segunda-feira, 7 de maio de 2018

FACES DO GOLPE Pastoral da Terra lança campanha pela libertação de Padre Amaro


FACES DO GOLPE

Pastoral da Terra lança campanha pela libertação de Padre Amaro

Preso preventivamente sem provas, Padre Amaro é mais uma vítima da presunção da Justiça no país, que atua politicamente contra a luta por direitos e, no caso do sul do Pará, contra o direito à terra
por Redação RBA publicado 05/05/2018 16h19
REPRODUÇÃO/MASSA ESTÚDIO
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Padre Amaro foi preso sob acusação de assédio sexual, mas carência de provas apontam para sua inocência
São Paulo – A Comissão Pastoral da Terra lançou campanha pela libertação do Padre José Amaro Lopes, preso desde 27 de março, sob acusações de assédio sexual, mas até agora sem provas. A prisão se deu em caráter preventivo, por decisão do juiz da Comarca de Anapu (PA). A campanha pede que os defensores do padre enviem e-mail para a desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA), Vania Lucia Carvalho da Silveira, responsável pela análise do pedido de Habeas Corpus em favor de Padre Amaro.
A prisão do Padre Amaro é mais um episódio que marca o conflito fundiário no sul do Pará. “Ele (Padre Amaro) começou a trabalhar com a própria irmã Dorothy, e eles conviveram com o povo que passou a ocupar terras públicas na região de Anapu. Quem foi responsável pela morte dela imaginava que matando a Dorothy ia amedrontar o povo, que ia deixar a terra para os grileiros ocuparem. Isso não aconteceu”, afirmou Jeane Bellini, da coordenação nacional da CPT, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, nesta sexta-feira (4).
“O padre e outras irmãs continuaram apoiando o povo que precisava de um pedaço de terra para sustentar a família. Quando os grileiros perceberam que o povo não ia embora, começaram a tentar outras táticas para intimidar pessoas que os enxergavam como responsáveis pelo apoio moral ao povo”, disse ainda Jeane. “Passando os anos e tentando muitas táticas sem resultado, decidiram tramar acusações falsas à pessoa do padre Amaro. Ao invés de matar fisicamente, matar moralmente com acusações sem fundamento”, afirmou.
“Eu visitei as irmãs em Anapu no final de abril e foi impressionante. Disseram que não vão acreditar (nas acusações), já que ele conviveu com elas mais de 20 anos e isso é mentira”, contou. O e-mail da campanha que defende o padre destaca que “por não existir prova alguma, o Ministério Público de Anapu determinou o arquivamento da grave acusação de assédio sexual, feita pela Polícia Civil de Anapu contra Amaro. Na verdade, ele é vítima de grave violação de sua vida privada e de sua intimidade, contrariando a Constituição da República (art. 5º, caput e inciso X), o Pacto internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 17 e 26) e a Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 11 e 24), além de normas infraconstitucionais. Essa acusação leviana causou danos irreparáveis à imagem de Padre Amaro.
Ouça a entrevista:

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