'Golpe legal' abre caminho para 'privatizações radicais' no país, diz revista 'The Nation'
'Vendas - que também incluem aeroportos e serviços de correio - irão diminuir cosmeticamente o déficit de orçamento do Brasil', afirma artigo
Em artigo publicado na quarta-feira (27/07), a revista semanal norte-americana The Nationafirma que o “golpe legal” cometido no Brasil abre caminho para “privatizações radicais” no país.
O autor, Andy Robinson, inicia seu texto falando do policial militar responsável por evitar que pessoas sejam atropeladas pelos VLTs (veículos leves sobre trilhos que trafegam no nível do solo), instalados neste ano para as Olimpíadas do Rio, e pensa que aqueles abordo devem se questionar por que não foram tomadas precauções por parte do governo carioca para evitar o “real perigo”: “que o Estado do Rio falisse, suspendendo os salários e pensões de milhares de trabalhadores do setor público”.
Esta situação, segundo o autor, pode se estender para o resto do Brasil com o governo do presidente interino Michel Temer, que deu início a um programa de corte de gastos públicos aliado a “privatizações radicais” de empresas estatais.
Como exemplo, o artigo citou a Petrobras, “joia da coroa do PT”. Segundo Luiz Eduardo Melin, conselheiro econômico do ex-presidente Lula durante seu segundo mandato, uma vez que a empresa, assim como outras, esteja a "ponto de falir", "será vendida a alguém por preços excelentes”. “Este alguém pode ser encontrado em Wall Street ou em Houston", diz.
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Agência Efe
Temer deu início a programa de cortes de gastos públicos aliado a "privatizações radicais" de empresas estatais
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A revista ainda pontua que, enquanto o diretor executivo da Petrobrás nega que a empresa será privatizada, “investidores internacionais estão se preparando para esta primeira venda”.
“As vendas — que também incluem aeroportos e serviços de correio — irão diminuir cosmeticamente o déficit de orçamento do Brasil, que, a 10%, está aumentando a dívida pública”, afirma a The Nation, reforçando que, a longo prazo, a privatização irá piorar as finanças públicas.
Além disso, a revista diz que, “pressionado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)”, o ministro das Finanças, Henrique Meirelles, “voltou atrás em sua promessa de aumentar os impostos e, em vez disso, fará mais cortes nos gastos e investimentos”, o que “ameaça a própria base do programa de combate à pobreza do PT”.
“Os mercados financeiros se deliciam com tudo isso”, diz o autor do artigo, afirmando que principalmente os lucros dos bancos — “liderados pelo pró-impeachment Itaú, maior banco da América Latina” — aumentaram muito devido a especulações sobre a dívida pública.
Andy Robinson finaliza seu texto dizendo que todo este cenário acabou dividindo a esquerda brasileira em dois grupos: um que acredita que Lula pode “arrastar o cadáver do PT para a vitória eleitoral em 2018” e outro que é a favor de construir uma alternativa.
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