Por Previdência e educação, 150 cidades realizaram atos em todo o país; veja como foi:
Manifestações começaram pela manhã e se estenderam durante a terça-feira (13), dia nacional de mobilização
Nesta terça-feira (13) foram realizados atos em todas as regiões do país, como parte de mais uma jornada de luta pela Educação pública de qualidade e contra a reforma da Previdência, a principal meta da política neoliberal do ministro da Economia Paulo Guedes, aprovada pela Câmara Federal e tramitando no Senado.
Sindicalistas, estudantes, trabalhadores e ativistas dos movimentos populares foram à ruas para denunciar as ações de desmonte e precarização do atual governo. Protestos estão previstos em pelo menos 150 cidades.
Elineudo Meira
A concentração em São Paulo durante a tarde ocorre na Avenida Paulista
Em Petrolina (PE), o cantor e poeta Maviael Melo recitou um cordel sobre o cenário político. “Quero o que é meu por direito constituído: saúde, lazer, habitação e educação. Isso não é pedido. É a palavra de ordem do povo a se levantar. Não venha sua desgraça, você não vai nos enganar, sua falácia nojenta, sua bandeira cinzenta não vai nos representar”, declamou no início do ato.
Na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, estudantes protestaram o viés privatista presente no programa Future-se, apresentado pelo Ministério da Educação do governo Jair Bolsonaro (PSL).
Em Brasília, o ato pela educação se somou ao último dia da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas. A manifestação seguiu até o Congresso Nacional. Por volta das 10h, os manifestantes já tomavam boa parte da Esplanada dos Ministérios e o trânsito de veículos no local foi interrompido.
Na cidade de Quixadá, no Ceará, estudantes e professores do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Estadual do Ceará (Uece) se reuniram na praça José de Barros para promover uma aula pública sobre os impactos negativos do Programa Future-se. Também teve aula pública em Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro.
No Rio Grande do Sul, Paulo Mors, presidente da sindicato dos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criticou o governo Bolsonaro, durante o painel ‘Futuro das Universidades e Institutos Federais no Brasil’, na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UCSPA).
“As barbaridades ditas pelo líder maior do país não são feitas no sentido de fazer piada. Por trás, está o capital rentista. Por trás, está a proposta de aumentar a desigualdade, a exploração dos trabalhadores, a subserviência da Nação”, afirmou.
Na Paraíba, a Marcha das Margaridas saiu da cidade de Conde com destino à João Pessoa onde as camponesas se integraram ao grande ato.
O evento foi promovido pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADUFRGS), dentro das atividades do Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência (Foto:Katia Marko)
Em São Paulo, a concentração começou no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Uma das participantes, Larissa Carvalho Mendes, 22 anos, estudante de Construção Civil da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP) falou ao Brasil de Fato sobre a importância da universidade pública na sua vida e na de seus colegas.
"São realmente pessoas que dependem de um trabalho para conseguir se manter mesmo na faculdade pública. A gente sabe que os custos ainda não são tão acessíveis. Dentro da Fatec a gente não tem tantas políticas de inclusão social, não tem um bandejão, um auxílio estadia. Então a gente vem também reivindicar tudo isso. Se hoje já é difícil se manter dentro de uma universidade estadual, com a cobrança de mensalidades seria impossível", explica, fazendo referência ao projeto Future-se, que abre as portas da universidade pública para a lógica privada.
A estudante Larissa Carvalho Mendes durante a manifestação na Avenida Paulista (Foto: Igor Carvalho)
No Rio, a concentração ocorreu na praça da Candelária, região central da capital carioca. Cátia Barbosa, professora de Geoquímica da Universidade Federal Fluminense (UFF) explica que o futuro da educação está comprometido com os cortes aplicados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). A professora questiona também os efeitos do projeto Future-se, apresentado recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), sem diálogo com as universidades.
"O projeto surgiu das trevas, em pouquíssimos meses que esse novo minisitro se instalou no governo ele já lança uma proposta dessa completamente imatura e sem discussão com a comunidade científica brasileira que mata a ciência brasileira e a educação superior e a esperança de muitos jovens de conseguirem concluir um ensino público no Brasil", afirmou em entrevista ao Brasil de Fato.
Em Belo Horizonte (MG), o ato se concentrou no pátio da Assembleia Legislativa e na cidade de Goiânia, os estudantes lideraram o ato na praça Universitária. Em Porto Alegre, o ato foi na Esquina Democrática.
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