Helena
Sthephanowitz
O presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, reuniu em um jantar a portas fechadas na Casa Branca
cerca de 70 empresários estadunidenses que fazem forte lobby pelo fim do
embargo comercial, econômico e financeiro a Cuba instituído em 1961. A
informação foi apurada pelo jornal espanhol El País.
Com o embargo empresas
estadunidenses tem severas restrições para atuar no país, que é a maior
economia da América Central e visto como o de maior potencial de crescimento
pela abertura na economia. Os empresários norte-americanos estão ansiosos para
não perder grandes oportunidades de negócios que veem no país.
O governo Obama defende o fim
do embargo, mas o Congresso estadunidense, com perfil mais conservador e de
maioria oposicionista ao presidente, ameaça impedir qualquer mudança nesta
questão.
Os Estados Unidos já reataram
relações diplomáticas com a ilha. As embaixadas já foram reabertas em ambos os
países. Houve libertação de presos pelos dois lados, considerados presos
políticos sob a ótica de cada lado. Mas o embargo econômico continua em vigor
até que o Congresso norte-americano o suspenda.
O jantar na Casa Branca foi
visto como uma união de forças para pressionar, ou seja, fazer lobby, sobre o
Congresso para dar fim ao embargo. Se visto apenas como vitória da política
externa do presidente, as chances de o Congresso oposicionista aprovar são
menores. Se houver pressão vinda de uma demanda do setor empresarial, as
chances são maiores de, pelo menos, flexibilizar o embargo.
Imagine como esta notícia
sairia na imprensa oligárquica brasileira se o país fosse o Brasil em vez dos
EUA e se a presidenta fosse Dilma Rousseff ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em vez de Obama.
Não precisa imaginar. A
imprensa oposicionista já faz um esforço para criminalizar a diplomacia
comercial legítima e necessária no governo do então presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em busca da abertura de mercados para empresas brasileiras. Obama age
de forma muito semelhante, inclusive com Cuba, atrasado em relação a Lula.
Presidentes atuarem a favor de
empresas de seus países é até um dever dentro das políticas de estado, uma
obrigação com a economia nacional e com a geração de empregos. Suspeito seria
se não atuassem. Tão suspeito como um jogador de futebol que entrega o jogo para
o adversário. Pois é isso que boa parte da oposição partidária e midiática está
pregando.
Fazer oposição a um governo ou
a lideranças de outros partidos jamais deve se confundir com fazer oposição a
políticas de estado, ou fazer oposição “ao” Brasil, como disse, em ato falho, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Se levarmos para o lado do
humor, desse jeito a oposição se comporta como aquele passageiro que torce para
seu avião cair porque não gosta do piloto. Se levarmos a sério, sabotar a
economia nacional diante dos interesses de outros países é traição à pátria.
www.wul21.com.br 24/07/2015
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