terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Pelo Mundo Enquanto Trump aplaude o novo presidente fascista brasileiro, Bolsonaro ataca meio ambiente e brasileiros marginalizados

Pelo Mundo

Enquanto Trump aplaude o novo presidente fascista brasileiro, Bolsonaro ataca meio ambiente e brasileiros marginalizados

Em dois dias de mandato, Bolsonaro já deu ordens violando direitos de indígenas e brasileiros LGBTQ

 
08/01/2019 16:04
Brasileiros em manifestação contra Bolsonaro em setembro de 2018 (Raphael Dias/Getty Images)
Créditos da foto: Brasileiros em manifestação contra Bolsonaro em setembro de 2018 (Raphael Dias/Getty Images)
 
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro – cuja posse no dia de ano novo foi louvada pelo presidente norte-americano Donald Trump – não esperou e, na quarta-feira, introduziu políticas mirando no meio-ambiente, indígenas, comunidade LGBTQ e outras populações marginalizadas, tornando reais os piores medos dos progressistas que protestaram contra o presidente misógino e pró-tortura.

Em seu primeiro dia de mandato, Bolsonaro introduziu uma ordem executiva que tomará efetivamente terras de indígenas brasileiros e descedentes de ex-escravos e deu o controle de terras na Amazônia para o ministério da Agricultura; eliminou os direitos LGBTQ das diretrizes de Direitos Humanos do ministério; e estabeleceu o salário mínimo abaixo do valor orçamentado pelo governo Temer.

As ordens executivas são “somente os primeiros degraus que vão ao encontro das promessas de campanha de Bolsonaro de desmantelar a governância ambiental, retirar direitos dos indígenas, e abrir suas terras ao agronegócio”, disse o Observatório do Clima, rede brasileira de grupos da sociedade civil.

O ministro da Saúde de Bolsonaro também indicou, na quarta-feira, que os ataques do governo aos povos indígenas irão além, com corte de gastos em assistência médica à essas comunidades.

Mantendo seu desdém generalizado pela diversidade cultural, de gênero e étnica, Bolsonaro supostamente logo fechará uma agência dedicada à promoção da diversidade nas escolas públicas.

A ativista LGBTQ Symmy Larrat disse à AP que é esperado que o governo Bolsonaro ignore questões que afetam sua comunidade, e que seja feito ainda pior, considerando a descrição que o presidente faz de si mesmo como “homofóbico orgulhoso”.

“Não vemos nenhum sinal de que haverá outra infraestrurua do governo para lidar com questões LGBT”, ela disse à AP.

Nos EUA, a administração Trump reagiu positivamente à posse de Bolsonaro, com a ex-embaixadora da ONU, Nikki Haley, tuitando na terça, “é ótimo ter um outro líder simpático aos EUA na América do sul” e prevendo que o presidente ajudará na luta contra “ditaduras na Venezuela e em Cuba” – mesmo com Bolsonaro louvando a ditadura militar de seu próprio país que comandou o Brasil por duas décadas. 

A advogada de Direitos Humanos, Renata Avila, escreveu na quinta-feira que tais attitudes de políticos poderosos de extrema-direita tornam imperativo que progressistas do mundo todo se unam aos brasileiros na luta para “neutralizar” a destruição que Bolsonaro pretende causar. 

Para “ajudar os brasileiros a resistirem aos ataques aos mais vulneráveis”, escreveu Avila no Open Democracy, jornalistas e outros devem tomar ações concretas incluindo promover “os perfis de progressistas recém eleitos no Brasil”, apoiando governos progressistas locais fortes nas cidades brasileiras, e servindo como supervisores internacionais dos efeitos de Bolsonaro no povo brasileiro, considerando que “é altamente provável que a imprensa do establishment tentará normalizar Bolsonaro se os beneficiários de suas políticas forem grandes corporações e grupos financeiros globais”.

“Do mesmo modo, a sociedade civil latinoamericana precisa ter um papel principal prevenindo os países da região de seguirem a maré de Bolsonaro”, escreveu Avila. “Os riscos locais e globais são muito altos, desde o abandono da causa Palestina até uma possibilidade de intervenção militar na Venezuela.”

“É por isso que estou lançando um chamado amplo de ação e sugerindo alguns pontos de início”, ela continuou. “Uma combinação de compromisso intelectual e jornalístico contra o avanço do fascismo, análise civil rígida, observação internacional, solidariedade, e unidade podem mostrar que aqueles de nós que acreditam na democracia e nos direitos humanos estão em maior número.”

No Twitter:

Victor Pougy - @vpougy

PARA AQUELES NOS SEGUINDO EM CASA, DIA 1 DO BOLSONARO:

-Extinguiu o Conselho de Segurança Alimentar

-Deu o controle da proteção da Amazônia e direitos indígenas ao lobby do agronegócio

-Tirou a comunidade LGBTQ das políticas de proteção de direitos humanos

-Estabeleceu o salário mínimo em um valor mais baixo do aprovado pelo Congresso

Nikki Haley - @NikkiHaley

Parabéns ao novo presidente do Brasil, Bolsonaro. “É ótimo ter um outro líder simpático aos EUA na América do sul, que ajudará na luta contra as ditaduras na Venezuela e em Cuba, e quem claramente entende o perigo da expansão da influência da China na região.

*Publicado originalmente em commondreams.org | Tradução de Isabela Palhares

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