A
questão principal por trás dos “protestos”.
A direita e os patrões continuam orquestrando protestos
contra o governo e tentando desestabilizar a economia, preparando o terreno
para as eleições de 2018. Mas, de fato, o que está por trás de toda essa contestação?
O que, de fato, incomoda a nossa burguesia e a leva a tomar medidas tão
extremadas?
Já publicamos, aqui no Informativo, alguns comentários
a respeito. Falamos sobre o incômodo que representa para o neoliberalismo o
papel de destaque que o Brasil assumiu na economia mundial e no BRICS, já
falamos do aumento dos investimentos do governo na área da educação, já citamos
o papel relevante do Brasil no equilíbrio da América Latina e no apoio aos
países que vão se libertando das amarras neoliberais, etc.
Mas há outros pontos a serem debatidos e analisados. Há
muito mais por trás dessa campanha orquestrada pela direita. Há uma questão que
não pode ser escondida: a questão de classe! A direita não consegue conviver
com a valorização do trabalhador, com a recuperação de seus direitos e da
dignidade do Trabalho!
E os problemas começam com a questão da redução da taxa
de desemprego no país. Os brasileiros sabem que sempre vivemos com elevadas
taxas, facilitando aos patrões mais pressão durante as negociações e a criação
de um enorme “exército de reserva” de trabalhadores dispostos a aceitar
qualquer salário para sair da situação de desemprego. Entre 1995 e 2003, auge
do modelo neoliberal no país, convivemos com taxas de desocupação que variavam
de 8,4% (1995) a 12,3% (2003). Esses índices propiciaram grandes lucros aos
patrões, enquanto o PIB brasileiro não crescia muito (entre 1,2 e 2,8).
A partir de 2003 o quadro começou a mudar: enquanto o
desemprego vinha em queda acelerada, fechando 2014 com um dos menores índices
da história (5,3%), tivemos anos seguidos de crescimento do PIB, chegando a
fechar 2008 com um dos mais altos índices (6,7) e levando o país ao centro das
atenções.
O mesmo aconteceu com a valorização do salário do
trabalhador. Enquanto, até 2003, tínhamos uma política de arrocho, com o
salário médio real no país caindo ano a ano, depois daquela data o Brasil
passou a recuperar o valor do salário. Nos seis últimos anos, segundo o Dieese,
mais de 80% das categorias conquistaram acordos trabalhistas com ganhos reais
de salários (reajustes acima da inflação).
Mas esses são apenas dois dos aspectos a serem
analisados. Um terceiro fator, talvez ainda mais importante, é a questão da
valorização do salário mínimo! Cremos que aqui está a semente do ódio que a
direita vem demonstrando.
No recente encontro realizado em Recife, com o Coletivo
Nacional dos Eletricitários, tivemos a oportunidade de ouvir e ver dados
apresentados por dois técnicos do Dieese (Gustavo e Juliano). Entre os muitos
números e gráficos que eles nos apresentaram, a questão da valorização do
salário mínimo merece um papel de destaque! Então, vamos nos debruçar um pouco
mais sobre o tema.
Qual a importância desse item para qualquer estudo mais
sério sobre a economia e a política? Simples: ao longo da história, sabemos que
sempre que o salário mínimo teve seu poder reduzido, degradado, promoveu mais
desigualdade social e arrasou as políticas de distribuição de renda. Criado por
Getúlio Vargas, em 1940 e depois de muita pressão do movimento sindical do
período, o salário mínimo sempre teve um importante papel na economia nacional.
Desde a sua criação e até 1964, apenas dois presidentes
realmente apostaram na valorização do salário mínimo como instrumento de
reduzir as desigualdades sociais: Getúlio Vargas e João Goulart! Curiosamente,
vamos descobrir que quando Getúlio resolveu apostar na valorização do mínimo,
na década de 1950, sofreu uma pressão tão grande da direita e dos patrões que
optou pelo suicídio. Com João Goulart, como todos sabemos, a alternativa dos
poderosos foi o golpe militar.
Só para comparar, no período entre os dois governos
Vargas, com o marechal Eurico Gaspar Dutra na presidência, o salário mínimo
sofreu um dos maiores golpes da sua história. No governo Dutra (1946 a 1951),
não foi concedido qualquer reajuste ao salário mínimo, que perdeu 40% do seu
valor real.
O salário mínimo alcançou um de seus valores reais mais
altos exatamente um mês antes do golpe de março de 1964. E, desde o início da
ditadura até o seu fim, a tendência foi de perda do poder de compra do salário.
Não podemos esquecer alguns dos ministros do regime militar, grandes inimigos
do salário mínimo: Otávio Gouveia de Bulhões, Antônio Delfim Netto e Mário
Henrique Simonsen.
E assim chegamos ao coração do nosso problema atual. A
valorização do salário mínimo nas últimas décadas, com aumento real (acima da
inflação) de 75% de 2002 a 2014, contraria as teorias econômicas. Contrariando
todas as teorias neoliberais, a alta do mínimo não provocou o aumento do
desemprego, da informalidade e da inflação! Curioso, não é?
Aqui temos, então, o terceiro ponto que irrita os
patrões e a direita no país: a valorização do salário mínimo! Como dissemos
acima, os dois governos que antes usaram essa política para reduzir as desigualdades
sociais (Getúlio e Jango) foram derrubados. O Brasil, desde 2003, voltou a
apostar no salário mínimo e na sua valorização como instrumento social... A
conclusão é sua!
• Contra
terceirizações: ocupar Brasília. As centrais sindicais estão organizando uma grande
mobilização para ocupar Brasília no dia 07 de abril! O objetivo é impedir a
votação do PL 4.330, de autoria do ex-deputado Sandro Mabel (PMDB), que
pretende liberar de vez as terceirizações de serviços.
A votação do projeto, em princípio, está prevista para
o dia 7 no plenário da Câmara. Ainda não há sinais que o presidente da Casa,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) possa mudar essa data ou não incluí-lo na pauta.
Como já dissemos em Informativos anteriores, a
realidade é que o Brasil está passando por uma nova “onda conservadora” como
não víamos há muito. As eleições em outubro passado deixaram como “legado” um
Congresso mais conservador e propenso a voltar aos ataques contra os direitos
trabalhistas, como em um passado recente.
Na atual conjuntura, sem possibilidades de ampliar as
isenções e desonerações fiscais, a tendência do setor empresarial é avançar
sobre os direitos e conquistas dos trabalhadores.
• Período difícil. Na
semana passada comentamos o recente levantamento do Dieese mostrando que 92% dos
acordos salariais assinados no ano passado conseguiram reajustes acima da
inflação e demonstraram um ganho real de salários para os trabalhadores.
A atual crise criada pela direita e pelos patrões, numa
clara tentativa de desgastar o governo para garantir a volta ao poder em 2018,
está trazendo tempos difíceis para os sindicatos. Pelos indicadores atuais,
teremos um futuro imediato de negociações mais duras em torno das questões
salariais no país. É preciso que os sindicatos tenham mais cuidado e mais atenção
para a retomada de suas bases, das mobilizações e das campanhas no período que
teremos pela frente.
2015 não será um ano fácil para o trabalhador! Em parte
porque estamos enfrentando uma economia em declínio, em uma crise artificial
para desgastar o governo, e, por outro lado, porque o governo vem fazendo mudanças
na economia para ajustar suas contas.
Como sabemos, sempre que os patrões entram em crise os
trabalhadores vão pagar a conta. Em 2015, aumentos reais de salários devem
ficar mais distante do bolso do trabalhador, tendo em vista que a expectativa é
que a inflação acumulada tenha nova alta, podendo superar a meta do governo.
Os sindicatos de cada categoria e as centrais sindicais
já se mobilizam para tentar modificar essa situação. Campanhas salariais de
diferentes segmentos profissionais podem ser unificadas; planejamento detalhado
de paralisações; possibilidade dos abonos e benefícios serem incluídos nos
acordos salariais para ajudar a recompor o ganho real. Essas são algumas das
estratégias a serem traçadas.
• Danny Glover declara apoio à Venezuela. O conhecido ator estadunidense anunciou, através da
rede social Twitter, seu apoio ao governo da Venezuela. Em sua mensagem, ele
pediu que Obama retire a ordem executiva contra o país e que ís e que os EUA
respeitem a democracia!
“O presidente dos EUA, Barack Obama, deveria revogar
imediatamente a ordem executiva como solicitou a União de Nações da América do
Sul (UNASUR)”, escreveu ele. E sua declaração reforça a campanha “Obama,
revogue o decreto”, que já circula nas redes sociais e pretende recolher 10
milhões de assinaturas!
• Paraguai: centrais podem convocar nova greve geral. As principais centrais sindicais paraguaias estão
convocando um Congresso extraordinário para analisar a realização de uma nova
greve geral, diante do total fracasso nas negociações com o governo.
Segundo os sindicatos, de nada adiantaram as “mesas de
trabalho” realizadas com membros do Poder Executivo no país e a situação de
perda de direitos dos trabalhadores só está se agravando. As centrais sindicais
estão cobrando do governo a revogação do processo de privatização no país, uma
reforma agrária integral e um aumento salarial que recupere o poder de compra
dos trabalhadores.
Participam dos encontros: Central Única dos Trabalhadores,
Central Única de Trabalhadores Autêntica, Confederação de Companheiros Trabalhadores,
Confederação Geral de Trabalhadores, Confederação Paraguaia de Trabalhadores e
Central Sindical de Trabalhadores do Paraguai.
• Paraguai vira “o sonho da elite”. Depois de um golpe de Estado comandado por Washington,
derrubando um presidente eleito legitimamente (Fernando Lugo), o Paraguai vai
se tornando o sonho da elite, em particular das “dondocas”. Enquanto o Brasil
regulamenta a profissão das domésticas e amplia seus direitos, no Paraguai
essas trabalhadoras são cada vez mais desprezadas pelo “novo” governo.
A Câmara dos Deputados aprovou por 37 votos a 19 o
projeto de lei enviado pelo Senado que estabelece que as empregadas domésticas
têm direito a um salário mínimo 40% menor do que o resto dos trabalhadores do
país. Isso mesmo: as domésticas devem ganhar apenas 60% do salário mínimo
nacional – o que significa cerca de 240 dólares – e, além disso, podem ser
contratadas a partir de 16 anos, enquanto os outros trabalhadores têm que ter
no mínimo 18 anos.
Segundo a agência Efe, os deputados afirmaram que
estabelecer o mesmo salário mínimo a domesticas “seria populista” e que, dessa
forma, profissionais como “professores, policiais e militares” não poderiam pagar
suas empregadas.
• Argentina: a direita ataca as “Mães da Praça de Maio”.
A direita na Argentina (assim como aqui) não dá tréguas. Além dos constantes
ataques e mentiras contra a presidenta Cristina Fernández, agora resolveu
atacar também uma das mais sérias e reconhecidas entidades, as “Mães da Praça
de Maio”. Certamente que isto faz parte de um projeto...
Na
terça-feira (24), um grupo de direita resolveu comemorar o golpe militar de
1976, em La Plata, província de Buenos Aires, queimando um boneco com a imagem
de Hebe de Bonafini, presidenta da instituição que durante anos denunciou os
crimes da ditadura e buscou, por todos os meios legais, resgatar a memória dos
que foram assassinados pelos militares.
• Peru torna-se principal “aliado” dos EUA na AL. Washington está transformando o Peru em seu principal
aliado dentro da América Latina e um posto avançado para combater os que estão
incomodando os projetos neoliberais na região.
Não apenas por ceder seu território para bases
militares e centros de espionagem montados pelos EUA, mas principalmente porque
está servindo de centro para as ações subversivas comandadas pela CIA contra a
Venezuela e a Bolívia, o Peru está se tornando o centro de um processo para
coordenar novos golpes em Nossa América.
Para quem não sabe, na capital peruana (Lima) aconteceu
durante esta semana um grande encontro, promovido por Washington, com os
principais partidos e líderes da direita na América do Sul. Lá se encontraram
conhecidos golpistas e expoentes da direita de vários países para “analisar” o
que acontece na Venezuela, no Equador, na Bolívia, no Brasil e na Argentina. E
vale ressaltar que o grande palestrante de sexta-feira (27) no tal encontro foi
nada menos do que Aécio Neves!
• Sua saúde: o que você não vai ver nos nossos jornais. Foram muitos anos de denúncias, entrevistas, resistências
e movimentos contra o uso de transgênicos em nossa alimentação diária. Mas o
poder das grandes empresas sempre foi muito grande e nada aparece na chamada
“grande” imprensa. Quando aparece é para criticar e condenar os que lutam
contra os transgênicos, como aconteceu recentemente no episódio do MST
denunciando as florestas de eucaliptos geneticamente modificados.
Mas agora temos um novo argumento, uma nova arma
baseada em estudo sério de uma instituição da própria ONU. Como eu disse no
início, não acredito que a matéria receba qualquer atenção da nossa imprensa,
mas os dados são reais e podem ser facilmente constatados em uma busca na
Internet: os cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), finalmente validaram
todos os indícios que já conhecíamos e as denúncias feitas por organizações
mais responsáveis. Em seu relatório, a OMS diz que há “suficientes evidências”
de que o glifosato é substância cancerígena que já contamina animais e está
começando a contaminar seres humanos.
O poder das grandes empresas que vendem e dominam o
mercado de transgênicos é muito grande. Que o diga o biólogo e pesquisador
argentino Andrés Carrasco, que perdeu quase toda a sua vida e prestígio ao denunciar
a nocividade desses produtos. Sua carreira foi interrompida, por pressão dos
laboratórios, sofreu agressões físicas, perdeu subvenções e apoios de pesquisas
e passou por uma longa e tenebrosa campanha de desprestígio através da
imprensa. Tudo porque denunciou, tomando por base seus estudos, que havia
evidências de que o cultivo de transgênicos era prejudicial à saúde humana.
Carrasco dirigia o Laboratório de Embriologia Molecular
do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Universidade de Buenos
Aires quando fez as denúncias. Ele e sua equipe mostraram, com experiências,
que embriões de alguns animais já estavam sendo alterados e que o glifosato, o
herbicida mais usado na indústria da soja transgênica, era responsável pelos
distúrbios que poderiam levar ao câncer.
Agora, mesmo depois de toda a perseguição e covardias
cometidas contra Carrasco, um relatório de 17 especialistas, de 11 países, deu
crédito às suas pesquisas! A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC),
organismo da OMS, divulgou relatório comprovando que há provas suficientes para
condenar o glifosato como causador de câncer.
Qual será a reação dos laboratórios e da nossa imprensa?
• Fórum Mundial debate mídia livre e democrática. O Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML) terminou ontem
(28), na Universidade El Manar, em Túnis, capital da Tunísia. A programação
integra o Fórum Social Mundial e foi um importante momento para debatermos a
questão da regulamentação da mídia e de canais democráticos de participação.
Estavam presentes cerca de 300 comunicadores, blogueiros, jornalistas, organizações
da sociedade civil e representantes de movimentos sociais de todo o mundo para
discutir a construção de uma mídia mais democrática.
Para Renata Mieli, do Fórum Nacional pela Democratização
da Comunicação (FNDC), o FMML é um "espaço de trocas de experiências e
organização da luta em defesa de uma nova narrativa contra hegemônica”.
Um dos principais objetivos do FMML foi a aprovação de
uma Carta Mundial da Mídia Livre, documento prevendo a existência de marcos
regulatórios para promoverem a diversidade e a pluralidade nos meios de comunicação,
a universalização da Internet e o incentivo às rádios comunitárias. A Carta,
elaborada pelas entidades participantes, será divulgada ainda hoje (29).
A mídia livre e alternativa tem sido um tema cada vez
mais discutido pelos comunicadores. Blogs e sites estão se tornando plataformas
importantes de divulgação de informações, muitas vezes, não transmitidas pela
mídia hegemônica. Segundo a Carta Mundial de Mídia Livre, os meios comerciais
reproduzem um sistema que favorece quem está no poder, excluindo e
estigmatizando grupos marginalizados na sociedade. Para fazer frente a um
sistema hegemônico de comunicação, a sociedade civil tem recorrido cada vez
mais a meio alternativos em sua luta pela democracia, justiça social, igualdade
e pluralismo.
A delegação brasileira foi integrada por 170 ativistas,
com representantes da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
(Abong), Centro Barão de Itararé, Ciranda, CoMulher, Conectas, FNDC, Ibase,
Intervozes, Inversion Latina, Mídia Ninja, Rebrip [Rede Brasileira pela
Integração dos Povos] e UBM [União Brasileira de Mulheres].
• O BRICS avança em seus projetos. Organismos financeiros da Rússia estão elaborando um
documento para que seja criado um novo mecanismo de avaliação de riscos para os
países do bloco. Segundo integrantes do grupo, o dispositivo é necessário no
contexto da fundação do Novo Banco de Desenvolvimento.
Mas esta não é a única medida a ser tomada pelo bloco.
Autoridades russas estão anunciando a criação de uma rede universitária do
BRICS para combater lavagem de dinheiro. O Rosfinmonitoring (Serviço Federal de
Monitoramento Financeiro da Federação da Rússia) está criando um mecanismo de avaliação
dos países (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo informou o
chefe do órgão, Iúri Tchikhántchin, na segunda-feira (23), em reunião com o
presidente russo Vladímir Pútin.
O Rosfinmonitoring criou o Instituto de Rede, que reúne
15 instituições de ensino superior russas e 10 estrangeiras trabalhando em um
método de combater a lavagem de dinheiro. “Esse acordo foi assinado no último
encontro com a associação de institutos dos países do Brics”, explica
Tchikhántchin.
• Gaza: a tragédia continua. Palestinos aproveitam os cinco dias do Fórum Social Mundial, na
Tunísia, para chamar a atenção da comunidade internacional sobre as precárias
condições de vida na Faixa de Gaza. Além de promover debates sobre temas como
refugiados, prisioneiros políticos e ocupação dos territórios, eles montaram
tendas e distribuem panfletos para mobilizar delegações de outros países sobre
a crise vivida pelo povo palestino.
O diretor da rede de organizações não governamentais da
Palestina, Amjad Shawa, mora em Gaza e foi um dos poucos que conseguiram sair
do território para participar do fórum. Ele contou que cerca de 100 pessoas de
Gaza queriam ir a Túnis, mas não conseguiram permissão de Israel.
Shawa relatou que a situação está dramática em Gaza
após três guerras com Israel em menos de seis anos. “A guerra israelense em
Gaza acabou com grande parte da infraestrutura, cerca de 120 mil casas foram
total ou parcialmente destruídas, 18 hospitais foram destruídos e 150 escolas
foram danificadas. Aproximadamente 2,2 mil pessoas foram mortas na última
guerra no ano passado, mais 2 mil foram feridas. Israel continua impondo seu
bloqueio, impedindo que os suprimentos básicos entrem em Gaza. Não podemos
consertar os estragos provocados pelas guerras. Gaza está sofrendo as piores
condições humanitárias, com insegurança alimentar, dificuldade de acesso à água
potável, pobreza e desemprego”.
O chefe da delegação palestina no fórum, Yousef
Habache, informou que cerca de 400 pessoas participam do evento, entre
moradores da Palestina e refugiados no Líbano e na Síria. “Por causa do
bloqueio [imposto por Israel] a Gaza, apenas dois moradores puderam sair”.
Ele disse que o povo palestino pede solidariedade internacional
à sua causa, de independência em relação a Israel, de liberdade e de criação do
Estado palestino. “Sem resolver esse problema [o conflito entre Israel e
Palestina], não haverá solução na região do Oriente Médio e mesmo no mundo”.
(Matéria em Adital)
• Vão comemorar o recorde? Israel
matou mais civis palestinos em 2014 do que em qualquer outro ano desde que a
ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza começou em 1967, revelou um
relatório da ONU na sexta-feira (27). Intitulado “Vidas Fragmentadas”, o
documento atesta que a atuação do Estado Genocida na Faixa de Gaza, Cisjordânia
e Jerusalém Oriental resultou na morte de 2.314 palestinos e 17.125 feridos no
ano passado.
Para as Nações Unidas, a operação “Margem Protetora” -
que aconteceu entre julho e agosto passado em Gaza - foi a grande responsável
pelo aumento dramático de fatalidades. Durante 50 dias, a ofensiva tirou a vida
de 2.220 habitantes da Faixa de Gaza, dos quais 1.492 eram civis, 605 eram
militantes do grupo islamita Hamas e outros 123 não foram identificados. Do
lado israelense, morreram 71 pessoas - militares, em sua maioria. No auge do
conflito, mais de 11 mil pessoas ficaram feridas e cerca de 500 mil foram
deslocadas internamente.
Para além de Gaza, houve também um aumento acentuado em
mortes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, onde 58 palestinos foram mortos
e 6.028, feridos - o maior número de mortes em incidentes envolvendo as forças
de Israel desde 2007 e o maior número de lesões desde 2005.
• O que todos já sabiam... Quase
cinquenta anos depois, finalmente o Pentágono admite que Israel possui um arsenal
nuclear e uma moderna tecnologia armamentista que se assemelha à dos EUA!
No início de fevereiro, o Departamento de Defesa dos
EUA finalmente tornou conhecido um informe secreto feito pelo Instituto de
Análises de Defesa, datado de 1987, que confirma a existência de bombas
nucleares em Israel, informação que não chega a surpreender, mas que vem sendo
negada desde o governo de Lyndon Johnson.
• Avanços e retrocessos na Europa. No domingo (22), a Europa foi palco de importantes
definições sobre o futuro próximo. Cidadãos da Andaluzia, na Espanha, e em toda
a França foram às urnas para eleger o parlamento local, no caso espanhol, e os
chefes dos departamentos (o equivalente aos estados brasileiros). E os
resultados são conflitantes e muito diferentes.
Na Andaluzia, o PSOE (Partido Socialista Operário
Espanhol) continua no comando, mas o Podemos está se transformando na terceira
força, somente atrás do PP do premiê Mariano Rajoy. Por outro lado, na França,
os partidos de direita (UMP, de Nicolas Sarkozy, e a Front National, de Marine
Le Pen), superaram o Partido Socialista do presidente François Hollande.
O Podemos, que tem como bandeiras a participação
popular e o engajamento via internet, entra no parlamento regional com pelo
menos 15 representantes, tornando-se a terceira força política. O partido
Ciudadanos, também estreante em pleitos na região, ficará com oito cadeiras e a
Esquerda Unida, outrora coligada com o PSOE, deve ficar com quatro assentos,
contra os 12 de antes das eleições.
A imprensa espanhola apontava o pleito na Andaluzia
como uma das primeiras manifestações claras do fim do bipartidarismo no país –
em cujo governo central PSOE e PP se revezam. O crescimento do Podemos e Ciudadanos
deve se refletir na próxima eleição para o Parlamento da Espanha, no final do
ano, quando Rajoy deve tentar ser reconfirmado na chefia de governo.
Lamentavelmente, os eleitores franceses deram mais um
passo para a direita. A UMP foi a grande vencedora, com 37% dos votos totais,
seguido pela Front National, que obteve o melhor resultado da história em
eleições regionais e deve chegar a 26% dos votos. Por sua vez, os Socialistas,
atualmente no poder, deverão chegar a 27%, se forem considerados, também, os
votos dados aos aliados do partido.
• Isto é uma
“civilização”? O governador do estado de Utah (oeste dos EUA), Gary Herbert, assinou
na segunda-feira (23) uma nova lei que aprova o uso de “campos de fuzilamento”
para executar sentenças de pena de morte! A nova “modalidade de justiça” foi
justificada com o elevado preço para a compra de injeções letais! Utah
transforma-se, assim, no primeiro estado a criar a pena por fuzilamento,
segundo o jornal britânico The Guardian!
Em 2014, o estado de Utah já
passou por um grave problema quando aplicou uma injeção letal em um condenado e
o efeito não foi imediato, fazendo o prisioneiro sofrer por horas! Mais
recentemente, vários estados nos EUA que aplicam a pena de morte estão passando
por problemas porque algumas empresas farmacêuticas na Europa, pressionadas
pela opinião pública, estão se recusando a vender os produtos para eles.
O governador Gary Herbert
pretende resolver o problema adotando os pelotões de fuzilamento...
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