A dura missão de “segurar as feras” e não prender Lula
Já disse aqui que um dos piores problemas do autoritarismo é que ele conduz a formulação de uma inabalável convicção de que seus desejos são ou devem ser a realidade.
Qualquer um sabe que, na confirmação da sentença de Lula, o essencial era suspender seu direito de ser candidato.
Mas o ódio se retroalimenta.
Como meninos do MBL, dois vetustos desembargadores fizeram apologia da prisão imediata, reduzindo o papel do STJ e do STF a meros homologadores de suas decisões. O que, aliás, está bem perto da verdade desde que passamos a viver sob o império da Lava Jato..
Nada, também, que não fosse coro, com o perdão da rima, ao Moro, que já tinha sugerido, na sentença, que um dos pecados de Lula tinha sido não pressionar os ministros do STF para mudarem seu entendimento da lei e autorizarem as prisões antes de esgotados os recursos do réu.
A muito custo, retorcendo-se, os colunistas da Globo relutam em juntar-lhes a voz.
Mas sabem que talvez não se consiga conter a monstruosidade que se tornou a aliança entre um Judiciário, um Ministério Público e uma Polícia que se sentem donos da lei, do poder e livres para exercitar seus arreganhos de poder, sob um STF que, há muito tempo, anda a reboque da histeria que impuseram.
O caminho da insensatez é uma ladeira ensaboada, onde a loucura e o ódio só se aceleram.
O confronto vai se tornando inevitável e deve nos encontrar serenos, lúcidos e fortes.
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