De Sylvia Moretzsohn para a Folha de S. Paulo.
Sylvia Moretzsohn
8 h ·
Apenas para registrar, enviei esta mensagem à ombudsman:
Assunto: cancelando a assinatura
Data: Mon, 18 Jan 2016 14:14:09 -0200
Data: Mon, 18 Jan 2016 14:14:09 -0200
Cara Vera,
Escrevo apenas para registrar que acabo de cancelar minha assinatura da Folha.
O motivo, você deve imaginar.
Sou assinante antiga, desde os anos 80, quando me formei e comecei a trabalhar como jornalista. Estou para fazer 57 anos, estou também para me aposentar como professora de jornalismo na UFF, depois de mais de 25 anos dando aula de algo que eu sempre valorizei muito mas que está cada vez mais raro encontrar.
Várias vezes, antes desta, estive para tomar essa atitude. No momento em que se cunhou a expressão "ditabranda". No caso da ficha falsa da Dilma: não só pelo fato, mas pelos seus desdobramentos, a incapacidade de reconhecer o erro, a canhestra justificativa de que não se poderia afirmar que a ficha era verdadeira nem que era falsa (brilhante jornal que, na dúvida, publica...). Na decisão de contratar o Reinaldo Azevedo.
Mas tudo tem limite.
Não se trata, obviamente, da minha rejeição a posições de direita. Eu sempre achei que um jornal deve buscar a pluralidade. Mas é preciso buscar também a substância. Como disse uma colega, também professora e jornalista, colunista não é o sujeito que simplesmente vai lá e dá uma opinião: é alguém que traz informação original e qualificada. Definitivamente, não é o caso desse rapaz, que não tem condições de estar em nenhum jornal que se leve a sério.
Todo jornal faz suas escolhas. Ao acolher certos colaboradores, escolhe também o público que quer preservar e, consequentemente, o que pode dispensar.
É uma pena.
Abraço,
Sylvia
Escrevo apenas para registrar que acabo de cancelar minha assinatura da Folha.
O motivo, você deve imaginar.
Sou assinante antiga, desde os anos 80, quando me formei e comecei a trabalhar como jornalista. Estou para fazer 57 anos, estou também para me aposentar como professora de jornalismo na UFF, depois de mais de 25 anos dando aula de algo que eu sempre valorizei muito mas que está cada vez mais raro encontrar.
Várias vezes, antes desta, estive para tomar essa atitude. No momento em que se cunhou a expressão "ditabranda". No caso da ficha falsa da Dilma: não só pelo fato, mas pelos seus desdobramentos, a incapacidade de reconhecer o erro, a canhestra justificativa de que não se poderia afirmar que a ficha era verdadeira nem que era falsa (brilhante jornal que, na dúvida, publica...). Na decisão de contratar o Reinaldo Azevedo.
Mas tudo tem limite.
Não se trata, obviamente, da minha rejeição a posições de direita. Eu sempre achei que um jornal deve buscar a pluralidade. Mas é preciso buscar também a substância. Como disse uma colega, também professora e jornalista, colunista não é o sujeito que simplesmente vai lá e dá uma opinião: é alguém que traz informação original e qualificada. Definitivamente, não é o caso desse rapaz, que não tem condições de estar em nenhum jornal que se leve a sério.
Todo jornal faz suas escolhas. Ao acolher certos colaboradores, escolhe também o público que quer preservar e, consequentemente, o que pode dispensar.
É uma pena.
Abraço,
Sylvia
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