Moro segue pendurado no que tem o ‘Intercept’
A defesa – e o ataque – de Sérgio Moro, hoje, na Câmara, não o levaram um passo além do que teve domingo, com as manifestações de apoio dos grupos de extrema-direita que faz.
Dificilmente acontecerá algo de novo na audiência, que se prolonga até este momento e, portanto, já é possível avaliar o comportamento do atual ministro da Justiça.
Suas evasivas e as negativas de assumir peremptoriamente que não tinha dito o que tinha sido revelado o deixa na mesma posição de fragilidade que está desde o dia 9 de junho, quando o The Intercept publicou a primeira reportagem.
Depende do que vai aparecer.
Não posso, é claro, adivinhar o que Glenn Greenwald tem em seu arsenal.
Moro não melhorou sua defesa além das alegações de hachker e manipulações sobre as quais não pode dar informações.
Mas a piorou, em muito, quando não foi capaz de responder sobre a investigação da Polícia Federal e do Coaf sobre o autor das reportagens.
Isto é, não foi capaz de negar que estivesse zelando para que as investigações não preservassem a proteção constitucional de fonte jornalística.
Colocou o jornalista como objeto de perseguição policial.
Moro está pendurado na hipótese de não haver um diálogo explícito, de um áudio comprometedor.
Não inverteu as pedras e deixou com seus acusadores, em breve, o próximo movimento.
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