Kennedy: Huck e o ‘vale tudo’ de FHC
Ótima análise do sempre correto Kennedy Alencar, integrante da meia-dúzia de comentaristas políticos que, na grande imprensa, não cantam apenas em coro. Discordo da possível sobrevida que possa ter Luciano Huck se optar por vai um “fiz-que-ia-não-fui” porque carimbou na própria testa o “vacilão” desqualificante. Mas chamo a atenção para uma frase de Kennedy, que diz mais do que muita gente admite, a esta altura: “FHC tem se movimentado como se fosse um lutador de Vale Tudo para achar uma alternativa que impeça a qualquer custo uma vitória do PT ou da centro-esquerda, seja Lula candidato ou não.”
Leia a íntegra de seu comentário na CBN, republicado em seu blog:
Huck e FHC saem mal
de aventura; Alckmin ganha
Kennedy Alencar, em seu blog e na CBN
O apresentador de TV Luciano Huck desistiu novamente de concorrer à Presidência. Mas é prudente aguardar até 7 de abril. Em apenas três meses, ele desistiu duas vezes de ser candidato ao Palácio do Planalto. Convém esperar até o prazo final de filiação partidária para dar o caso como definitivamente encerrado.
Huck e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saem mal desse episódio. Invocando representar uma novidade, Huck teve comportamento de político tradicional. Negou o desejo de concorrer enquanto fazia consultas para tentar arregimentar apoio partidário que fosse além do PPS. Fracassou. O DEM fugiu da raia. Huck viu que se meteria numa canoa furada.
O apresentador de TV entrou e saiu da discussão política sem apresentar uma ideia que pudesse justificar uma eventual candidatura. Foi um fenômeno vazio.
FHC também sai mal porque tentou patrocinar uma aventura que expôs deslealdade em relação ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nome mais forte do PSDB para disputar o Palácio do Planalto. FHC tem se movimentado como se fosse um lutador de Vale Tudo para achar uma alternativa que impeça a qualquer custo uma vitória do PT ou da centro-esquerda, seja Lula candidato ou não.
A má notícia para Alckmin é que o ex-presidente tucano poderá continuar procurando um Plano B. Mas o governador de São Paulo, jogando parado como fez com o prefeito João Doria, sai bem desse episódio. Apesar de contrariado com a deslealdade de FHC, não passou recibo público nem hostilizou Huck.
O apresentador de TV desistiu em função das próprias fragilidades. Viu que o escrutínio presidencial não seria brincadeira, a começar pela revelação de compra de jatinho com dinheiro barato do BNDES. Não suportou o primeiro teste sobre sua vida financeira e anteviu o pântano que poderia ser exposto.
Alckmin pode acabar sendo o principal candidato do campo de centro-direita por WO. Outros nomes desse campo não têm o seu peso político _tampouco a sua experiência e paciência. Superar Jair Bolsonaro (PSL), de extrema-direita, continuará a ser um obstáculo para Alckmin, que ainda precisará vencer batalhas internas no PSDB e no seu campo político em busca por alianças.
Mas é inegável que o governador paulista tem mais peso do que Huck, que está saindo de fininho de uma batalha para a qual não demonstrou o menor preparo. Lição desse episódio meio “Viúva Porcina”: política é algo muito importante para ficar a cargo de amadores.
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