Pior
que um capacho.
A visita do ex-militar aos EUA mostrou de vez a
verdadeira face do entreguismo fascista do novo desgoverno brasileiro. A
badalada visita presidencial a Donald Trump foi uma verdadeira festa de
horrores para o nosso país, mas o paraíso para as pautas estadunidenses.
Suspender a exigência de vistos de entrada no Brasil
para cidadãos dos EUA, do Canadá, do Japão e da Austrália significa não só um
prejuízo para nossos cofres no valor de mais de 60 milhões de reais anualmente,
o valor correspondente às taxas referentes a legalização da entrada dos
estrangeiros. Os dados foram divulgados pelo próprio Itamaraty, o conhecido
Ministério de Relações Exteriores.
Como se não bastasse, o ex-capitão resolveu entregar
também a Base de Alcântara, no Maranhão. O ato de lesa-pátria foi assinado
pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Marcos Pontes (Ciência e
Tecnologia). É claro que nossa Constituição diz que o acordo ainda precisa ser
aprovado pelo Congresso Nacional, mas não dá para esperar muito dos vendilhões
que temos.
Essa covardia já foi rejeitada pelo Congresso
brasileiro em 2001 (Governo FHC). Mais tarde o ilegítimo Temer tentou o mesmo
golpe, mas sem sucesso frente às resistências entre políticos, militares e
acadêmicos. Em 2002, plebiscito organizado por mais de 60 entidades, entre elas
a CNBB e a UNE, perguntou a opinião dos brasileiros sobre o acordo com os EUA.
Mais de 99%, ou 10.006.740 eleitores, manifestaram-se contrários à cessão da
base de Alcântara.
Mas agora, com um entreguista comandando os destinos da
nação, os EUA serão senhores do local mais estratégico em todo o planeta para
lançamento de satélites, além de colocar nosso país como alvo de atos terroristas
internacionais.
E, como se não bastassem todas as besteiras, o capacho
brasileiro resolveu aproveitar a viagem para conversar com os verdadeiros
senhores. Foi visitar a sede da CIA, a Agência Central de Inteligência. O
encontro não foi divulgado na agenda oficial. Participaram da comitiva o
ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, e o deputado federal Eduardo
Bolsonaro.
➤ Adeus ao pré-sal? E aquele ministro que manda em tudo no governo do
ex-capitão não perdeu o tempo para agradar seus patrões. Paulo Guedes afirmou,
na segunda-feira (18), que o governo brasileiro pretende, em alguns meses,
vender o petróleo da faixa do pré-sal. A declaração foi dada durante discurso
na Câmara de Comércio em Washington, durante o qual pediu a empresários que
investissem no Brasil.
“Vocês podem ir lá ajudar a financiar nossas rodovias,
ir atrás de concessões de petróleo e gás. Daqui a três, quatro meses, vamos
vender o pré-sal”, afirmou.
Demonstrando toda a subserviência possível, o ministro
disse que “o governo brasileiro ama” os Estados Unidos. Guedes ainda lembrou
que, ao contrário da China, o Brasil tem déficit comercial com os EUA e pediu
apoio para o país entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
➤ Será que “ele” acreditou? Chegaria a ser ridículo, se não se tratasse de um país
como o Brasil que já teve um futuro nas mãos e deixou ser levado por um bando
de golpistas e vendilhões. Mas essa é a realidade da visita do militar
aposentado aos seus patrões.
“Tenho a intenção de indicar o Brasil como um aliado
fora da OTAN e, inclusive, até mesmo um aliado que pode entrar na OTAN; isso
melhoraria nossa cooperação”, disse Trump depois de uma reunião com capacho
brasileiro, na Casa Branca. Mas a reação de seus “outros” aliados foi imediata.
Trump conseguiu irritar seus parceiros na Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao fazer essa sugestão pois, sendo uma
“major non-Nato ally” (aliado da OTAN) daria ao Brasil privilégios militares
similares aos recebidos pelos aliados estadunidenses. O Brasil poderia, por
exemplo, participar oficialmente do desenvolvimento de tecnologias de defesa,
realizar exercícios militares conjuntos e receber ajuda financeira para a compra
de equipamento militar.
Na sede da Otan, em Bruxelas, representantes da aliança
ressaltaram que a organização não prevê a admissão de outros países não
europeus. Liderada por Washington, a organização tem atualmente 29 membros
plenos, todos, com exceção de Canadá e Turquia, na Europa.
O governo da Alemanha, país-membro da Otan, também
afirmou que o acesso à organização está reservado a países europeus. A
porta-voz do Ministério do Exterior alemão, Maria Adebahr, destacou o artigo 10
do tratado de fundação da Otan.
“A Otan é uma aliança de países vinculados por uma
cláusula de defesa coletiva, cujo campo de aplicação geográfica está claramente
definido do Tratado de Washington de 4 de abril de 1949”, afirmou uma porta-voz
do Ministério do Exterior da França, país-membro da aliança.
Fundada quatro anos após o fim da Segunda Guerra
Mundial, a missão da Otan foi por muito tempo conter a influência da antiga
União Soviética, mas desde a desintegração desta, em 1991, a Aliança Atlântica
decidiu não se restringir apenas à Europa e colaborar com outros parceiros
globais.
➤ Até a Fox News? Conhecida por seu reacionarismo e o apoio que dá ao
governo de Trump, nem mesmo a emissora Fox News conseguiu mostrar uma imagem
razoável do ex-militar brasileiro. É conhecida por sua linha conservadora,
ligada a membros do Partido Republicano, que tem um forte histórico de apoio a
Trump que costuma assistir aos programas e comentar pelo Twitter.
Mas, na noite de segunda-feira (18), a Fox passou uma
entrevista com o pulha e afirmou que o presidente brasileiro tem um histórico
de fazer comentários que não coadunam com “valores americanos”, além de destacar
as “relações” dele e da família com “policiais corruptos e paramilitares”.
“O ex-capitão de extrema direita tem um longo histórico
de fazer comentários que são antagônicos a valores americanos, especialmente
quando se trata da comunidade LGBTQ. Ele defendeu a violência contra brasileiros
LGBTQ, chegando ao extremo de dizer que preferia que 'um filho morresse em um
acidente do que aparecer com um cara. Para mim, ele realmente teria morrido'.
Mas é a relação dele e a da sua família com policiais corruptos e gangues
paramilitares que tem aparecido nas manchetes no momento. Na semana passada,
dois ex-policiais do Rio de Janeiro foram presos pelo assassinato de uma
vereadora no ano passado. E a mídia brasileira tem publicado fotos com
Bolsonaro abraçado com um dos suspeitos. A polícia diz que um dos filhos de
Bolsonaro chegou a namorar a filha do outro suspeito. É difícil imaginar que
Bolsonaro não será perguntado ao menos uma vez na conferência de imprensa de
amanhã [hoje, terça-feira]”, afirmou a apresentadora Kristin Fisher.
É claro que ele negou que tenha ligação com milícias e
com os dois ex-policiais acusados pela morte de Marielle. “Sou ex-capitão do
Exército brasileiro e muitos policiais militares do Rio de Janeiro são bons
amigos meus. Por coincidência um desses supostos assassinos de Marielle morava
do lado oposto da minha rua”!
➤ Vergonha no Chile. A chegada do ex-capitão ao Chile foi marcada por
dezenas de manifestações de protestos contra a sua estadia no país.
O presidente do Senado chileno, Jaime Quintana Leal,
ganhou destaque na imprensa internacional por ter recusado um convite do
governo chileno para participar de um almoço com o pulha brasileiro. Em
entrevista à BBC News Brasil, o parlamentar chileno disse que “os admiradores
de Pinochet não são bem vindos no Chile”. Uma resposta à declaração do militar
aposentado dizendo ser admirador do ditador Augusto Pinochet, que, segundo ele,
“fez o que tinha ser feito” no período em que comandou o país, desde o golpe
militar - que o levou ao poder, - em 1973, até 1990, quando teve de entregar a
presidência a um civil eleito após um plebiscito.
Quintana Leal diz que declarações recentes do
ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, elogiando Augusto Pinochet,
jogaram sal em uma ferida profunda ainda aberta na sociedade chilena. Lorenzoni
disse que Pinochet “teve de dar um banho de sangue” para ajeitar a economia do
país.
Segundo dados oficiais, mais de 3 mil pessoas foram
assassinadas e mais de 30 mil foram torturadas nos anos Pinochet. “Quando ele
se declara um admirador de Pinochet, isso é muito forte. Os admiradores de Pinochet
não são bem vindos ao Chile”, afirma Quinta Leal, manifestando preocupação com
o que a presença do capacho brasileiro “representa”.
Os deputados da coalizão de esquerda Frente Ampla do
Chile entregaram na sexta-feira (22) uma petição ao governo chileno solicitando
que o presidente brasileiro seja declarado “persona non grata” no país, por incitar
a “violência e a discriminação”. E pedem a suspensão de “todos os atos oficiais
que estão programados durante sua estadia, invocando assim a Convenção de
Viena”.
Por sua vez, organizações defensoras dos direitos da
população LGBT, como o Movimento de Integração e Liberação Homossexual
(MOVILH), realizaram uma marcha no sábado (23) em Santiago, acusando o
brasileiro de “humilhar e denegrir as diversidades”.
➤ Lá vai o “governo” descendo a ladeira! Ou deveríamos dizer “desgoverno” uma vez que a
avaliação do ex-capitão vai despencando e já atingiu o mais baixo nível entre
os presidentes mais recentes do país?
Pesquisa da agência Hello Research intitulada Hello Monitor
Brasil, aponta que entre janeiro e fevereiro de 2019 a proporção de pessoas que
acreditam que o Brasil está no rumo certo caiu sete pontos e a das pessoas que
acreditam que estamos no rumo errado aumentou 11, atingindo 51% da população.
Os movimentos ultrapassam a margem de erro do estudo, que é de três pontos
percentuais para mais ou para menos. As maiores diferenças foram sentidas entre
o público masculino e de classe A/B, exatamente os públicos que demonstraram as
melhores avaliações no primeiro mês dessa administração.
Sobre o sentimento que os entrevistados nutrem em
relação ao futuro do Brasil, a soma das respostas positivas “Entusiasmo +
otimismo” caiu 10 pontos percentuais entre janeiro e fevereiro, representando
hoje o sentimento de 40% da população. Esse movimento inverteu a balança, e
agora 50% da população diz sentir-se preocupada ou revoltada com o futuro do
Brasil. A avaliação da administração do ex-militar perdeu oito pontos entre a
soma das respostas “ótimo e bom”, indo de 39% em janeiro para 31% em fevereiro.
Na outra ponta, oscilou quatro pontos para cima as respostas com avaliações
“ruim + péssimo”, que agora representa a opinião 21% da população.
O aumento da criticidade no segundo mês de presidência
ainda refletiu sobre a perspectivas dos brasileiros em sair da crise econômica.
Isso porque, em janeiro, 56% da população acreditava que a crise econômica não
seria superada em 2019, e em fevereiro essa parcela cresceu para 66%.
➤ Enquanto “ele” mete a mão na previdência... Os salários de generais do Exército, almirantes da
Marinha e tenentes-brigadeiros, que são de R$ 22.631,28 com gratificações,
subirão para R$ 30.175,04, caso a proposta de reestruturação das carreiras
enviada ao Congresso pelo capitão da reserva seja aprovada nos moldes
apresentados. O aumento seria de 33,33%.
Fazem parte dessa remuneração os adicionais de
habilitação (73%), para aqueles que concluem cursos de capacitação, de
disponibilidade militar (41%), recebido pelo trabalho sem jornada definida, e a
gratificação de representação (10%), recebida por generais que chefiam unidades
militares. Esses percentuais incidem sobre o soldo básico, de R$ 13.471.
Atualmente, generais, almirantes e tenentes brigadeiros
já recebem 30% de adicional de habilitação, 10% da gratificação de
representação e mais 28% de adicional por tempo de serviço. Com isso, o salário
chega a pelo menos R$ 22.631,28.
Os militares tiveram aumento de soldo durante o governo
Michel Temer. O reajuste médio foi de 25,5% para os salários dos militares da
ativa, inativa e pensionistas. Esse percentual foi divido em quatro parcelas.
➤ Venezuela é ideia fixa de Trump. Tudo planejado a partir da CIA e das recentes viagens
do vice-presidente estadunidense à América do Sul. Agora, durante a visita do
ex-capitão ao Chile, concretiza-se mais uma artimanha contra a Venezuela.
Os presidentes de sete países da nossa região garantem
a criação de um novo bloco que vai receber o nome de Prosur, na verdade mais
uma etapa do projeto estadunidense de impor a ALCA que eles nunca abandonaram,
mas que teve a resistência dos governos progressistas.
A intenção é mudar a correlação de forças na América
Latina e dar à região uma face nitidamente de direita, para substituir a União
das Nações Sul-americanas (Unasur) criada a partir dos conceitos progressistas
e nacionalistas de alguns governos que deram início à resistência ao
neoliberalismo imposto a partir de Washington.
Estavam presentes em Santiago do Chile, para assinatura
do golpe, os presidentes da Colômbia (Iván Duque), da Argentina (Mauricio
Macri), do Equador (Lenín Moreno), do Paraguai (Mario Abdo), do Peru (Martín
Vizcarra), do anfitrião chileno (Sebastián Piñera) e, é claro, do capacho
brasileiro.
O principal motivo para a criação do tal “bloco” é
legitimar uma intervenção na Venezuela, uma vez que Trump não conseguiu o apoio
do chamado Grupo de Lima, como esperava.
➤ Rússia assina novo acordo com a Venezuela. Em abril será assinado um novo acordo de cooperação
entre Venezuela e Rússia para o desenvolvimento da região de mineração no país,
segundo anunciou o Ministério para Desenvolvimento de Mineração e Ecologia do
país.
O ministro informou ainda que haverá uma cooperação na
área de mineração com pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da
Rússia e uma delegação com técnicos venezuelanos já está naquele país para
desenvolver novos projetos em mineração com baixo impacto ambiental.
➤ A máscara vai caindo e o golpe é claro. O ministro de Interior, Justiça e Paz da Venezuela
confirmou a prisão de Roberto Marreno, chefe de gabinete do “opositor” Juan
Guaidó, acusado de fazer parte de uma célula terrorista no país.
“A informação foi obtida com a prisão de Roberto
Eugenio Marrero Borjas, 49 anos, que é o responsável direto da organização de
grupos criminosos e que guardava em sua casa armas de guerra e dinheiro em
divisas estrangeiras durante uma batida em sua casa”, disse o ministro Néstor
Reverol em rede nacional de TV.
Segundo as informações colhidas, Marrero era chefe de
uma “célula terrorista” que tinha o objetivo de assassinar líderes políticos,
militares, juízes e realizar atos de sabotagem nos serviços públicos do país. E
na sua residência foram encontrados ainda veículos, telefones e outras
evidências de “um grande lote de armas” que estaria para chegar.
➤ Cuba cala a boca dos coxinhas brasileiros. Durante muito tempo, desde o governo Lula e passando
principalmente pelo governo de Dilma, os coxinhas usaram o discurso do dinheiro
emprestado ao governo de Cuba para a construção do porto de Mariel. Já naquela
época o nosso Informativo falava que era um grande engano e que o porto teria
uma situação estratégica muito em breve, pela sua posição próxima dos EUA e por
ser rota natural para navios de grande porte que levavam produtos para lá. Um
grande e moderno terminal de contêineres que logo estaria dando grandes lucros.
Mas a pressão da nossa direita deu o golpe em Dilma e o
Brasil parou de investir no porto de Mariel. Agora estamos tomando conhecimento
de que o projeto está em grande avanço e novos usuários estão sendo aprovados
para operação de grandes empresas internacionais e está despertando um enorme
interesse entre empresários estrangeiros, em particular os europeus, que estão
investindo recursos para a ampliação da área.
O governo cubano está investindo na infraestrutura da
região e dos serviços necessários para agilizar o estabelecimento de novos
concessionários. No final de fevereiro foi anunciado que a empresa de capital
canadense WYM Group, S.A, aprovada como usuário da Zona, produzirá e comerciará
papel toalha e produtos de limpeza. Autorizada a operar na ilha por 25 anos a
partir de sua inscrição no Registro Mercantil, esta filial cubana da sociedade
canadense Group Wym INC. produzirá detergentes multiusos e distintos tipos de
papel toalha, segundo informação divulgada no site da Zona.
Suas produções incluirão guardanapos, lenços
descartáveis, papel para cozinha e detergentes líquidos para uso doméstico e
comercial. Com altos padrões de qualidade os produtos estarão destinados tanto
à exportação como para o mercado nacional, diz a nota.
Também em fevereiro, a empresa de capital espanhol
Profood Service, S.A. iniciou suas operações na Zona para a elaboração e
comercialização de produtos alimentícios e máquinas dispensadoras. Seus
produtos são destinados ao setor hoteleiro e à rede nacional de lojas, incluem
sucos e coquetéis concentrados, bebidas para coquetelaria, licores, frutas
secas, cereais e produtos liofilizados como café e cacau, divulgou a ZEDM em
sua conta no Twitter.
E o Brasil já está perdendo milhões de reais!
➤ Sábado: França amanheceu com tropas nas ruas
de Paris. Na sexta-feira (22) a
chefatura de polícia de Paris confirmou que a cidade seria tomada por tropas
para impedir novas manifestações dos coletes amarelos.
O governo de Macron decidiu proibir a manifestação nos
Campos Elísios, a principal avenida na capital francesa e a medida já havia
sido anunciada durante a semana.
Ainda assim, pelas notícias que recebemos no final da
tarde de sábado, o movimento foi para as ruas e conseguiu levar muita gente
para os protestos. As primeiras notícias falavam de seis pessoas presas e que
uma mulher havia ficado ferida durante a evacuação do local. Mas a rede BFMTV
falava em 51 presos, segundo informes da polícia local. E 29 pessoas foram
multadas por estarem na “área proibida”.
➤ Itália desenterra o terror das ditaduras na
América Latina. O Ministério Público
italiano, a Procuradoria-geral e a advocacia do Estado pediram, na
segunda-feira (18), prisão perpétua para os 24 acusados do desaparecimento e
morte de 23 italianos durante a Operação Condor (1970-1980) na América Latina.
Para eles, os autores “sabiam o que estavam fazendo, são os executores
materiais das mortes”.
A Corte de Assis, na sentença de primeiro grau, ditada
em 17 de janeiro de 2017, condenou apenas 8 pessoas, justamente as que
pertenciam a cúpula dos governos, absolvendo 19, sem considerá-las co-autores
dos crimes. Os acusados são ex-membros das juntas militares do Chile, Peru,
Bolívia e Uruguai que operaram na Operação Condor, uma rede de colaboração
entre as ditaduras da América do Sul para reprimir a oposição.
O procurador geral Francesco Mollace disse que “O Plano
Condor era um plano de extermínio sistemático das organizações políticas e de
seus militantes. Nenhum dos líderes dessas organizações fez viagem de retorno
após ser preso, isso é um fato”, disse. “Esses acusados torturavam, passavam
informação para as várias agências de inteligência, tinham uma participação
voluntária nesta máquina de guerra”, disse. “Existe sim uma responsabilidade
difusa. Não é culpa de ninguém? Estas vítimas morriam como moscas pulverizadas.
Os agentes sabiam o que estavam fazendo, cada um deles deu o seu contributo ao
desaparecimento dessas pessoas, do sequestro para fins de desaparecimento. É
justo que se faça justiça e estes imputados paguem por seus crimes”, finalizou
o advogado.
➤ Motivos para os chiliques de Trump. Enquanto o presidente estadunidense descarrega seus
chiliques contra a Venezuela e alimentando o terrorismo de Israel, o cenário
vai ficando cada vez mais complicado para a economia de seu país e para seus
planos de expansão comercial.
O fato é que, desde o início do ano, a Rússia vem
diminuindo seus investimentos em bônus governamentais dos EUA, segundo informes
do próprio Departamento de Tesouro estadunidense. Em janeiro Moscou investiu
apenas 13 bilhões de dólares nos bônus, uma queda em relação a dezembro do ano
anterior e o suficiente para acender uma lâmpada vermelha em Washington.
Durante todo o ano passado a Rússia já vinha reduzindo
seus investimentos que caíram, até agosto, 14 bilhões de dólares. E vale
lembrar que a China continua sendo o principal investidor nesses bônus. Ou
seja, continuar uma guerra comercial com esses países é um suicídio para a
economia estadunidense.
Mas o pior ainda está por vir. Durante os últimos anos
a Casa Branca tem feito “de tudo” para reduzir a influência russa na Europa,
mas o tiro errou o alvo e as coisas se complicam.
A Gazprom, gigante russo de gás, anunciou que pretende
enviar 200 bilhões de metros cúbicos de combustível para a Europa, neste ano. E
a empresa fechou 2018 com uma exportação recorde de gás. O suficiente para
deixar Trump sem dormir por algum tempo.
➤ Trump está armando um novo “barraco”
internacional! Na quinta-feira (21),
Donald Trump anunciou oficialmente através da sua conta no Twitter que apoia e
reconhece a ocupação das Colinas de Golan pelas tropas israelenses. Segundo se
sabe, o Departamento de Estado estadunidense retirou os informes sobre a
ocupação de Golan, mesmo que condenada pela ONU, em 2018, de seus relatórios
sobre “direitos humanos”, mantendo as acusações contra outros países que são
considerados “terroristas” por eles.
Imediatamente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, enviou mensagem para a Casa Branca para agradecer à decisão e por
considerar as Colinas de Golan como parte do território israelense.
Só para lembrar, a região foi ocupada pelo exército
terrorista e genocida durante a guerra de 1967 e o Congresso provou a
integração de toda a região como forma de defesa das fronteiras.
Netanyahu tem viagem marcada para a próxima semana e
vai visitar pessoalmente Trump para agradecer pela posição e traçar novos rumos
para a região. Abaixo, entende melhor a crise.
➤ Repúdio mundial! O anúncio de Trump, reconhecendo as Colinas de Golan
como território de Israel provocou o imediato repúdio internacional. Síria,
Palestina, Turquia, União Europeia e até mesmo os aliados da Liga Árabe
distribuíram notas oficiais repudiando a decisão da Casa Branca.
Imediatamente após a declaração, o Ministério de
Relações Exteriores da Síria divulgou um parecer dizendo que as declarações
eram irresponsáveis e dizendo que a situação na região pode se tornar complexa.
A União Europeia reagiu imediatamente e seus líderes declararam total apoio às
decisões da ONU que não reconhece a ocupação do território sírio por parte de
Israel.
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O porta-voz da Chancelaria
chinesa, Geng Shuang, comentou a declaração de Trump conclamando todas as
partes interessadas a respeitar a decisão da ONU sobre o território ocupado.
Para o governo russo, mudar o
status das Colinas de Golan sem autorização do Conselho de Segurança da ONU
seria uma violação direta às resoluções, segundo María Zajárova, porta-voz da
Chancelaria russa.
➤ Qual a importância da região? 1) Militar: trata-se de uma meseta em localização estratégica na
questão militar que colocaria em risco a defesa de Israel. A artilharia síria
seria capaz de alcançar a maior parte do território norte do país; 2) Economia:
trata-se de uma das regiões mais ricas e desenvolvidas economicamente, mesmo
antes da ocupação, em 1967. Ali se produz 30% de toda a água potável que chega
a Israel e 50% de frutas e legumes, além de ser uma região produtora de vinho;
3) Água: nas Colinas de Golan estão as mais importantes fontes de água da
região. Precisa dizer mais?
(A parte em
azul é a região desmilitarizada criada pela ONU)
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