COMO A MÍDIA IRÁ TRATAR A PROPINA DA ERA FHC?
A
notícia mais relevante deste início de 2016 é a delação premiada de
Nestor Cerveró, em que ele aponta uma propina de US$ 100 milhões (ou "um
Barusco") numa operação polêmica fechada pela Petrobras, no apagar das
luzes do governo FHC; à época, engenheiros da Petrobras já falavam em
sobrepreço de US$ 300 milhões; pelas redes sociais, FHC se revoltou com o
que chamou de "afirmações vagas", mas não custa lembrar que a delação
de Cerveró pode ser apenas o princípio de uma investigação; além disso,
Cerveró cresceu sob as asas de Delcídio Amaral, que já foi filiado ao
PSDB, tendo sido nomeado diretor no governo FHC; para completar, o
operador Fernando Baiano conheceu Cerveró pelas mãos de Gregório Marin
Preciado, parente de José Serra que já foi arrecadador de recursos para o
PSDB; isenção e rigor investigativo da imprensa serão testados
11 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 20:53
247 – A
quantia de US$ 100 milhões se tornou emblemática na Operação Lava Jato,
quando se soube que um gerente da Petrobras, chamado Pedro Barusco,
estava devolvendo este valor em seu acordo de delação premiada.
Cunhou-se até uma moeda: US$ 100 milhões passaram a ser convertidos em
"um Barusco".
Agora,
neste início de 2016, surgiu novamente uma polêmica de US$ 100 milhões –
só que desta vez envolvendo o PSDB e o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso. O caso apareceu na delação premiada de Nestor Cerveró,
ex-diretor internacional da Petrobras, em que ele apontou uma propina
deste valor numa operação fechada no apagar das luzes do governo FHC: a
compra do grupo argentino Pérez Companc (leia mais aqui).
Por meio das redes sociais, FHC protestou:
“Não
tenho a menor ideia da matéria. Na época o presidente da Petrobrás era
Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação
politico partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem
genericamente a um período no qual eu era presidente e a um
ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas
envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que
permitam verificação”.
Ocorre
que a delação de Cerveró pode ser apenas o ponto de partida para uma
ampla investigação sobre uma operação que foi duramente criticada à
época. Quando a operação foi fechada, engenheiros da Petrobras já
falavam em sobrepreço de US$ 300 milhões (leia mais aqui).
Não
custa lembrar que Cerveró cresceu sob as asas de Delcídio Amaral, que
já foi filiado ao PSDB, tendo sido nomeado diretor no governo FHC. Para
completar, o operador Fernando Baiano conheceu Cerveró pelas mãos de
Gregório Marin Preciado, parente de José Serra que já foi arrecadador de
recursos para o PSDB – no entanto, Baiano protegeu Preciado em sua
delação (leia aqui).
Os próximos dias serão um teste para a isenção e o ímpeto investigativo da imprensa brasileira.
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