GOLPE - O FILME
Sebastião Costa*
Qualquer brasileiro mais
consciente cravaria na mega sena, o PMDB querendo abocanhar o poder. Como tinha
o PSDB no lance, que levou três ministérios, no jogo do bicho, a outra opção
era ir de tucano, dividindo o festim de Brasília. Mas, deu mesmo foi a
Lava-Jato na cabeça.
E pela nitroglicerina que carrega os
áudios, se a mídia tradicional cumprir o seu papel de 'vigilante da ética' como
fez com o PT, não fica pedra sobre pedra, nem PMDB sobre PMDB, nem mesmo
Supremo sobre Supremo. E Temer não se equilibra um mês na corda bamba do
Planalto.
Vai ser muito interessante acompanhar a
condução de um governo ilegítimo, sem votos, sem popularidade e rodeado de
corruptos.
E o povo nas ruas!
A coisa foi tão braba que o patrocinador
oficial do golpe, o sistema Globo, enviou uma ordem ao Presidente interino em
editorial do jornal: "Ou tira o homem ou lulopetismo volta a tomar
fôlego".
Vamos juntar as peças desse filme
policial. Como compete a um bom enredo do gênero, começa com um tiroteio
violento em cima do mensalão. A seguir, muitas conspirações, traições e
articulações nas sombras das madrugadas brasilienses. Nos cochichos dos
gabinetes, a garantia da participação de dois atores importantes: O Supremo, mais
à frente e os militares na retaguarda.
Dando um toque de suspense, destaque
para a participação de 200 figurantes da Polícia Federal, e muitos jatinhos da FIESP
sobrevoando o palco das filmagens.
Uma cena importante da película que
ajuda a entender o enredo foi a compra de deputados que elegeu o bandido
presidente da câmara e que iria conduzir todo o processo do golpe.
Atuando como coadjuvante, um ator que
ganhou status de artista: o juiz famoso.
Já a participação do protagonista ficou
restrita às sombras e só aparece em cena depois de uma imensa palhaçada
realizada no cenário principal, que lhe garantiu uma faixa no peito.
Só depois de muito suspense, o
espectador tem a certeza de que a máscara do impeachment caiu e o que rolou
mesmo foi um golpe protagonizado por artistas políticos, coadjuvados por atores
do mundo jurídico, policial e empresarial.
A publicidade do filme, como não poderia
deixar de ser, ficou sob a responsabilidade e a competência da PLIN PLIN PRODUÇÕES.
No desfecho final, uma certeza muito
consistente entre a maioria dos espectadores: o filme é uma reprise e a luta
precisa continuar!
* Médico
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