sábado, 28 de maio de 2016

GOLPE - O FILME



GOLPE - O FILME
Sebastião Costa*

 Qualquer brasileiro mais consciente cravaria na mega sena, o PMDB querendo abocanhar o poder. Como tinha o PSDB no lance, que levou três ministérios, no jogo do bicho, a outra opção era ir de tucano, dividindo o festim de Brasília. Mas, deu mesmo foi a Lava-Jato na cabeça.

E pela nitroglicerina que carrega os áudios, se a mídia tradicional cumprir o seu papel de 'vigilante da ética' como fez com o PT, não fica pedra sobre pedra, nem PMDB sobre PMDB, nem mesmo Supremo sobre Supremo. E Temer não se equilibra um mês na corda bamba do Planalto.

Vai ser muito interessante acompanhar a condução de um governo ilegítimo, sem votos, sem popularidade e rodeado de corruptos.

E o povo nas ruas!

A coisa foi tão braba que o patrocinador oficial do golpe, o sistema Globo, enviou uma ordem ao Presidente interino em editorial do jornal: "Ou tira o homem ou lulopetismo volta a tomar fôlego".

Vamos juntar as peças desse filme policial. Como compete a um bom enredo do gênero, começa com um tiroteio violento em cima do mensalão. A seguir, muitas conspirações, traições e articulações nas sombras das madrugadas brasilienses. Nos cochichos dos gabinetes, a garantia da participação de dois atores importantes: O Supremo, mais à frente e os militares na retaguarda.
Dando um toque de suspense, destaque para a participação de 200 figurantes da Polícia Federal, e muitos jatinhos da FIESP sobrevoando o palco das filmagens.

Uma cena importante da película que ajuda a entender o enredo foi a compra de deputados que elegeu o bandido presidente da câmara e que iria conduzir todo o processo do golpe.

Atuando como coadjuvante, um ator que ganhou status de artista: o juiz famoso.

Já a participação do protagonista ficou restrita às sombras e só aparece em cena depois de uma imensa palhaçada realizada no cenário principal, que lhe garantiu uma faixa no peito.

Só depois de muito suspense, o espectador tem a certeza de que a máscara do impeachment caiu e o que rolou mesmo foi um golpe protagonizado por artistas políticos, coadjuvados por atores do mundo jurídico, policial e empresarial.

A publicidade do filme, como não poderia deixar de ser, ficou sob a responsabilidade e a competência da PLIN PLIN PRODUÇÕES.

No desfecho final, uma certeza muito consistente entre a maioria dos espectadores: o filme é uma reprise e a luta precisa continuar!

* Médico

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