quinta-feira, 28 de abril de 2016

Movimento contra Dilma Rousseff 'é perversamente sexista', diz 'New York Magazine'


Movimento contra Dilma Rousseff 'é perversamente sexista', diz 'New York Magazine'

'Não há duvidas de que processo de impeachment vem de longo histórico de tratamento misógino' contra a presidente, afirma revista norte-americana
Um artigo publicado na última sexta-feira (22/04) no site The Cut, pertencente à revista norte-americana New York, afirmou que a campanha a favor do impeachment da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, “é perversamente sexista”.
Roberto Stuckert Filho/PR

Em março deste ano, a ONU Mulheres Brasil criticou "violência política de ordem sexista" contra a presidente Dilma Rousseff
“Não há duvidas de que o processo de impeachment vem de um histórico mais longo de tratamento misógino contra [Dilma] Rousseff”, diz o artigo, intitulado “A campanha pelo impeachment da presidente do Brasil é perversamente sexista”. Entre os exemplos citados pelo autor Marc Hertzman estão o mote pró-impeachment “tchau, querida”, o adesivo de carro que representa Dilma com as pernas abertas e as críticas à imagem da presidente, que é “contrastada com as também sexistas representações da ‘típica’ mulher brasileira voluptuosa e sexual”.
O artigo aponta ainda que os dois antecessores mais recentes de Dilma na Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, receberam acusações similares às que motivam o processo de impeachment contra a atual presidente, porém nunca tiveram um processo de impeachment aceito pelo Congresso.
 

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O artigo do The Cut ressalta que o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, que seria alçado à presidência caso o impeachment de Dilma seja aprovado, foi citado diversas vezes em delações de acusados na Operação Lava Jato, que investiga pagamento de propinas e desvio de verbas públicas da Petrobras. "Pelo menos por ora, ele parece destinado a substituí-la, o que seria o cúmulo de um caso sexista de 'dois pesos, duas medidas'", escreve Hertzman.
“Como nos EUA, o tratamento dado à mulher mais proeminente da política do país é amplamente em razão do sexismo”, diz o artigo. No mês passado, a ONU Mulheres Brasil condenou por meio de um comunicado a “violência política de ordem sexista“ contra a presidente Dilma.
“O espetáculo de uma turba política formada quase inteiramente por homens brancos gritando na Câmara dos Deputados, cartazes levantados, rostos avermelhados e vozes roucas pode se tornar a imagem que irá perdurar sobre o atual momento político do Brasil”, afirma o artigo no último parágrafo.

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