terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Pelo Mundo 'Vamos impichar esse filho da ***': novos e novas combatentes Democratas

Pelo Mundo

'Vamos impichar esse filho da ***': novos e novas combatentes Democratas

Novas figuras políticas no Congresso se empenham para a briga chegar até Trump e progressistas comemoram

 
08/01/2019 11:03
Rashida Tlaib, a primeira palestina no Congresso americano (Carolyn Kaster/AP)
Créditos da foto: Rashida Tlaib, a primeira palestina no Congresso americano (Carolyn Kaster/AP)
 
O 116º Congresso, juramentado na quinta-feira, fez história. Incluiu a primeira mulher muçulmana e a primeira mulher Nativo Americana eleitas ao Congresso, duas das mais jovens mulheres, um número record de mulheres no geral, e se tornou o mais racialmente diverso órgão legislador na história dos EUA.

E a nova turma mostrou que não é parecida com os Democratas do establishment de um outro jeito importante: estão dispostos e são capazes de lutar contra o fogo de Trump com mais fogo.

Entre eles está a congressista de Michigan, Rashida Tlaib, que tinha algumas palavras fortes para o presidente. Falando brevemente em um evento depois de ser juramentada, Tlaib, a primeira palestina norte-americana eleita ao Congresso, relembrou uma conversa que teve depois da vitória.

Ela disse: “E quando seu filho te olha e diz, ‘Mãe, olha, você ganhou. Os valentões não ganham’, e eu disse, ‘Querido, eles não ganham’ – porque vamos entrar lá e impichar esse filho da ****”.

Tlaib já tinha sido bem clara sobre suas intenções em impichar Trump durante sua campanha. Ela tuitou em março: “Por que estou concorrendo? Porque é sobre eleger um júri para impichar o presidente dos Estados Unidos (POTUS) e eu serei uma ótima jurada”.

Tlaib sofreu com críticas dos Republicanos e dos Democratas vistos como antigos submissos, de acordo com rebeldes do novo partido Democrata, por uma suposta incivilidade, mas para apoiadores de esquerda essa é exatamente o tipo de posição que estavam esperando em relação à Trump.

A congressista Ilhan Omar, que nasceu na Somália, passou quatro anos em um campo de refugiados e se tornou a primeira membra do Congresso a usar um hijab, foi juramentada, como Tlaib, com uma cópia do Alcorão. Parecia vigorosa ao tuitar na quinta-feira: “Juramentada e pronta para derrubar pelo povo”. E adicionou um emoji de um punho cerrado.

Alexandria Ocasio-Cortez, a mulher mais jovem já eleita ao Congresso, e já amada pela sua disposição em revidar críticas e políticas Republicanas retrógradas, foi vaiada quando depositou seu voto por Nancy Pelosi para presidente da Câmara. 

Como muitos dos novos e jovens membros do Congresso, cujas discussões nas redes sociais são como sua língua materna, Ocasio-Cortez revidou rapidamente.

Como um símbolo mais sutil da onda da mudança, Kyrsten Sinema, do Arizona, a primeira bissexual assumida do Senado, foi juramentada com uma cópia da constituição ao invés da Bíblia, que é mais frequente. (Sinema foi juramentada pelo profundamente religioso vice-presidente, Mike Pence, não exatamente conhecido pelo seu apoio à comunidade LGBT.)

Com certeza, nem tudo foram gestos simbólicos e discussões partidárias: muitos dos novos membros também estão fazendo o negócio do governo. Ocasio-Cortez passou a semana renovando seus pedidos pelo sistema de saúde de contribuição individual Medicare for All, pelo fim das prisões lucrativas e das detenções da ICE, e lutando por um “Novo Acordo Verde”. Omar se vangloriou da aprovação imediata pelos Democratas de duas novas leis para reabrir o governo, ainda em meio a um encerramento parcial.

Há muita legislação e governância a serem feitas, mas para os Democratas que procuram por razões para ficarem excitados sobre o tom do novo Congresso, e por esperanças e mudanças iminentes, há muita razão para acreditar. 

*Publicado originalmente no The Guardian | Tradução de Isabela Palhares

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