'Extremistas tomaram o controle de Israel', diz ministro da Defesa israelense ao renunciar
Para Moshe Ya'alon, 'políticos antigos escolheram o caminho da segregação'; Ya'alon disse que disputará liderança do país após 'dar um tempo na vida política'
Moshe Ya'alon, político israelense que renunciou ao cargo de ministro da Defesa de Israel nesta sexta-feira (20/05), declarou ao renunciar que “extremistas tomaram o controle de Israel”.
“Para minha grande tristeza, elementos extremistas e perigosos tomaram o controle de Israel e do Likud [partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu] e estão abalando as fundações e ameaçando machucar seus habitantes”, disse Ya'alon em pronunciamento à imprensa, acrescentando que “a maioria de Israel é sã” e tem como objetivo promover um país “judeu, democrático e liberal”.
EFE
Moshe Ya'alon disse à imprensa que após afastamento da política irá 'competir pela liderança nacional de Israel'
Moshe Ya'alon disse à imprensa que após afastamento da política irá 'competir pela liderança nacional de Israel'
“Tristemente, políticos antigos no país escolheram o caminho da incitação e da segregação de partes da sociedade israelense em vez de unificá-la”, disse o agora ex-ministro da Defesa. “Eu expressei minha opinião sobre o assunto mais de uma vez”, afirmou Ya'alon, que disse sentir “preocupação” pelo futuro do país. O pronunciamento à imprensa foi feito após ele comunicar a Netanyahu, na manhã de sexta, a decisão de renunciar.
No mesmo dia, Ya'alon renunciou também a seu cargo no Knesset (Parlamento israelense) e disse que irá “dar um tempo na vida política”. “Não tenho intenção de deixar a vida pública ou política, no futuro eu voltarei para competir pela liderança nacional de Israel”.
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Ya'alon citou no pronunciamento desentendimentos com Netanyahu. “Nos últimos tempos me vi em profundo desacordo em assuntos morais e profissionais com o primeiro-ministro, alguns ministros e diversos parlamentares”, afirmou.
Netanyahu e Ya'alon tiveram episódios de desentendimento que se tornaram públicos. O ex-ministro da Defesa defendia que militares do país pudessem expor suas opiniões sobre o país, postura condenada pelo premiê.
No início deste mês, o vice-comandante das Forças de Defesa de Israel, o major-general Yair Golan, declarou que vê “sinais” no país do que ocorreu na Alemanha nazista. Netanyahu telefonou para Ya'alon e classificou a fala de Golan como “inaceitável”. Ya'alon disse ter “total confiança” no major-general, que, depois da repercussão negativa, emitiu um comunicado no qual disse que não teve a intenção de criticar o governo, nem as forças de segurança.
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