores além das fronteiras nacionais. A investigação é conduzida pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

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