Mulher de Cunha gastou US$ 854.387,31 de propina do marido em artigos de grife
Postado em 9 de junho de 2016 às 3:07 pm
Do Estadão:
Na denúncia que entregou à Justiça Federal contra a mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Procuradoria da República sustenta que Cláudia Cruz usou propina paga ao marido no esquema de corrupção da Petrobrás para cobrir elevadas despesas com luxos comprados no exterior. Segundo a acusação, recebida nesta quinta-feira, 9, pelo juiz federal Sérgio Moro, a mulher do parlamentar consumiu US$ 854.387,31 em artigos de grife, como bolsas, sapatos e roupas femininas.
“Os recursos que aportaram na conta de Cláudia Cruz foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior”, aponta a Procuradoria, que atribui à ré os crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas.
“Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos do deputado afastado, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies LLP (Estados Unidos).”
De acordo com a denúncia, Cláudia Cruz ainda manteve depósitos não declarados às repartições federais na offshore Köpek em montante superior a US$ 100 mil entre os anos de 2009 e 2014, o que constitui crime contra o sistema financeiro nacional.
Os procuradores da força-tarefa Lava Jato sustentam que o dinheiro teve origem no esquema de corrupção instalado na diretoria Internacional da Petrobrás. A ação penal proposta na última segunda-feira, 6, foi recebida integralmente nesta quinta-feira, 9, pelo juiz da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que deu publicidade à acusação e determinou nova prisão de João Augusto Rezende Henriques.
Os investigadores apontaram que Cláudia tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos (2008 a 2014), valor totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido. Quase a totalidade do dinheiro depositado na Köpek (99,7%) teve origem nas contas Triumph SP (US$ 1.050.000,00), Netherton (US$ 165 mil) e Orion SP (US$ 60 mil), todas pertencentes a Eduardo Cunha.
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