Aproveite a oferta: roube e delate. ‘Lojas Moro’ dão 97,5% de desconto na cadeia
por Fernando Brito, no Tijolaço
A contabilidade apresentada hoje pela Folha é de cair o queixo.
Os
ladrões do dinheiro público incriminados na Lava Jato receberam um
“descontão” nas penas graças ao apetite dos procuradores da República e o
juiz Sérgio Moro de obter delações premiadas cada vez mais suculentas e
que construam o caminho para chegar aonde desejam chegar.
As condenações de 13 delatores, que somavam 283 anos e 9 meses baixaram a meros 6 anos e 11 meses.
E,
assim mesmo, para alguns “privilegiados”: Alberto Youssef, com 3 anos,
Fernando Baiano Soares, um e Nestor Cerveró – que ainda está negociando
melhores condições, um ano e meio. Os três ficaram com 80% das penas de
reclusão em regime fechado que sobraram depois da “grande liquidação”
das “Lojas Moro”.
É tão chocante que reproduzo aí ao lado o recorte do jornal, para que não se ache que o louco é este blogueiro aqui.
Inaugurou-se um precedente terrível.
O
advogado – e jurista respeitadíssimo – Antonio Carlos Mariz de
Oliveira resume a indignação de pessoas de bem com o que está
acontecendo:
“Dá-se uma credibilidade absoluta à palavra do delator, que na verdade está delatando pura e simplesmente para se ver livre de prisões”. “[O delator] Delata e fala o que as autoridades queiram que ele delate e fale”, afirma Mariz.
Pior
é que, a prevalecer este absurdo, estará inaugurada uma nova forma de
roubar o Estado e sair, praticamente impune: delate seu cúmplice ou
algum outro dirigente público ou político que desagrade e sobre quem
você possa colocar suspeitas ao gosto da mídia.
E
sair livre, só com uma pulserinha no tornozelo, para gozar as mansões,
lanchas e outros apetrechos que lhe sobraram, depois que você devolveu
parte do roubo.
Aproveite,
é por pouco tempo, porque alguém vai acabar acordando para isso e os
tribunais, amedrontados pela ditadura pró-Moro que impera na mídia e vai
por fim a esta festa imoral.
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