247 - Pouco depois do presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinar o decreto que flexibiliza a posse de armas no país, permitido que um cidadão tenha até quatro armas, as ações da Taurus, uma das maiores empresas de armas, disparam. A expectativa de assinatura do decreto fez os papéis da fabricante de armas se valorizarem em 104,94% só nesses primeiros dias de 2019.
Para chegar a esse resultado, empresas de armas e munições investiram pesado no lobby junto à chamada bancada da bala. Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que as doações da indústria armamentista nas eleições de 2014, quando as empresas ainda podiam financiar campanhas eleitorais, chegaram a R$ 1,91 milhão, com valores distribuídos a 21 candidatos ao cargo de deputado federal, sendo que todos foram eleitos ou ao menos conseguiram vaga de suplente.
O atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, um dos responsável pela elaboração do decreto está entre os candidatos financiados.
"De 2006 até 2014, último pleito em que foi permitida a doação de empresas a candidatos, o porquinho do parlamentar foi recheado com mais de meio milhão de reais da indústria armamentista", destaca Gilvandro.
O jornalista detalha alguns desses valores. Segundo ele, com base em dados da Agência Lupa, o ministro de Bolsonaro recebeu, em 2006, doação de R$ 110 mil da Taurus, a mesma que viu as suas ações dispararem na bolsa após a assinatura do decreto.
Em 2008, a empresa manteve a doação em apoio a sua candidatura a prefeito de Porto Alegre (RS). Mass em 2010, o investimento em campanha saltou para R$ 150 mil, quando ele contou com o incremento da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições que entrou com R$ 100 mil.
Como disse o também jornalista João Paulo Charleaux, "quem planta colhe". Desde 2014, o então deputado federal Onyx apresentou três projetos de leis que pretendiam flexibilizar a posse de armas. "Hoje [com a assinatura do decreto], a segunda parte da entrega", afirmou Charleaux.
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