Milhares vão à Avenida Paulista por
"Fora Temer" e “Diretas Já”
A Avenida Paulista foi palco, pelo
segundo fim de semana consecutivo, de um ato político contra o golpe de estado
que afastou, de forma arbitrária, Dilma Rousseff da presidência. No começo da
tarde deste domingo (11), centenas de manifestantes concentravam-se no Vão
Livre do Masp, carregando bandeiras e cartazes reivindicando novas eleições e
com palavras de ordem pelo "Fora Temer".
Laís Gouveia
Inciativa das Frentes Brasil Popular e
Povo sem Medo, o protesto reuniu cerca de 60 mil manifestantes, entre lideranças
políticas e partidárias, entidades dos movimentos sociais e independentes.
Durante a manifestação, ocorreu um ato
político que contou com a presença da Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do prefeito, candidato a reeleição na cidade
de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), além de entidades dos movimentos de
moradia, juventude, sindical, cultural e estudantil.
Na avaliação do coordenador do Movimento
dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guiherme Boulos, a luta contra o golpe se
faz presente cotidianamente nas ruas."Esse ato é mais uma mobilização
contra o governo golpista de Michel Temer, pelas Diretas Já e em defesa dos
direitos dos Trabalhadores, nos últimos dias ocorreram manifestações quase
diárias, demonstrando que há resistência, eles não irão aplicar o progama que
querem e consumar o golpe no Brasil goela abaixo", afirma Boulos.
Retiradas
de conquistas é combustível para luta
Adilson Araújo, presidente da Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), considera que, quanto maior
a perda de conquistas sociais, maior a mobilização nas ruas. "A Frente
Brasil Popular, em sintonia com a Frente Povo sem Medo, vão dando uma resposta
efetiva, manifestações ocorrem em todo país e eu acredito que esse caldo tende
a engrossar, sobretudo a luz das medidas que o governo ilegítimo vem adotando,
há de fato em curso uma agenda extremamente regressiva, que depõe contra
qualquer expectativa de retomada do crescimento econômico".
"O governo faz a opção de apostar
em medidas que irão colocar em cheque a Consolidação das Leis de Trabalho, por
fim na Previdência Social e implementar uma agenda com vistas a
institucionalização do trabalho precário com terceirização irrefreável, bem
como a instituição do chamado Negociado sobre o Legislado, todas essas ações
causarão um período de retrocesso sem precedentes ao país" alerta Adilson.
"Diretas
já para derrubar golpistas"
O presidente do Partido dos
Trabalhadores, Rui Falcão, comentou sobre a recente decisão da sigla em apoiar
a bandeira das Diretas Já. "É uma palavra de ordem que unifica todo
movimento popular, a esquerda, pois tendo o golpe se consumado é preciso
derrubar o governo ilegítimo, e um caminho para isso é a convocação das
eleições diretas", destaca Falcão.
Camila Lanes, presidenta da União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) declara que, apesar de toda a
repressão da polícia militar com os manifestantes, a luta continua.
"Seguimos na luta para derrubar o golpe e reivindicar as diretas já,
Michel Temer pode até convocar o exército para conter os protestos, vamos em
frente em defesa da democracia", ressalta Camila,
Greve
Geral
Edson Carneiro (Índio) , secretário
geral da Intersindical, falou a respeito da proposta de greve geral das
centrais sindicais, que são contrárias a alta taxa de desemprego e a
precarização da Consolidação das Leis do Trabalho, "os bancários estão em
greve, na semana que vem entram os Correios, Petroleiros, Químicos,
Metalúrgicos e no próximo dia 22 estamos construindo um dia nacional de
paralisação, mobilizando um calendário de greve geral, unificando todas as
centrais, podendo barrar as reformas, os ataques às conquistas, derrubando o
governo e retomando a democracia plena no país", conclui.
Logo após o ato político, o protesto o
seguiu na Avenida Paulista sentido a Avenida Brigadeiro Luis Antonio. Em frente
à Fiesp, manifestantes gritavam " Golpistas, golpistas", lembrando do
apoio estratégico da federação no processo de impeachment.
A manifestação encerrou por volta das
20h, com os shows da cantora Tiê e do Grupo Teatro Mágico, no Parque do Ibirapuera.
www.vermelho.org.br 12/09/2016
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