ESTADO DE EXCEÇÃO
Dilma: 'Palocci mente para sair da prisão e Globo faz jornalismo de guerra'
Ex-presidenta divulga nota em que acusa jornal da família Marinho de usar jornalismo para "eliminar Lula e Dilma da vida política nacional" e que delação de Palocci 'não está sustentada em provas'
por Redação RBA publicado 26/04/2018 16h29
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São Paulo – Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, a ex-presidenta Dilma Rousseff afirma que o ex-ministro Antonio Palocci mente “para sair da cadeia”. Segundo Dilma, Palocci não tem provas para sustentar acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ela própria.
A nota é uma resposta ao jornal O Globo desta quinta-feira (26), segundo o qual Palocci teria fechado acordo de delação. De acordo com a ex-presidenta, o jornal pratica um “jornalismo de guerra” para “eliminar Lula e Dilma da vida política nacional". A regra do veículo da família Marinho é a do “justiçamento midiático”, acrescenta.
Palocci já afirmou que teria participado de uma reunião com Lula, Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil, e o presidente da Petrobras na época, Sergio Gabrielli. O encontro teria acontecido em “meados de 2010”, no Palácio da Alvorada, para tratar de financiamento de campanha. “Essa reunião jamais existiu”, diz Dilma.
“A delação implorada do senhor Antonio Palocci tem um problema central. Não está sustentada em provas.”
De acordo com a petista, Palocci faz um “esforço desesperado de obter a liberdade” e tenta criar uma narrativa para “agradar os investigadores, na esperança de que possam deixá-lo sair da prisão”.
No Brasil de hoje, onde vigora o Estado de exceção, “a submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões”, afirma Dilma.
As delações de implicados em corrupção em sintonia com a linha de acusação sustentada pelos operadores da Lava Jato têm sido a base do processo em que o ex-presidente Lula foi condenado e aprisionado. O ex-presidente afirmou reiteradas vezes que todo o processo é sustentado por uma sucessão de mentiras.
"O jornal O Globo mentiu, quando disse que eu era dono do apartamento. A Polícia Federal mentiu, quando fez o inquérito; o Ministério Público mentiu, quando fez a acusação; o Moro mentiu, quando me condenou; o TRF4 mentiu, quando manteve a pena e ainda aumentou", disse, na ocasião de lançamento do livro Luiz Inácio Lula da Silva – A Verdade Vencerá (Editora Boitempo). "Eles só podiam sustentar essa mentira porque tinham o apoio dos meios de comunicação."
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