Esse
é um país que vai pra frente. (3)
A expressão vem sendo usada por muitos, mas não há como
fugir do óbvio e repetir a mesma constatação: “pega fogo o cabaré”!
Bem, aqui é preciso uma explicação. A palavra cabaré,
do francês “cabaret”, significa algo muito digno e que merece o nosso respeito.
O cabaré é uma forma de entretenimento teatral ou musical, mas também um lugar
de apresentação de vários tipos de artistas como cantores, humoristas e muitos
outros.
Mas, em algumas regiões do Brasil, o termo “cabaré” é
também sinônimo de “casa de prostituição”. Cremos que o governo do ex-capitão
reformado enquadra-se melhor nesse caso: casa de prostituição!
Fato
1. Há uma briga feia entre o insano
que governa o país e o partido que o elegeu (PSL). A mídia submissa ao poder
tenta fazer os brasileiros acreditarem que são questões éticas ou políticas que
provocam o “racha”, mas a verdade é muito mais simples e o motivo sempre
acompanhou tudo o que envolve a direita e os grandes empresários: é tudo por
dinheiro!
Vamos ser exatos nos dados. Em verdade, estão em jogo
R$ 737 milhões! Isso é o que o PSL vai receber do chamado “fundo partidário”
até 2022.
A verdade é que, antes da eleição do ex-militar o
partido não tinha grana por ter uma bancada irrisória. Mas, no rastro de sua
campanha presidencial, foram eleitos 52 deputados e 4 senadores e vai ter um
dinheiro alto, o maior entre todos os partidos.
E é isso que irritou a família. Acontece que seus dois
filhos são presidentes dos principais diretórios do partido (Rio e São Paulo) e
achavam que iriam mandar no dinheiro. Mas os demais deputados se rebelaram
contra esse poder e o “cabaré” está em chamas.
Fato
2. O líder do PSL na Câmara, o
deputado “delegado” Waldir (PSL-GO) afirmou que pretende “implodir” o
presidente. A declaração aparece em um áudio conseguido pela Record TV. Na
quinta-feira (17), Waldir conseguiu uma vitória contra o presidente e seus
filhos na Câmara. A armação era destituir o “delegado” e colocar em seu lugar o
deputado Eduardo, filho do insano.
No áudio em que os deputados do PSL discutem a
liderança do partido, é possível identificar uma declaração de Waldir: “Eu vou
implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não
tem conversa, não tem conversa. Eu implodo o presidente. Acabou o cara. Eu sou
o cara mais fiel a esse vagabundo”, diz o líder do PSL. Ele aborda a questão
por cerca de um minuto, referindo-se ao presidente com palavrões. A declaração
começa aos 2 minutos e 40 segundos.
Fato
3. E a casa começou a cair. Depois das
declarações do “delegado”, a crise no PSL tem mais um capítulo: o presidente do
partido, Luciano Bivar, decidiu destituir o senador Flávio Bolsonaro e o
deputado federal Eduardo Bolsonaro do comando do PSL no Rio de Janeiro e em São
Paulo, respectivamente. A informação foi confirmada.
Isto representa uma grave derrota da ala ligada ao
ex-capitão na Câmara dos Deputados, já que a casa validou a lista de
assinaturas de deputados que querem manter o “delegado” Waldir no posto de
líder da bancada do partido.
No entanto, a base governista também fez suas
alterações: retirou Joice Hasselmann da liderança do governo no Congresso
porque ela votou na lista favorável a Waldir. E ela já prometeu “botar a boca
no trombone”.
Fato
4. Enquanto a disputa entre “eles”
vira uma briga de foice sem cabo, o Brasil vai perdendo o pouco de
credibilidade que ainda tinha. Servidor de carreira da Fundação Nacional do
Índio (Funai), o indigenista Bruno Pereira foi exonerado do cargo de
coordenador-geral de Índios Isolados, função que desempenhava desde junho de
2018. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 4 de
outubro. Horas antes do afastamento, o dirigente estava combatendo mineradoras
que pretendiam atuar na Terra Indígena Yanomani, em Roraima.
A demissão acontece exatamente no momento em que o
insano pretende apresentar o projeto de lei que libera atividades exploratórias
em terras indígenas, incluindo mineração, e legalização de garimpos.
Fato
5. E o ex-militar reformado por doença
mental não se cansa de armações. Depois de demitir o atual presidente, nomeou
para a direção do INCRA um tal de Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo
Filho, que ostenta um diploma de economista mas é dono de fazendas de gado e
herdeiro de uma das maiores fortunas do Rio Grande do Norte.
O novo presidente do Incra é filho de Geraldo Melo e
Ednólia Melo. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), a família Melo tem cerca de 17 mil hectares de terras no estado – parte
desta área está improdutiva há décadas, desde a falência das usinas de
cana-de-açúcar por má-gestão.
Nessas áreas improdutivas, há cinco acampamentos do
movimento, que reivindica a destinação das terras dos Melo para a reforma
agrária – algo que depende diretamente da atuação do Incra, hoje sob o comando do
herdeiro dos latifundiários.
O INCRA (Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma
Agrária), segundo os humoristas de plantão, vai mudar de nome e agora será
“Instituto Brasileiro Contra a Reforma Agrária”!
Fato
6. Crescendo igual a rabo de cavalo. A
expressão é antiga e significa que “cresce para baixo”. E é disso que estamos
falando.
Diante do cenário de lenta recuperação econômica, a CNI
manteve a previsão de crescimento de 0,9% no PIB e de 0,4% do PIB industrial em
2019, segundo seu Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado na
sexta-feira (11). O estudo explica o fraco desempenho da atividade econômica e
industrial pelo sentimento crescente de que o processo de aprovação das
reformas indispensáveis ao crescimento da economia será mais demorado e
complexo do que inicialmente percebido.
Fato
7. Enquanto a economia para ou “cresce
para baixo”, os ricos não se preocupam. Enquanto um tal de Guedes, ministro da
economia do insano, diz que a Previdência Social terá este ano um rombo de R$
290 bilhões, para justificar sua proposta de “reforma” que vai deixar milhões
de brasileiros sem aposentadoria, a verdade é bem diferente.
Pelo que sabemos, enquanto esse discurso prolifera, o
setor financeiro se apropria de recursos públicos por meio dos títulos da
dívida e permanece incólume frente a uma dívida pública que tem sua
legitimidade questionada. E dívidas bilionárias resultantes de sonegação de
contribuições à Previdência seguem intocadas.
“Essa reforma não era necessária, era necessária uma
reforma de gestão, de fiscalização, de combate à sonegação que soma R$ 600
bilhões por ano, por que não se faz nada para combater? Ou a apropriação indébita,
de empregadores que recolhem dos trabalhadores e não repassam os recursos à
Previdência e chega a R$ 30 bilhões por ano?”, questionou na quinta-feira (10)
o senador Paulo Paim, referindo-se a sonegação total de impostos no país, que
este ano deve atingir R$ 600 bilhões, com um aumento de 74% sobre o ano passado,
que teve sonegação de R$ 345 bilhões.
Ou seja, os grandes sonegam e os trabalhadores vão
ficar com o prejuízo.
Fato
8. Por outro lado, depois do golpe
contra Dilma Rousseff, os ricos ficaram mais ricos e pobres ainda mais pobres.
É o que diz a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) na quarta-feira (16).
De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal do
1% mais rico da população brasileira foi 40 vezes maior do que o dos 50% mais
pobres, em 2018, ano em que a desigualdade de renda no Brasil bateu recorde da
série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
Isso significa que, considerando todas as fontes de
renda, a metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros,
vivia com apenas R$ 413 mensais, enquanto o 1% mais rico, 2,1 milhões de
pessoas, tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa.
Cinco por cento dos brasileiros, 10,4 milhões de
pessoas, sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Outros 30%, 60,4 milhões de
pessoas, com R$ 269.
A
triste situação dos professores. A
matéria publicada no jornal Brasil de Fato mostra a realidade dos professores
no Brasil. Além dos baixos salários, nos constantes atrasos de pagamentos, no
desprestígio causado com as declarações de membros desse governo insano, de se
verem vigiados por uma “patrulha ideológica” e precisarem enfrentar as duras
situações em escolas abandonadas, há fatos que são escondidos pela grande
mídia.
Por dia, 111 professores da rede estadual de São Paulo
foram afastados por transtornos mentais ou comportamentais. Na ponta do lápis,
o ano de 2019 já soma 27 mil licenças médicas por esses motivos até o mês de
agosto.
Esses e os demais dados desta reportagem foram obtidos
com exclusividade pelo Brasil de Fato através da Lei de Acesso à Informação
(LAI).
No estado mais populoso do Brasil, os números
expressivos revelam um cenário de adoecimento dos professores da rede pública.
Os motivos são muitos e variados. Não vamos reproduzir
aqui todos os depoimentos recolhidos pelo jornal, mas as razões para a doença
estar se proliferando com rapidez são muitas. Um dos professores ouvidos diz
que “O nosso cansaço não é um cansaço somente físico. Mas é um cansaço
psicológico, mental, que é muito mais difícil para a gente se restabelecer...”.
Censura
até nas redes sociais. O Facebook
tirou do ar, na terça-feira (15), as páginas das CUT’s Brasília e Santa
Catarina e as dos sindicatos dos Bancários do Mato Grosso, Bancários da Paraíba
e dos petroleiros do Paraná e de Santa Catarina, todas ligadas à Central.
As páginas sindicais desapareceram sem qualquer
explicação. O Facebook se limitou a colocar nas cinco páginas um breve
comunicado dizendo: “Sua página foi tirada do ar – parece que a atividade
recente em sua página não segue as Políticas das Páginas do Facebook. Se você
acreditar que a remoção da sua página foi um erro, poderá contestar esta
decisão e analisaremos novamente a questão”.
Nenhuma das entidades censuradas publicou qualquer
material ofensivo que violasse qualquer regra do Facebook. A última publicação
do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, por exemplo, foi no dia 12 de outubro
quando a página postou uma imagem em comemoração ao dia das crianças. Já os
sindicatos dos petroleiros, compartilharam um vídeo com críticas às afirmações
inverídicas do presidente da Petrobrás na Comissão de Minas e Energia. A CUT Brasília por sua vez postou na terça
informações sobre uma festa cubana, que vai acontecer no Canteiro Central do
Setor Comercial Sul.
Depois da denúncia feita pelo Portal CUT, na
quarta-feira (16), as oito páginas sindicais ligadas à Central retiradas do ar
pelo Facebook foram restabelecidas.
Com
uma “ajudinha” de Trump. Um grupo de
quase 200 entidades brasileiras da sociedade civil lançou na terça-feira (15)
um manifesto contra a candidatura do Brasil à reeleição no Conselho de Direitos
Humanos da ONU. O texto apresenta fortes críticas à atuação do país nos fóruns
internacionais, com ações que, para os signatários, “afrontam a tradição
brasileira acumulada há décadas nas relações multilaterais e que sempre
caminharam na defesa do universalismo dos direitos humanos.”
“Um governo que atua com sérias reservas, que promove
ações que geram retrocessos na efetivação dos direitos e que seja
antiuniversalista não pode querer que a comunidade internacional acredite que
tem efetiva disposição para se comprometer com a realização progressiva,
universal, interdependente e indivisível de todos os direitos humanos para
todas e todos”, diz o manifesto.
Acontece que o Brasil disputava a vaga com a Venezuela
e, sendo duas vagas, Trump não podia deixar a Venezuela ser a grande vencedora
(ver matéria a seguir). A Casa Branca usou seus trunfos e “deu uma ajudinha”.
Venezuela
é eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU! Com 105 votos, a Venezuela conquistou um assento no
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em votação realizada ontem (17)
pela Assembleia Geral da ONU. O primeiro lugar ficou com o Brasil, com 153
votos.
Mas a jogada de Trump foi inteligente. Dando instruções
a seus sequazes, fez a Costa Rica concorrer também apenas para confundir e
tirar votos da Venezuela.
A vitória venezuelana foi ainda mais expressiva ante a
forte campanha por parte dos EUA e de ONGs comandadas pela Casa Branca que
fizeram pressão para que as Nações Unidas rejeitassem a candidatura do país
sul-americano.
Em outras disputas concorridas, o Iraque perdeu no
grupo da Ásia, que elegeu Japão, Coreia do Sul, Indonésia e Ilhas Marshall. A
Moldávia saiu derrotada na corrida pelos dois assentos do Leste Europeu, conquistados
por Armênia e Polônia.
Na África, foram eleitos Líbia, Mauritânia, Sudão e
Namíbia. Já a Alemanha - eleita para seu quarto mandato no órgão - e Holanda
ficaram com as vagas da Europa Ocidental. A eleição dos dois países europeus
foi apenas formalidade, já que eram os únicos concorrentes.
O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006 para
substituir a então Comissão de Direitos Humanos, extinta após 60 anos de
trabalhos devido à crise de legitimidade, motivada por decisões vistas como parciais,
politizadas e desequilibradas. Divididos em grupos regionais, seus 47
países-membros cumprem mandatos de três anos.
Grande
vitória no Equador! Depois de 11 dias
de protestos violentos nas ruas do Equador, o presidente Lenín Moreno, anunciou
na noite do domingo (13), a retirada da proposta que acabaria com os subsídios
nos preços dos combustíveis. A medida visava atender ao Fundo Monetário
Internacional (FMI), que exige um ajuste neoliberal econômico em troca de um
empréstimo de US$ 4,2 bilhões ao país.
O “ajuste” imporia duras perdas para a parcela mais
pobre da população daquele país, especialmente os indígenas, que em sua maioria
sobrevive da agricultura familiar. Somente o fim dos subsídios aos combustíveis
impactaria num aumento de 123% nos preços do produto.
Revoltados com as medidas anunciadas, que incluem
reformas Trabalhista e Previdenciária, os indígenas liderados pela Confederação
de Nacionalidades Indígenas (Conaie) aderiram às reivindicações de taxistas e
motoristas de ônibus e acabaram liderando um levante popular, que teve início
no último dia 2 deste mês. A explosão social deixou, até o momento, sete
mortos, milhares de feridos, mais de 500 pessoas presas e deserção no Exército
(militares de origem indígena e que não apoiam as medidas neoliberais).
Com medo, Moreno chegou a mudar a sede do governo da
capital Quito para Guayaquil, além de implantar toque de recolher para escapar
dos protestos. Mas, a pressão popular surtiu efeito e Moreno foi obrigado a
retirar a proposta de reajuste dos combustíveis.
Após negociações, as lideranças do Conaie anunciaram a
suspensão dos protestos, mas já avisaram que somente após o acordo ser
efetivamente concretizado darão um fim ao movimento.
Vitória
e muita comemoração! Uma noite de
domingo inesquecível. Foi uma celebração fantástica diante da revogação do
decreto 883 anunciado após o diálogo entre o movimento indígena e o governo.
“Este é um teste do que podemos alcançar quando há
união de todos”, disse um dos manifestantes ao ouvir a notícia.
“Obrigado irmão por apoiar os nativos, ajudando em
todos os lugares, obrigado, não foi em vão, vencemos a luta, estaremos sempre
unidos, o povo indígena estará sempre na vanguarda”, disse um jovem entusiasmado.
O diálogo entre as partes havia sido anunciado no dia anterior,
depois que Moreno decretou o toque de recolher indeterminado no meio da tarde.
Aquele dia foi marcado por uma grande mobilização reunindo a todos e
transformado o centro em ruas de barricadas enfrentando a repressão do governo.
Assim, o diálogo era esperado como um ponto de
definição: caso Moreno não revogasse o decreto 883, o CONAIE continuaria
mobilizado, o que significaria uma extensão de um cenário de crise não apenas
em Quito, mas em todo o país. De fato, os protestos foram realizados em diferentes
bairros da capital, além de bloqueios de estradas no país, panelaços noite e
dia, em um cenário de extensão territorial de descontentamento que evidenciou
que não se tratava apenas de uma questão indígena ou de um foco localizado de
conflito.
Lenín
Moreno demite militares! O presidente
do Equador, Lenín Moreno, retirou de suas posições por dois decretos o chefe do
Comando Conjunto das Forças Armadas, Roque Moreira, e o comandante do exército,
Javier Pérez.
O presidente “decreta cessar o exercício de suas
funções como chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas e agradecer ao Sr.
General da Divisão Roque Apolinar Moreira Cedeño pelos valiosos e leais
serviços prestados à Pátria no desempenho de seus deveres”, diz o decreto 895.
Sobre a cessação de funções do comandante do Exército,
o decreto 896 estipula: “Cessar o exercício de suas funções como comandante
geral da Força Terrestre e agradecer ao Senhor Geral da Divisão Javier Pérez
Rodríguez pelos serviços prestados à Pátria no exercício de suas funções”.
A demissão dos dois oficiais militares mais altos do
Equador ocorreu dois dias após o final de uma greve de 12 dias liderada por
movimentos indígenas contra o Governo de Moreno por sua decisão de retirar os
subsídios aos combustíveis.
A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador
( Conaie ) também exigiu a demissão do Ministro da Defesa , Oswaldo Jarrín, e
da Ministra do Governo (Interior) , María Paula Romo.
De
olho na Bolívia. Como temos dito aqui
no Informativo, teremos um final de ano muito movimentado e importante em Nossa
América. O destino das imposições neoliberais pode estar sendo jogado em
processos eleitorais que se darão nos próximos meses, e a Casa Branca trata de
se movimentar com rapidez.
O ex-presidente boliviano, Carlos Mesa, e o senador
Óscar Ortiz são os principais adversários de Evo Morales nas eleições que
acontecem neste domingo (20). Apoiados pela direita tradicional, que governou o
país até 2005, os opositores têm a dura missão de evitar uma vitória do
Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, no primeiro turno.
A pesquisa mais recente, feita pelo instituto Ipsos,
indica que Mesa tem 22% das intenções de voto, doze pontos percentuais a mais
que Ortiz. Morales chegou à casa dos 40%, o que seria suficiente para elegê-lo
no domingo – caso consiga dez pontos percentuais de vantagem em relação ao
segundo mais votado.
Para tentar reduzir essa distância, a oposição tem
adotado a estratégia do “tudo ou nada”. Na última semana, Mesa e Ortiz elevaram
o tom contra o presidente e estiveram no mesmo carro de som em manifestações de
rua que reuniram milhares de pessoas contra o atual governo. Os principais
atos, em La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, terminaram com uma
promessa de resistência civil em caso de vitória do MAS. Ou seja, ameaçam fazer
o que os EUA estão fazendo na Venezuela.
Se
deu certo no Brasil... Os eleitores
bolivianos estão experimentando um fenômeno idêntico ao que se verificou nas
eleições presidenciais de 2018 no Brasil: um tsunami de fake news. Às vésperas
da votação de 20 de outubro, os rumores se intensificam e começam a ganhar as
rodas de conversa.
Em La Paz ou em Santa Cruz de la Sierra, sempre parece
haver alguém com um celular na mão mostrando aos amigos o novo “meme” ou a nova
notícia bombástica que promete alterar o rumo das eleições.
O principal alvo é o atual presidente e líder nas
pesquisas eleitorais, Evo Morales. Os boatos mais recentes dizem que ele teria
milhões de dólares depositados em uma conta bancária no Vaticano. Também se
ouve falar de muitos filhos não reconhecidos por ele, fruto de relacionamentos
com jovens com menos de 18 anos.
Uma rápida pesquisa na internet mostra que essas
histórias também circulavam nas últimas eleições e já foram desmentidas. Na era
do WhatsApp, pouco importa.
A Bolívia tem 12 milhões de habitantes e mais de 11
milhões de pontos de conexão fixa e móvel à internet, o que torna esta eleição
diferente de todas as outras.
Um
insano lá também? A corrida eleitoral
na Bolívia ganhou um improvável azarão nos últimos meses. Em meio à incerteza
quanto à reeleição de Evo Morales, o primeiro indígena a governar o país,
despontou um candidato que considera o culto à pachamama uma “armadilha do
Diabo” e promete governar com a Bíblia na mão.
Trata-se de Chi Hyun Chung, um médico e pastor
evangélico nascido na Coreia do Sul (naturalizou-se boliviano há 15 anos). O
nome complicado inspirou um slogan bem simples: “Chi puede” (um trocadilho com
a expressão ‘se puede’).
A virulência do pastor não se limita à religião. Chi
também sugeriu que os gays recebam tratamento psiquiátrico e que as mulheres
“se comportem como tal” caso queiram escapar da violência doméstica e do feminicídio.
Afirmou ainda que sua própria companheira de chapa tinha “alma de dona de casa”
(a incontinência verbal provocou a renúncia dela). Pesam também contra ele 19
processos, 13 por descumprir as leis trabalhistas do país. Segundo um
levantamento do jornal Página Siete, os reclames incluem o não-pagamento de salários,
horas extras, aposentadoria, férias e outros benefícios.
Além do gosto pela violência e as pendências judiciais,
o pastor e o insano brasileiro partilham também a paixão por Donald Trump e o
empenho em distribuir notícias falsas na internet. Essa escalada está ligada ao
firmamento das igrejas evangélicas no país. Hoje, os protestantes são 17% da
população da Bolívia.
O
“dedo” da Casa Branca. No caso das
eleições presidenciais na América Latina, seria mais correto dize a mão inteira
e até o braço!
A interferência dos EUA e o reaparecimento de antigos
promotores do neoliberalismo em apoio ao candidato da oposição Carlos Mesa
estão hoje no centro da cena na Bolívia.
Há fotos e vídeos mostrando que um carro da Embaixada
dos EUA vai a Yungas para oferecer paralelepípedos e asfaltamento de ruas,
desde que eles não apoiem o Evo.
Morales confirmou que apresentou a queixa diretamente
ao responsável pela delegação estadunidense no país, durante uma reunião na
semana passada.
Do ponto de vista da interferência estrangeira, a
análise política semanal “A era” recentemente alertou sobre a presença no
departamento de Santa Cruz de uma equipe de especialistas civis e militares
liderada por George Eli Birnbaun, consultor político estadunidense com
trabalhos realizados em o Senado de Washington.
Em seu arquivo, acrescenta o semanário, há missões
concluídas com sucesso em mais de 15 oportunidades nos cinco continentes, então
ele se tornou chefe de gabinete do Primeiro Ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, além de trabalhar com Arthur Finkestein, designer de estratégias
para republicanos nos Estados Unidos.
Olho
também na Argentina. A inflação na
Argentina voltou a subir e fechou o mês de setembro em 5,9%, segundo dados
divulgados na quarta-feira (16) pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas
e Censos da Argentina) registrando o maior índice de 2019. Desde o início do
ano, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) acumulou uma alta de 37,7%. Já em
12 meses, o aumento foi de 53,5%.
Pelo Twitter, o peronista Alberto Fernández, candidato
favorito para as eleições presidenciais argentinas que se realizarão dentro de
uma semana e meia, criticou a gestão de Macri pelo aumento da inflação e pediu
que o presidente “seja sério”.
Se a inflação se mantiver neste ritmo de crescimento,
Macri deve chegar ao fim do mandato, em dezembro, com uma alta acumulada de
230% na inflação desde o mesmo mês de 2015, quando assumiu a presidência.
Chile
se levanta! O governo do
Chile decretou na noite de sexta-feira (18) estado de emergência em Santiago,
na tentativa de conter a escalada nos protestos, iniciados contra o aumento no
preço do metrô e que mergulharam a capital no caos.
O decreto dá a um militar apontado pelo presidente
Sebastián Piñera a responsabilidade pela segurança na cidade e prevê restrições
às liberdades de movimento e reunião durante 15 dias.
A radicalização dos protestos contra o aumento do preço
do bilhete do metrô de Santiago gerou, na sexta-feira, um dia de caos, com
incêndios em vários pontos da cidade, saques e destruição.
A polícia não conseguiu conter os motins, e os
bombeiros tiveram que combater incêndios em várias estações de metrô, ônibus
urbanos, barricadas de rua e até na sede da companhia elétrica local.
Piñera também confirmou a nomeação do general Javier
Iturriaga del Campo como chefe da defesa nacional durante o estado de emergência.
O Metrô de Santiago é uma empresa privada, de
propriedade em parte do Estado chileno. O preço é fixado pelo chamado Painel de
Peritos, com base em vários indicadores, como inflação, custo dos fornecimentos
para o seu funcionamento e a taxa de câmbio, entre outros, e é aprovado pelo
Ministério dos Transportes.
Planos
contra os protestos. Sebastián Piñera
disse, no sábado (19) que seu governo está preparando um plano para combater as
consequências do aumento do preço do metrô, que gerou fortes protestos que
foram violentamente reprimidos pelas autoridades do país sul-americano.
“Estamos desenvolvendo um plano para mitigar o efeito
que o aumento do preço do bilhete de metrô teve sobre os setores mais
vulneráveis”, disse ele ao condenar as manifestações desencadeadas no país, que
deixaram um saldo de 308 preso e 160 feridos.
Piñera disse que os chilenos devem definir se estão “do
lado do crime e do vandalismo, ou da paz e da ordem pública e cidadã”,
referindo-se às manifestações em Santiago do Chile (capital), que levaram à
declaração do Estado de Exceção Constitucional desde o início deste sábado.
Enquanto o governo declara estado de emergência, os
chilenos continuam nas ruas exigindo a revogação do aumento dos preços do metrô
e novas medidas econômicas que beneficiam os setores mais carentes do país.
A rebeldia se espalha e vários panelaços foram
registrados nas regiões de Antofagasta, Valparaíso, El Maule e Biobío.
Chega
a ser engraçado. As tropas dos EUA
deixaram suas bases em vários locais no distrito de Manbij, localizado na
província de Aleppo (Síria). Mas o curioso é quem está garantindo a retirada
dos “valorosos” jovens estadunidenses.
O chefe do Centro Russo de Reconciliação na Síria,
Alexéi Bakin, anunciou na terça-feira que está trabalhando com a nação árabe
para implementar as medidas relevantes para garantir a segurança durante a
saída das tropas do Tio Sam do território!
As unidades das Forças Armadas continuam sua evacuação
do nordeste da Síria, deixando as bases nas cidades de Dadat e Umm-Mial, no
distrito de Manbij, província de Aleppo, e avançaram em direção à fronteira
sírio-iraquiana.
Segundo Bakin, seu governo controla os distritos de
Manbij, Tabqa, na província de Al Raqa; bem como Ayn Issa, Qamishli e Hasaka, na província de Al Hasaka.
Nota: Nosso Informativo “estourou” o espaço proposto.
Voltaremos ao assunto no próximo número.
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