quinta-feira, 28 de abril de 2016

A Anistia Internacional Brasil se posiciona pelo fortalecimento da jovem democracia brasileira

 Foto: Agência Brasil
Anistia Internacional

 
 
Caro Glauco,
Domingo (17), o Congresso Nacional deu início ao processo de impedimento da Presidenta Dilma Rousseff.
Na votação, lamentavelmente ganharam destaque nas falas dos deputados as ameaças de retrocessos aos ‪direitos humanos‬, a partir do elogio a torturadores e a crimes cometidos no período militar; menção constante a preceitos religiosos, apesar do Estado laico previsto na Constituição Federal; e interesses individuais dos votantes em detrimento do coletivo.

A Anistia Internacional Brasil se posiciona pelo fortalecimento da jovem democracia brasileira, de modo a resguardar os direitos humanos já conquistados e a necessidade de sua promoção pelas autoridades que representam a população no parlamento.


No mesmo domingo completaram 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados pela polícia durante uma caminhada na curva do S, a caminho de Belém, no Pará.

Para marcar essa data, nos juntamos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e ao fotógrafo J.R. Ripper, que detém um dos maiores acervos fotográficos sobre defensores de direitos humanos no Brasil, e montamos a exposição “Eldorado dos Carajás: 20 anos de impunidade”.

Nestes vinte anos, mais 271 trabalhadores rurais e lideranças foram assassinados somente no estado do Pará.

Ao longo destes anos, a Anistia documentou e analisou as violações de direitos humanos cometidas no massacre, monitorou o andamento do processo judicial e demandou justiça no julgamento dos responsáveis. As autópsias revelaram que 10 dos 19 mortos foram executados, inclusive à queima roupa, e outros foram mutilados até a morte com suas próprias ferramentas de trabalho.

Essas fortes imagens mostram a dor do massacre, mas também retratam a força da resistência, da solidariedade e da esperança. Esperamos que elas nos estimulem a não mais aceitar a impunidade para os crimes cometidos contra defensores de direitos humanos.

Abraço,

Atila Roque
Diretor Executivo
Anistia Internacional Brasil

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