Desvincular
benefícios do mínimo é um crime
O ministro do Trabalho e Previdência
Social, Miguel Rossetto, reagiu com indignação à notícia de aliados do
vice-presidente Michel Temer na investida golpista: vão insistir na proposta de
desvincular benefícios – incluindo os da Previdência – dos reajustes concedidos
ao salário mínimo. Para Rossetto, tal desvinculação, que está na plataforma de
um eventual governo Temer/Cunha, é "um crime".
"Essa proposta é um crime contra 22
milhões de aposentados urbanos e rurais que conquistaram dignidade a partir
dessa vinculação", disse Rossetto, em nota divulgada por sua assessoria.
Segundo o texto do Ministério, "a
vinculação dos pagamentos previdenciários ao reajuste do salário mínimo é um
dos grandes responsáveis pela retirada de famílias da linha pobreza".
No documento do PMDB, Ponte para o
Futuro, que norteará uma eventual gestão do PMDB - caso o impeachment seja
levado adiante -, está escrito que "outro elemento para o novo orçamento
tem que ser o fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios
previdenciários e tudo o mais. A cada ano o Congresso, na votação do orçamento,
decidirá, em conjunto com o Executivo, os reajustes que serão concedidos".
Notícias veiculadas na mídia nos últimos
dias confirmam que o grupo ligado a Temer está disposto a encampar a impopular
medida, como uma forma de evitar, ao menos em um primeiro momento, a elevação
de impostos. O resultado seria a possibilidade de aposentados e pensionistas,
por exemplo, não terem seus benefícios reajustados e passarem a receber menos
que o piso nacional, valor já considerado baixo.
Também há a intenção de Temer e seus aliados de acabar com vinculações constitucionais, como
percentuais mínimos obrigatórios a serem investidos em saúde e educação. As
medidas são apontadas como gestos de Temer aos empresários e aos mercados, mas
que trariam prejuízos aos trabalhadores. Isso porque afetariam seu poder
aquisitivo e colocariam em risco o financiamento de áreas essenciais para esta
parcela da população.
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