Como
será o amanhã? (11).
Está difícil! Está cada vez mais difícil comentar a
política brasileira e responder ao título do samba da União da Ilha sobre “o
amanhã”. Na mesma semana que o governo dos EUA anuncia que aceita a indicação
do filho do ex-militar como embaixador em Washington, vemos o desespero da
“casa grande” e de seus ocupantes com as repercussões das denúncias feitas por
Grenwald.
Fato
1. Uma mancada totalmente
desnecessária e o país virou piada internacional e arrumou mais um problema com
a França.
No domingo (04), o ministro de Relações Exteriores da
França, Jean-Yves Le Drian, ironizou o que ele chamou de “emergência capilar”
que levou o insano presidente brasileiro a cancelar o encontro agendado para a
segunda-feira (29), durante sua viagem ao Brasil, em uma entrevista no Journal
du Dimanche (JDD). É a primeira vez que ele fala publicamente sobre a
“desfeita” do presidente brasileiro.
Só para registrar, o ex-capitão birrento como uma
criança desmarcou o encontro porque o ministro francês iria também se encontrar
com ONGs brasileiras, que são em sua maioria hostis a ele. E resolveu cancelar
sua entrevista no último minuto. No mesmo horário, postou no Facebook uma
imagem ao vivo cortando o cabelo.
Fato
2. A economia brasileira precisa
de algum impulso para quebrar o ciclo de baixo crescimento, afirmam economistas
até de linha mais fiscalista. Uma das opções mais defendidas recentemente é o
aumento de gasto público com retomada de obras de infraestrutura, como fez o
governo do PT. A necessidade de volta do investimento público, abandonado desde
a crise de 2015-2016 e da lenta recuperação que se seguiu, também ganha adeptos
diante do consenso de que a liberação dos saques do FGTS e do PIS/Pasep vai ter
impacto limitado para impulsionar o consumo. “A economia está de joelhos e para
levantar precisa, inequivocamente, de estímulo fiscal”, diz Simão Silber,
economista e professor da FEA/USP. Segundo ele, o governo deveria avaliar,
entre as obras de infraestrutura paradas, quais poderiam ser concluídas mais
rapidamente para melhorar o nível de emprego. (Valor Econômico – 05/08)
Fato
3. A produção da indústria recuou
em 10 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em junho, na comparação com maio,
mostra a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM) divulgada nesta
quarta-feira. Em junho, a produção da indústria nacional registrou queda de
0,6% ante maio, pressionada pela fabricação de automóveis, que teve queda de
1,7% no mês, como divulgado pelo IBGE na última semana. Nesta quarta-feira, o
IBGE detalha os resultados por região pesquisada. (Valor Econômico – 07/08)
Fato 4. O consumo de energia
primária tem sido freado no Brasil diante da crise econômica. Em 2018,
observou-se um crescimento de 2 milhões de toneladas de óleo equivalente, o que
representa uma alta de 1,3% em relação ao ano anterior, quase metade da média
registrada nos dez anos anteriores, que foi de uma taxa anual de 2,5%. “A
retração econômica diminui a demanda por energia. Na medida em que volta a
crescer a economia, volta também a aumentar a demanda energética”, apontou
analista da Firjan Karine Fragoso. (G1 – 07.08.2019)
Fato
5. O levantamento com a maior série
histórica sobre mercado de trabalho no país, a Pesquisa de Emprego e Desemprego
(PED), acabou, por ordem do ex-militar reformado. A Fundação Seade, ligada à Secretaria
de Governo paulista, anunciou o fim da PED, que começou a ser divulgada em
1985, em parceria com o Dieese, na região metropolitana de São Paulo. Durante
os anos 2000, a pesquisa chegou a ser divulgada em sete regiões – além de São
Paulo, em Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e
Salvador.
Coincidentemente ou não, a parceria na PED termina na
gestão João Doria (PSDB), à frente do governo paulista, ao qual o Seade é
vinculado. Doria tem relacionamento ruim com o movimento sindical. Não foi a
primeira vez que houve uma crise envolvendo a pesquisa, mas em circunstâncias
diferentes: em 2003, o então presidente do Seade, José Eli da Veiga, assumiu
criticando a metodologia da PED e o convênio entre as entidades. Seguiu-se uma
crise com as centrais sindicais, que pediram audiência com o governador Geraldo
Alckmin, também tucano. Ele decidiu pela manutenção da parceria, e Veiga saiu.
Fato
6. Pagos por diária, aqueles que não
fazem parte do quadro fixo de empregados poderiam recorrer à Justiça para
formalizar um eventual vínculo empregatício caso ficasse comprovado, por
exemplo, que a prestação de serviços é habitual, e não extraordinária. Mas a
“reforma trabalhista” acabou com esse direito.
Vigente desde o fim de 2017, o contrato intermitente é
aquele em que a empresa registra em carteira o funcionário, mas sem estabelecer
salário ou jornada fixa. O trabalhador pode ser convocado por alguns dias ou
horas no mês, a depender da demanda por parte do contratante.
Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil criou 408,5
mil vagas com carteira assinada, o melhor resultado dos últimos 5 anos. Mas,
aqui reside a maldade da “reforma”, desse total, 50.345, ou 12,32%, são postos
de trabalho com contrato intermitente (38,4 mil) ou parcial (11,9 mil). Esta
última modalidade já existia, mas foi flexibilizada com a reforma trabalhista,
que virou a Lei 13.467.
Fato
7. Já comentamos isso, mas os dados
agora são mais recentes. O banco Itaú teve lucro recorde em 2018, 25 bilhões de
reais, e anunciou recentemente outra fortuna em ganhos no primeiro semestre, 13
bilhões. Ao comentar o novo resultado, seu presidente, Cândido Bracher, disse
nunca ter visto o Brasil em situação macroeconômica “tão boa”. Motivo: o
desemprego está alto, daí que o País pode crescer sem que a inflação suba
junto.
O retrato do avanço da concentração de renda depois do
golpe contra Dilma pode ser visto ao se comparar a evolução do mercado de
trabalho com o dinheiro aplicado em banco pelos mais ricos. O economista Fernando
Nogueira da Costa, da Unicamp e ex-diretor da Caixa Econômica Federal,
apresentou dados em 2 de agosto, no Conselho Federal de Economia (Cofecon), que
permitem a comparação.
Enquanto a riqueza dos milionários subia 45%, foi de
31% o crescimento do patrimônio financeiro de um outro grupo de endinheirados
que Costa cataloga como “classe média alta”. Já a parcela que Costa define como
“classe média baixa” viu sua riqueza financeira recuar cerca de 20%. Em maio de
2015, as pessoas desse grupo tinham em média 45 mil reais nos bancos, ainda de
acordo a Anbima. Eram 6,2 milhões de pessoas. Em maio, tinham 37 mil. O grupo
somava então 8 milhões de pessoas.
Fato
8. A Universidade Federal do Rio de
Janeiro anunciou que poderá suspender, ainda este mês, a oferta de serviços à
população, como, por exemplo, parte do atendimento no Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão. Em nota, a universidade destaca que
déficits acumulados nos últimos anos mais o corte de verbas, anunciado
recentemente pelo governo federal, dificultam a continuidade dos serviços.
“O bloqueio definido pelo MEC torna a situação ainda
mais preocupante, pois o corte de 30% em média do orçamento discricionário,
destinado aos pagamentos das despesas básicas de funcionamento, resultou no
bloqueio de 41% da principal ação orçamentária da UFRJ destinada a esse fim”,
informou a UFRJ.
Segundo a nota, em custeio a previsão orçamentária para
2019 somava R$ 331,65 milhões e só foi disponibilizado até o momento R$ 169,84
milhões. Na rubrica de investimento, do total previsto de R$ 9,15 milhões, a
universidade acessou R$ 1,25 milhões.
Fato
9. O alucinado que governa o Brasil
demitiu o presidente do INPE por ter divulgado dados sobre o desmatamento no
país, mas isso não replantou as árvores derrubadas. O desmatamento na Amazônia
cresceu 45,5% em 2019, e julho deste ano foi o pior mês já registrado na série
histórica de alertas emitidos para órgãos fiscalizadores, com 2.254 quilômetros
quadrados como potenciais focos de crimes ambientais – uma alta de 278% em
relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são do Deter (Detecção de Desmatamento em
Tempo Real) e as avaliações foram feitas pelo Observatório do Clima. O Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que vem sofrendo ataques do governo
Bolsonaro, não os divulgou – eles foram liberados no portal TerraBrasilis, que
pertence à instituição.
O número ainda não mede a real da situação das
florestas, já que os dados são gerados pelo sistema Deter, cujo objetivo
primordial é alertar o Ibama e outros órgãos de fiscalização ambiental
estaduais. Logo, o sistema possui menor qualidade de imagem e não consegue ter
a dimensão exata da destruição. Os números mais precisos do desmatamento na
Amazônia saem anualmente a partir do relatório do Prodes (Monitoramento do
Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), que apresenta a
área total atingida por corte raso.
Isso
não incomoda? Um trabalhador dormia
junto do chiqueiro em uma fazenda em Ribeirão Largo, no sudoeste da Bahia, como
constatou uma força-tarefa que fiscalizou o local na segunda-feira (5). Foram
encontrados três trabalhadores em condições análogas às de escravo. O local
fica ao lado de outra fazenda, onde em 2018 foram resgatados 19 lavradores.
“Um dos alojamentos, com vigas escoradas por um pedaço
de madeira, ficava ao lado de um chiqueiro, com fezes de diversos animais
espalhadas ao redor. No outro alojamento, os trabalhadores dormiam no mesmo
local utilizado para guarda de alimentos para os animais, com camas improvisadas.
O empregador não fornecia cama, colchão, travesseiros, nem mantas, mesmo com o
clima frio da região”, informa o Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia.
Os trabalhadores se banhavam em uma pequena bica, com
balde e panelas. “A carne usada para alimentação ficava pendurada no varal para
evitar o contato de roedores por ausência de local adequado para refrigeração.
Além disso, as camas eram improvisadas pelos trabalhadores, uma delas ao lado
de comida que seria oferecida às galinhas. O chiqueiro ficava ao lado do
alojamento.”
Ih!
Esqueci... Por “puro lapso”, o
ministro da Justiça e Segurança Pública do insano, Sergio Moro, deixou de
informar em sua prestação de contas uma palestra remunerada ministrada em
setembro de 2016, quando era juiz responsável pelas ações da Lava Jato em
Curitiba. É o que informa reportagem divulgada no domingo (04) pelo The
Intercept Brasil em parceria com o jornal Folha de S.Paulo.
Conforme a reportagem, trata-se de uma palestra
contratada por um grupo de Comunicação gaúcho, o Sinos, que foi mencionada por
Moro em uma mensagem que enviou ao procurador Deltan Dallagnol pelo aplicativo
Telegram, em 22 de maio de 2017. A informação faz parte do pacote obtido pelo
site The Intercept Brasil.
“Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem
organizada e bem paga”, escreveu o juiz. “Passa sim!”, respondeu Deltan,
coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Questionado sobre o valor do cachê recebido, ele disse
que se trata de uma “questão privada”, mas afirmou que a maior parte foi doada
para uma entidade beneficente dias antes da palestra.
O
marreco perdeu uma! O ministro
“nojento” Moro acaba de perder mais uma tentativa de golpe. Em conluio com a
juíza substituta Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, tentou fazer
uma transferência ilegal de Lula da Silva para uma prisão em São Paulo onde
ficaria junto com bandidos, assassinos, estupradores e outros do gênero. Há
analistas que dizem que ele fez isso para testar seu poder junto aos ministros
do STF e ver se ainda era o “senhor absoluto”. Mas o tiro saiu pela culatra.
Conhecido como “marreco de Maringá”, ele foi
vergonhosamente derrotado por um placar de 10 x 1 contra a transferência do
ex-presidente para São Paulo.
Na manhã de quarta-feira, Lebbos acatou um pedido da
Polícia Federal e determinou a transferência de Lula. Além disso, a juíza
declarou que a legislação não tem qualquer previsão de que presos provisórios devam
cumprir pena em sala de Estado Maior. Por isso, ela decidiu pela transferência
a um presídio comum.
Raquel Dodge foi a favor de suspender a transferência
de Lula para São Paulo. Em seguida, o relator do caso, ministro Edson Fachin
votou para manter Lula no Paraná. O único ministro que não acompanhou o relator
foi Marco Aurélio. Para ele, não é competência do STF analisar o pedido e o
caso deveria ser submetido ao TRF4`.
Decisão vale até 2ª Turma julgar pedidos de suspeição
de Moro, o que ainda não tem previsão.
É
muito grave a situação argentina. (Por
Mario Hernández) Segundo o último relatório elaborado pelo consultor Ecolatina:
“A contração de 2,7% do PIB per capita nos posiciona no sétimo país com o pior
desempenho econômico do mundo, segundo projeções do FMI”.
O Banco Central (BCRA) publicou seu relatório sobre a
Evolução do Saldo do Mercado de Câmbio para o mês de junho. Ali se afirma que,
apesar de uma relativa calma cambial, a fuga de capitais permaneceu em níveis
muito preocupantes. Durante o mês, a saída líquida de moeda estrangeira foi de
US $ 1.349 milhões e acumulou US $ 10.881 milhões no primeiro semestre de 2019.
Desta forma, superou a marca alcançada ao longo do último ano em apenas um
semestre.
Desde a chegada de Mauricio Macri em 2015, US $ 72,234
milhões já escaparam do sistema financeiro local. Isso representa o equivalente
a 60% da dívida emitida pela Cambiemos. Em 2016, US $ 27 bilhões escaparam,
enquanto no ano seguinte o vazamento chegou a US $ 22 bilhões. Em 2018, vazaram
US $ 9,9 bilhões do sistema e este ano, o número parece levar a uma produção
recorde.
De acordo com o INDEC, entidade oficial do governo
argentino: 1) a pobreza atingiu 35,9% no segundo semestre do ano passado, quase
quatro pontos percentuais acima da média nacional, o que significa 4,4 milhões
de pobres, 49% em todo o país; 2) 49,6% das crianças menores de 14 anos estão
em situação de pobreza; 3) dos 1.338.000 desempregados na Argentina, 53% vivem
em área urbana e se somarmos os subempregados já estamos falando de cerca de
1,5 milhão de pessoas com sérios problemas de trabalho.
Também é crítica a situação de infraestrutura no país:
1) as instalações elétricas não suportam a demanda de aparelhos de aquecimento
em quase metade das escolas. Em 58,82% das instituições, a estrutura elétrica é
inadequada; 2) mais de um quarto das escolas não têm um abastecimento constante
de água potável, condição fundamental para a vida e a saúde; 3) em três entre
quatro escolas, a Direção Geral de Cultura e Educação (DGCyE) da Província de
Buenos Aires não realiza a manutenção necessária do edifício, incluindo as
instalações elétricas e de gás, a rede de esgoto, análise de água, limpeza de
tanques, telhados e estrutura do prédio; 4) 51,20% das escolas (mais da
metade), não possuem todos os banheiros em boas condições de funcionamento; 5)
44% das escolas não dispõem de equipamentos tecnológicos para a aprendizagem
dos alunos, o que afeta a equidade no acesso ao conhecimento; 6) 55,8% dos
professores consideram que o status de construção das escolas em que trabalham
representa um problema diário.
Na área trabalhista, depois da experiência neoliberal
de Macri, o que sobrou foi: 1) uma estrutura ocupacional precária, com aumento
do hiato de gênero e precariedade do emprego juvenil; 2) o desemprego se
consolidando novamente em torno dos dois dígitos, impulsionado por ciclos
permanentes de demissões coletivas nos setores público e privado; 3) emprego
não registrado novamente em crescimento; 4) salários reais abaixo dos níveis de
2015 e maior desigualdade de renda para os trabalhadores; 5) um processo
avançado de flexibilidade de trabalho na verdade; 6) fundos de seguridade
social e obras sociais afetados; 7) pequenas e médias empresas fortemente
enfraquecidas; 8) as instituições trabalhistas desativadas (como o Conselho do
Salário Mínimo e a Paridade Nacional de Ensino).
E o insano brasileiro está determinado a copiar o
modelo argentino no Brasil!
Um
teste muito importante! Nesse cenário
de caos econômico e crise social, a Argentina vai passar neste domingo (11) por
um importante teste para definir o seu futuro. Estaremos muito atentos nos resultados.
As eleições primárias, abertas, simultâneas e
obrigatórias (STEP), previstas na Constituição argentina, são uma medida do
grau de adesões alcançado pelo Presidente Macri, que aspira a ser reeleito por
mais quatro anos, e o candidato peronista de oposição Alberto Fernández, que
leva a ex-presidente Cristina Fernández como sua parceira de fórmula.
No total, 33.841.837 pessoas, em uma população de 44,3
milhões de habitantes, têm direito a voto em todo o país, 8,8% a mais do que
nos registros eleitorais de 2017.
Macri tem a expectativa de superar o desencanto com a
sua gestão em nome dos cidadãos devido à crise econômica e ao ajuste que
implicou a assinatura de um crédito de 56,3 bilhões de dólares com o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Seu principal adversário é o advogado Alberto
Fernández, que foi chefe de gabinete nos quatro anos de mandato de Néstor
Kirchner (2003-2007), falecido em 2010, e nos sete meses iniciais da
administração da atual senadora Cristina Fernández, que acompanha a vice-presidência
como requerente.
No total, são apresentadas 10 fórmulas presidenciais,
que devem obter pelo menos 1,5% dos votos para continuar na corrida para as eleições
gerais de 27 de outubro.
As pesquisas de intenção de voto dão a Alberto
Fernández uma ligeira vantagem de dois a cinco pontos e o escrutínio permitirá
ver quão perto ou longe Fernández ou Macri ficam com 45% dos votos, a base que
eles precisam para vencer na primeira rodada em outubro e evitar uma eventual
votação com o segundo mais votado em novembro.
Venezuela
não vai se curvar. O presidente
Nicolás Maduro anunciou na noite de quarta-feira (07) que o governo não irá
participar da nova rodada de diálogos com a oposição em Barbados, previstas
para quinta (08) e sexta (09). A decisão vem após as novas sanções impostas
pelos EUA contra o país e que foram aprovadas pelo autodeclarado presidente
interino, o deputado opositor Juan Guaidó.
“Nestas condições, não”, disse Maduro, ao mesmo tempo
em que reiterou seu rechaço ao bloqueio que, para o governo venezuelano, busca
asfixiar a economia ao atacar a capacidade do governo de importar alimentos,
remédios e outros insumos para o país.
“Temos um diálogo permanente com diversos setores, e os
de Barbados são diálogos com o setor opositor extremista. Muita gente me
pergunta porque estou dialogando com os que quiseram me matar, e eu disse que
há que se dialogar para conquistar a paz”, afirmou.
O diálogo entre o governo e a oposição, mediado pela
Noruega, estava acontecendo em Barbados desde julho passado. No entanto, na
última segunda (05/08), o presidente norte-americano Donald Trump determinou
novas sanções contra a Venezuela, impondo, na prática, um bloqueio financeiro
praticamente total.
O
que pretende Trump? Já é bem grande o
número de organizações internacionais que expressaram solidariedade à Venezuela
pelas novas medidas impostas por Trump e que prejudicam o povo venezuelano.
A Casa Branca lançou agora uma nova agressão contra a
Venezuela com a emissão de novas sanções, confirmando isso como uma nova
tentativa de desestabilizar o governo do presidente Nicolás Maduro.
Essas novas medidas foram as mais duras adotadas por
Washington contra um governo do Hemisfério Ocidental em mais de 30 anos. Neste
contexto, surge a pergunta: o que os EUA estão procurando com suas ações?
Em 7 de julho, foi anunciada a continuação dos diálogos
entre o governo e a oposição venezuelana, com a medição do governo do Reino da
Noruega. Com as medidas tomadas por Trump, fica clara a intenção de dinamitar
os prováveis acordos que poderiam ser previstos entre o chavismo e a
oposição, uma vez que o sufocamento econômico contra a Venezuela é um dos pontos essenciais
discussão
Fica claro também que Trump está de olho na sua
reeleição e está “organizando” os cenários eleitorais na política interna dos
EUA. E decide agir em correspondência com os setores que compõem as “oposições”
cubana e venezuelana, localizadas na Flórida, um estado eleitoralmente
determinante nos EUA.
O
papa está preocupado! O papa Francisco
criticou o nacionalismo por conduzir a guerras e disse que o populismo não
reflete a cultura popular, em uma entrevista publicada no jornal La Stampa, na
sexta-feira (09). As declarações acontecem em meio à crise política deflagrada
na Itália pela extrema direita do ministro do Interior Matteo Salvini, que
pediu a realização de eleições antecipadas no país.
“O nacionalismo é uma atitude de isolamento. Estou
preocupado, porque ouvimos discursos que lembram os de Hitler em 1934.
'Primeiro nós. Nós, nós': estes são pensamentos aterrorizantes”, afirmou o
pontífice.
Na entrevista, o pontífice falou também sobre Europa,
Amazônia e meio ambiente. “A Europa não deve ser desfeita, devemos salvá-la.
Ela tem raízes humanas e cristãs. Uma mulher como Ursula von der Leyen pode
reviver a força dos Pais Fundadores”, disse ele, em referência à nova
presidente da Comissão Europeia, eleita em 2 de julho passado.
Francisco mencionou várias catástrofes ambientais,
falou sobre a perda dos recursos do planeta e relembrou uma reunião recente com
pescadores que lhe disseram que coletaram seis toneladas de plástico nos últimos
meses.
“A ameaça da vida das populações e do território deriva
dos interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da sociedade”,
disse, ao comentar sobre os riscos para a floresta amazônica.
Portugal
atravessa problemas. O governo de
Portugal decretou, na sexta-feira (09), a situação de “crise energética” que
entra em vigor a partir da meia-noite deste sábado (10) por conta de uma ameaça
de greve dos caminhoneiros que pode afetar o transporte de combustível no país.
“É inequívoco que se houver greve vão haver
perturbações no conjunto das atividades econômicas. Agora, a partir do momento
em que é estabelecida uma rede de postos de abastecimento estratégica, nós
temos absolutamente asseguradas as condições vitais para a segurança, saúde,
transporte de passageiros, para o fornecimento d’água, para a recolha do lixo”,
afirmou o ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes.
Ainda nesta sexta-feira, o primeiro ministro de Portugal,
Antonio Costa, decretou a formação de um gabinete de crise para tratar da
ameaça de greve. A paralisação está marcada para começar na próxima
segunda-feira, dia 12, por tempo indeterminado.
Foi estabelecida a Rede de Emergência de Postos de
Abastecimento (REPA), formada por 374 postos. Do total, 54 vão ser exclusivos
para viaturas da área da segurança e serviço público. Nos outros 320,
destinados ao público em geral, a venda vai ser limitada em até 15 litros de
gasolina ou diesel por veículo. Nos postos que não integram a REPA, veículos de
passeio vão poder abastecer até 25 litros e viaturas pesadas até 100 litros.
Resposta
à altura! O Ministério do Comércio da
China anunciou na segunda-feira (05) que empresas chinesas suspenderam as
compras de produtos agrícolas dos EUA.
A medida faz parte da guerra comercial entre China e
EUA. Segundo a agência Reuters, além da suspensão das compras de mercadorias
agrícolas, a China cogita impor novas tarifas sobre todos os produtos do setor
vindos pelos estadunidenses.
“A capacidade de mercado da China é grande, com
prospectos brilhantes de importação de produtos agrícolas de alta qualidade dos
EUA”, disse o Ministério, afirmando que espera que Washington mantenha suas
promessas de criar “condições necessárias” para a continuidade da cooperação.
Donald Trump ameaçou os chineses com a imposição de uma
tarifa de 10% sobre US$ 300 bilhões em importações de produtos da China.
Mais cedo, a China também havia anunciado a
desvalorização de sua moeda, o Yuan, frente ao Dólar dos EUA, o que gerou impacto
sobre o mercado financeiro.
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