Gilmar,
o Posto Ipiranga de Aécio e de Temer
JEFERSON MIOLA
A rede de postos de
combustíveis Ipiranga faz uma propaganda na qual enaltece a inigualável
versatilidade das suas lojas de conveniências.
Na propaganda, o Posto
Ipiranga é apresentado como o lugar onde se consegue encontrar tudo a qualquer
hora do dia, da noite e da madrugada: ingresso de cinema, padaria,
preservativo, bebida, café, guloseima, passagem aérea, reconhecimento de firma,
jogo do bicho, pão de queijo, ovo de páscoa, tatuagem etc. e, inclusive,
combustível e óleo de motor.
Gilmar Mendes é o Posto
Ipiranga do PSDB, do Aécio Neves e do Michel Temer.
Ele é, em alguns momentos, um
simulacro de juiz do STF e do TSE e, na maior parte do tempo, um militante
partidário faz-tudo do PSDB.
O PSDB, Aécio, Temer e o
bloco golpista sempre encontraram em Gilmar o lugar de abastecimento dos
“itens” necessários para cada passo da conspiração e do golpe que derrubou
Dilma.
A dobradinha com o juiz
Sérgio Moro em março de 2016 na gravação e divulgação ilegal das conversas da
Presidente Dilma, e na posterior anulação da posse de Lula na Casa Civil, é o
ápice da trajetória de Gilmar na dinâmica golpista.
A oligarquia continua se
abastecendo no “Posto Gilmar” para a manutenção de Michel Temer, um moribundo
político investigado por crimes de organização criminosa, obstrução da justiça,
corrupção e prevaricação – todos eles praticados no exercício do cargo usurpado
de presidente da República – e que sobrevive artificialmente, respirando
através de aparelhos.
É desnecessário inventariar
os sucessivos episódios em que Gilmar atuou com perfil nitidamente partidário
usando o disfarce da toga que, vivesse o Brasil um momento de normalidade
institucional, ele jamais teria condições de vestir.
O papel do Gilmar na fraude
do julgamento do TSE para salvar Temer é, sob qualquer perspectiva, repugnante,
e encerra um dos momentos mais deploráveis da história moderna brasileira. É um
daqueles momentos que serão sempre recordados com enorme vergonha.
Gilmar Mendes não é somente
um indivíduo; ele é um importante ator das classes dominantes que atua na arena
política e, por isso, é a expressão da natureza podre desta burguesia que
condena o Brasil ao atraso para preservar o poder a qualquer custo, como
mantendo um governo de ladrões – uma cleptocracia, como já definiram os gregos.
Gilmar é um importante centro
de distribuição de patifarias contra a democracia e o Estado de Direito.
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