terça-feira, 23 de agosto de 2016

Tributo à Fidel Castro em seu 90o aniversário

23/08/2016 11:52 - Copyleft

Tributo à Fidel Castro em seu 90o aniversário

O fato de Cuba continuar de pé depois de 25 anos após o colapso da URSS é um testamento do fervor e força revolucionária de Fidel.


DAN KOVALIK, Counterpunch
reprodução
No sábado, 13 de Agosto, o mundo celebrou o 90o aniversário do líder revolucionário cubano, Fidel Castro Ruz, o único indivíduo a ser reconhecido pela ONU como “Herói Mundial da Solidariedade. É muito difícil pensar em um líder mundial mais importante que Fidel. A contribuição que ele fez ao movimento socialista mundial, aos conflitos de libertação do Terceiro Mundo e à justiça social  foi monumental – especialmente quando consideramos que ele foi líder de um país pequeno com quase a mesma população que a cidade de Nova Iorque. Atualmente, o governo colombiano e as guerrilhas de esquerda, FARC, estão engajados em um processo de paz em Havana, e estão próximos de alcançar um acordo de paz final, em grande parte por causa dos esforços de Fidel.
 
Como reconheceu o próprio Nelson Mandela, a África do Sul está livre do apartheid devido à liderança de Fidel auxiliando militarmente os conflitos de libertação no sul da África, especialmente em Angola e na Namíbia, contra o exército sul-africano que estava, então, sendo apoiado pelos EUA.
 
Além disso, a Escola Médica Latinoamericana (ELAM) em Cuba, que treina médicos de todo o mundo, mas principalmente de países pobres, foi criação de Fidel. Hoje, 70 países de todo o mundo se beneficiam do internacionalismo médico de Cuba, incluindo o Haiti onde os médicos cubanos estiveram, de acordo com o New York Times, no front de batalha contra a cólera.
 
Enquanto falamos, Cuba tem centenas de médicos trabalhando nas favelas de Caracas, na Venezuela, onde os médicos venezuelanos têm medo de se aprofundar. Existem médicos treinados em Cuba em partes remotas de Honduras que não são atendidas pelo governo hondurenho. Pacientes de 26 países caribenhos e latinoamericanos já viajaram para Cuba para terem sua visão restaurada por médicos cubanos. Nessa lista está Mario Teran, o soldado boliviano que baleou e matou Che Guevara. Os cubanos não somente perdoaram Mario, como também restauraram sua visão. Cuba também se ofereceu para enviar 1.500 médicos para auxiliar as vítimas do Furacão Katrina, a oferta, no entanto, foi rejeitada pelos Estados Unidos.





 
Como escreveu Piero Gleijeses, professor da Universidade John Hopkins, no livro Conflicting Missions sobre a proximidade de Cuba com a Algéria logo após a Revolução Cubana:
 
Foi um gesto incomum: um país subdesenvolvido apresentando auxílio gratuito a outro também em uma má situação. Foi oferecido em um tempo em que o êxodo dos médicos de Cuba seguindo a revolução forçou o governo a esticar seus recursos enquanto lançava seus programas domésticos para aumentar o acesso em massa à assistência médica. 'Era tipo um pedinte oferecendo ajuda, mas sabíamos que o povo da Algéria precisava mais do que nós e eles mereciam', marcou Machado Ventura [ministro cubano de Saúde Pública]. Foi um ato de solidariedade que não trouxe benefícios palpáveis e teve custo material real.
 
Essas palavras são tão reais hoje como eram na época, enquanto esse ato de solidariedade é repetido por Cuba muitas vezes ao redor do mundo. E, tem sido feito mesmo enquanto Cuba estava sofrendo para sobreviver em face a um embargo de 55 anos pelos Estados Unidos, que custou bilhões de dólares em receita em potencial, e mesmo enquanto tem sofrido com numerosos atos de terrorismo pelos EUA e os mercenários apoiados pelos EUA por anos.
 
Apenas recentemente, fui lembrado do fato de que, nos últimos 25 anos, Cuba tem tratado 26.000 cidadãos ucranianos afetados pelo acidente nuclear de Chernobyl em seu centro médico internacional Tarara em Havana. Cuba continuou a fazer isso, deve ser enfatizado, mesmo que qualquer potencial de auxílio da União Soviética para esse esforço já tenha passado há anos.
 
De acordo com Hugo Chávez, quando ele veio ao poder na Venezuela em 1999, “a única luz na casa na época era Cuba”, significando que Cuba era o único país na região livre de dominação imperial yankee. Graças à perseverança de Fidel e do povo de Cuba, agora boa parte da América Latina foi libertada dos laços com o império yankee.
 
O fato de Cuba continuar de pé depois de 25 anos após o colapso da União Soviética, e prosperar e continuar como baluarte a outros países, é um testamento ao fervor e força revolucionária de Fidel. De fato, a vida de Fidel nesse ponto – uma que os EUA tentaram extinguir em muitas ocasiões – constitui um ato de bravura contra a agressão imperialista e contra a riqueza e o poder. Incrivelmente, Fidel sobreviveu a 12 presidentes norte-americanos.
 
Eu me junto ao mundo em homenagem a Fidel Castro Ruz em seu aniversário, e espero que ele continue a viver e liderar por um bom tempo.
Créditos da foto: reprodução

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