segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Esse é um país que vai pra frente. (3)
A expressão vem sendo usada por muitos, mas não há como fugir do óbvio e repetir a mesma constatação: “pega fogo o cabaré”!
Bem, aqui é preciso uma explicação. A palavra cabaré, do francês “cabaret”, significa algo muito digno e que merece o nosso respeito. O cabaré é uma forma de entretenimento teatral ou musical, mas também um lugar de apresentação de vários tipos de artistas como cantores, humoristas e muitos outros.
Mas, em algumas regiões do Brasil, o termo “cabaré” é também sinônimo de “casa de prostituição”. Cremos que o governo do ex-capitão reformado enquadra-se melhor nesse caso: casa de prostituição!
Fato 1. Há uma briga feia entre o insano que governa o país e o partido que o elegeu (PSL). A mídia submissa ao poder tenta fazer os brasileiros acreditarem que são questões éticas ou políticas que provocam o “racha”, mas a verdade é muito mais simples e o motivo sempre acompanhou tudo o que envolve a direita e os grandes empresários: é tudo por dinheiro!
Vamos ser exatos nos dados. Em verdade, estão em jogo R$ 737 milhões! Isso é o que o PSL vai receber do chamado “fundo partidário” até 2022.
A verdade é que, antes da eleição do ex-militar o partido não tinha grana por ter uma bancada irrisória. Mas, no rastro de sua campanha presidencial, foram eleitos 52 deputados e 4 senadores e vai ter um dinheiro alto, o maior entre todos os partidos.
E é isso que irritou a família. Acontece que seus dois filhos são presidentes dos principais diretórios do partido (Rio e São Paulo) e achavam que iriam mandar no dinheiro. Mas os demais deputados se rebelaram contra esse poder e o “cabaré” está em chamas.
Fato 2. O líder do PSL na Câmara, o deputado “delegado” Waldir (PSL-GO) afirmou que pretende “implodir” o presidente. A declaração aparece em um áudio conseguido pela Record TV. Na quinta-feira (17), Waldir conseguiu uma vitória contra o presidente e seus filhos na Câmara. A armação era destituir o “delegado” e colocar em seu lugar o deputado Eduardo, filho do insano.
No áudio em que os deputados do PSL discutem a liderança do partido, é possível identificar uma declaração de Waldir: “Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não tem conversa, não tem conversa. Eu implodo o presidente. Acabou o cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo”, diz o líder do PSL. Ele aborda a questão por cerca de um minuto, referindo-se ao presidente com palavrões. A declaração começa aos 2 minutos e 40 segundos.
Fato 3. E a casa começou a cair. Depois das declarações do “delegado”, a crise no PSL tem mais um capítulo: o presidente do partido, Luciano Bivar, decidiu destituir o senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro do comando do PSL no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. A informação foi confirmada.
Isto representa uma grave derrota da ala ligada ao ex-capitão na Câmara dos Deputados, já que a casa validou a lista de assinaturas de deputados que querem manter o “delegado” Waldir no posto de líder da bancada do partido.
No entanto, a base governista também fez suas alterações: retirou Joice Hasselmann da liderança do governo no Congresso porque ela votou na lista favorável a Waldir. E ela já prometeu “botar a boca no trombone”.
Fato 4. Enquanto a disputa entre “eles” vira uma briga de foice sem cabo, o Brasil vai perdendo o pouco de credibilidade que ainda tinha. Servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), o indigenista Bruno Pereira foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Índios Isolados, função que desempenhava desde junho de 2018. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 4 de outubro. Horas antes do afastamento, o dirigente estava combatendo mineradoras que pretendiam atuar na Terra Indígena Yanomani, em Roraima.
A demissão acontece exatamente no momento em que o insano pretende apresentar o projeto de lei que libera atividades exploratórias em terras indígenas, incluindo mineração, e legalização de garimpos.
Fato 5. E o ex-militar reformado por doença mental não se cansa de armações. Depois de demitir o atual presidente, nomeou para a direção do INCRA um tal de Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo Filho, que ostenta um diploma de economista mas é dono de fazendas de gado e herdeiro de uma das maiores fortunas do Rio Grande do Norte.
O novo presidente do Incra é filho de Geraldo Melo e Ednólia Melo. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a família Melo tem cerca de 17 mil hectares de terras no estado – parte desta área está improdutiva há décadas, desde a falência das usinas de cana-de-açúcar por má-gestão.
Nessas áreas improdutivas, há cinco acampamentos do movimento, que reivindica a destinação das terras dos Melo para a reforma agrária – algo que depende diretamente da atuação do Incra, hoje sob o comando do herdeiro dos latifundiários.
O INCRA (Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma Agrária), segundo os humoristas de plantão, vai mudar de nome e agora será “Instituto Brasileiro Contra a Reforma Agrária”!
Fato 6. Crescendo igual a rabo de cavalo. A expressão é antiga e significa que “cresce para baixo”. E é disso que estamos falando.
Diante do cenário de lenta recuperação econômica, a CNI manteve a previsão de crescimento de 0,9% no PIB e de 0,4% do PIB industrial em 2019, segundo seu Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado na sexta-feira (11). O estudo explica o fraco desempenho da atividade econômica e industrial pelo sentimento crescente de que o processo de aprovação das reformas indispensáveis ao crescimento da economia será mais demorado e complexo do que inicialmente percebido.
Fato 7. Enquanto a economia para ou “cresce para baixo”, os ricos não se preocupam. Enquanto um tal de Guedes, ministro da economia do insano, diz que a Previdência Social terá este ano um rombo de R$ 290 bilhões, para justificar sua proposta de “reforma” que vai deixar milhões de brasileiros sem aposentadoria, a verdade é bem diferente.
Pelo que sabemos, enquanto esse discurso prolifera, o setor financeiro se apropria de recursos públicos por meio dos títulos da dívida e permanece incólume frente a uma dívida pública que tem sua legitimidade questionada. E dívidas bilionárias resultantes de sonegação de contribuições à Previdência seguem intocadas.
“Essa reforma não era necessária, era necessária uma reforma de gestão, de fiscalização, de combate à sonegação que soma R$ 600 bilhões por ano, por que não se faz nada para combater? Ou a apropriação indébita, de empregadores que recolhem dos trabalhadores e não repassam os recursos à Previdência e chega a R$ 30 bilhões por ano?”, questionou na quinta-feira (10) o senador Paulo Paim, referindo-se a sonegação total de impostos no país, que este ano deve atingir R$ 600 bilhões, com um aumento de 74% sobre o ano passado, que teve sonegação de R$ 345 bilhões.
Ou seja, os grandes sonegam e os trabalhadores vão ficar com o prejuízo.
Fato 8. Por outro lado, depois do golpe contra Dilma Rousseff, os ricos ficaram mais ricos e pobres ainda mais pobres. É o que diz a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (16).
De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal do 1% mais rico da população brasileira foi 40 vezes maior do que o dos 50% mais pobres, em 2018, ano em que a desigualdade de renda no Brasil bateu recorde da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
Isso significa que, considerando todas as fontes de renda, a metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais, enquanto o 1% mais rico, 2,1 milhões de pessoas, tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa.
Cinco por cento dos brasileiros, 10,4 milhões de pessoas, sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Outros 30%, 60,4 milhões de pessoas, com R$ 269.
A triste situação dos professores. A matéria publicada no jornal Brasil de Fato mostra a realidade dos professores no Brasil. Além dos baixos salários, nos constantes atrasos de pagamentos, no desprestígio causado com as declarações de membros desse governo insano, de se verem vigiados por uma “patrulha ideológica” e precisarem enfrentar as duras situações em escolas abandonadas, há fatos que são escondidos pela grande mídia.
Por dia, 111 professores da rede estadual de São Paulo foram afastados por transtornos mentais ou comportamentais. Na ponta do lápis, o ano de 2019 já soma 27 mil licenças médicas por esses motivos até o mês de agosto.
Esses e os demais dados desta reportagem foram obtidos com exclusividade pelo Brasil de Fato através da Lei de Acesso à Informação (LAI).
No estado mais populoso do Brasil, os números expressivos revelam um cenário de adoecimento dos professores da rede pública.
Os motivos são muitos e variados. Não vamos reproduzir aqui todos os depoimentos recolhidos pelo jornal, mas as razões para a doença estar se proliferando com rapidez são muitas. Um dos professores ouvidos diz que “O nosso cansaço não é um cansaço somente físico. Mas é um cansaço psicológico, mental, que é muito mais difícil para a gente se restabelecer...”.
Censura até nas redes sociais. O Facebook tirou do ar, na terça-feira (15), as páginas das CUT’s Brasília e Santa Catarina e as dos sindicatos dos Bancários do Mato Grosso, Bancários da Paraíba e dos petroleiros do Paraná e de Santa Catarina, todas ligadas à Central.
As páginas sindicais desapareceram sem qualquer explicação. O Facebook se limitou a colocar nas cinco páginas um breve comunicado dizendo: “Sua página foi tirada do ar – parece que a atividade recente em sua página não segue as Políticas das Páginas do Facebook. Se você acreditar que a remoção da sua página foi um erro, poderá contestar esta decisão e analisaremos novamente a questão”.
Nenhuma das entidades censuradas publicou qualquer material ofensivo que violasse qualquer regra do Facebook. A última publicação do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, por exemplo, foi no dia 12 de outubro quando a página postou uma imagem em comemoração ao dia das crianças. Já os sindicatos dos petroleiros, compartilharam um vídeo com críticas às afirmações inverídicas do presidente da Petrobrás na Comissão de Minas e Energia.  A CUT Brasília por sua vez postou na terça informações sobre uma festa cubana, que vai acontecer no Canteiro Central do Setor Comercial Sul.
Depois da denúncia feita pelo Portal CUT, na quarta-feira (16), as oito páginas sindicais ligadas à Central retiradas do ar pelo Facebook foram restabelecidas. 
Com uma “ajudinha” de Trump. Um grupo de quase 200 entidades brasileiras da sociedade civil lançou na terça-feira (15) um manifesto contra a candidatura do Brasil à reeleição no Conselho de Direitos Humanos da ONU. O texto apresenta fortes críticas à atuação do país nos fóruns internacionais, com ações que, para os signatários, “afrontam a tradição brasileira acumulada há décadas nas relações multilaterais e que sempre caminharam na defesa do universalismo dos direitos humanos.”
“Um governo que atua com sérias reservas, que promove ações que geram retrocessos na efetivação dos direitos e que seja antiuniversalista não pode querer que a comunidade internacional acredite que tem efetiva disposição para se comprometer com a realização progressiva, universal, interdependente e indivisível de todos os direitos humanos para todas e todos”, diz o manifesto.
Acontece que o Brasil disputava a vaga com a Venezuela e, sendo duas vagas, Trump não podia deixar a Venezuela ser a grande vencedora (ver matéria a seguir). A Casa Branca usou seus trunfos e “deu uma ajudinha”.
Venezuela é eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU! Com 105 votos, a Venezuela conquistou um assento no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em votação realizada ontem (17) pela Assembleia Geral da ONU. O primeiro lugar ficou com o Brasil, com 153 votos.
Mas a jogada de Trump foi inteligente. Dando instruções a seus sequazes, fez a Costa Rica concorrer também apenas para confundir e tirar votos da Venezuela.
A vitória venezuelana foi ainda mais expressiva ante a forte campanha por parte dos EUA e de ONGs comandadas pela Casa Branca que fizeram pressão para que as Nações Unidas rejeitassem a candidatura do país sul-americano.
Em outras disputas concorridas, o Iraque perdeu no grupo da Ásia, que elegeu Japão, Coreia do Sul, Indonésia e Ilhas Marshall. A Moldávia saiu derrotada na corrida pelos dois assentos do Leste Europeu, conquistados por Armênia e Polônia.
Na África, foram eleitos Líbia, Mauritânia, Sudão e Namíbia. Já a Alemanha - eleita para seu quarto mandato no órgão - e Holanda ficaram com as vagas da Europa Ocidental. A eleição dos dois países europeus foi apenas formalidade, já que eram os únicos concorrentes.
O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006 para substituir a então Comissão de Direitos Humanos, extinta após 60 anos de trabalhos devido à crise de legitimidade, motivada por decisões vistas como parciais, politizadas e desequilibradas. Divididos em grupos regionais, seus 47 países-membros cumprem mandatos de três anos.
Grande vitória no Equador! Depois de 11 dias de protestos violentos nas ruas do Equador, o presidente Lenín Moreno, anunciou na noite do domingo (13), a retirada da proposta que acabaria com os subsídios nos preços dos combustíveis. A medida visava atender ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que exige um ajuste neoliberal econômico em troca de um empréstimo de US$ 4,2 bilhões ao país.
O “ajuste” imporia duras perdas para a parcela mais pobre da população daquele país, especialmente os indígenas, que em sua maioria sobrevive da agricultura familiar. Somente o fim dos subsídios aos combustíveis impactaria num aumento de 123% nos preços do produto.
Revoltados com as medidas anunciadas, que incluem reformas Trabalhista e Previdenciária, os indígenas liderados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) aderiram às reivindicações de taxistas e motoristas de ônibus e acabaram liderando um levante popular, que teve início no último dia 2 deste mês. A explosão social deixou, até o momento, sete mortos, milhares de feridos, mais de 500 pessoas presas e deserção no Exército (militares de origem indígena e que não apoiam as medidas neoliberais).
Com medo, Moreno chegou a mudar a sede do governo da capital Quito para Guayaquil, além de implantar toque de recolher para escapar dos protestos. Mas, a pressão popular surtiu efeito e Moreno foi obrigado a retirar a proposta de reajuste dos combustíveis.
Após negociações, as lideranças do Conaie anunciaram a suspensão dos protestos, mas já avisaram que somente após o acordo ser efetivamente concretizado darão um fim ao movimento.
Vitória e muita comemoração! Uma noite de domingo inesquecível. Foi uma celebração fantástica diante da revogação do decreto 883 anunciado após o diálogo entre o movimento indígena e o governo.
“Este é um teste do que podemos alcançar quando há união de todos”, disse um dos manifestantes ao ouvir a notícia.
“Obrigado irmão por apoiar os nativos, ajudando em todos os lugares, obrigado, não foi em vão, vencemos a luta, estaremos sempre unidos, o povo indígena estará sempre na vanguarda”, disse um jovem entusiasmado.
O diálogo entre as partes havia sido anunciado no dia anterior, depois que Moreno decretou o toque de recolher indeterminado no meio da tarde. Aquele dia foi marcado por uma grande mobilização reunindo a todos e transformado o centro em ruas de barricadas enfrentando a repressão do governo.
Assim, o diálogo era esperado como um ponto de definição: caso Moreno não revogasse o decreto 883, o CONAIE continuaria mobilizado, o que significaria uma extensão de um cenário de crise não apenas em Quito, mas em todo o país. De fato, os protestos foram realizados em diferentes bairros da capital, além de bloqueios de estradas no país, panelaços noite e dia, em um cenário de extensão territorial de descontentamento que evidenciou que não se tratava apenas de uma questão indígena ou de um foco localizado de conflito.
Lenín Moreno demite militares! O presidente do Equador, Lenín Moreno, retirou de suas posições por dois decretos o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas, Roque Moreira, e o comandante do exército, Javier Pérez.
O presidente “decreta cessar o exercício de suas funções como chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas e agradecer ao Sr. General da Divisão Roque Apolinar Moreira Cedeño pelos valiosos e leais serviços prestados à Pátria no desempenho de seus deveres”, diz o decreto 895.
Sobre a cessação de funções do comandante do Exército, o decreto 896 estipula: “Cessar o exercício de suas funções como comandante geral da Força Terrestre e agradecer ao Senhor Geral da Divisão Javier Pérez Rodríguez pelos serviços prestados à Pátria no exercício de suas funções”.
A demissão dos dois oficiais militares mais altos do Equador ocorreu dois dias após o final de uma greve de 12 dias liderada por movimentos indígenas contra o Governo de Moreno por sua decisão de retirar os subsídios aos combustíveis.
A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador ( Conaie ) também exigiu a demissão do Ministro da Defesa , Oswaldo Jarrín, e da Ministra do Governo (Interior) , María Paula Romo.
De olho na Bolívia. Como temos dito aqui no Informativo, teremos um final de ano muito movimentado e importante em Nossa América. O destino das imposições neoliberais pode estar sendo jogado em processos eleitorais que se darão nos próximos meses, e a Casa Branca trata de se movimentar com rapidez.
O ex-presidente boliviano, Carlos Mesa, e o senador Óscar Ortiz são os principais adversários de Evo Morales nas eleições que acontecem neste domingo (20). Apoiados pela direita tradicional, que governou o país até 2005, os opositores têm a dura missão de evitar uma vitória do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, no primeiro turno.
A pesquisa mais recente, feita pelo instituto Ipsos, indica que Mesa tem 22% das intenções de voto, doze pontos percentuais a mais que Ortiz. Morales chegou à casa dos 40%, o que seria suficiente para elegê-lo no domingo – caso consiga dez pontos percentuais de vantagem em relação ao segundo mais votado.
Para tentar reduzir essa distância, a oposição tem adotado a estratégia do “tudo ou nada”. Na última semana, Mesa e Ortiz elevaram o tom contra o presidente e estiveram no mesmo carro de som em manifestações de rua que reuniram milhares de pessoas contra o atual governo. Os principais atos, em La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, terminaram com uma promessa de resistência civil em caso de vitória do MAS. Ou seja, ameaçam fazer o que os EUA estão fazendo na Venezuela.
Se deu certo no Brasil... Os eleitores bolivianos estão experimentando um fenômeno idêntico ao que se verificou nas eleições presidenciais de 2018 no Brasil: um tsunami de fake news. Às vésperas da votação de 20 de outubro, os rumores se intensificam e começam a ganhar as rodas de conversa.
Em La Paz ou em Santa Cruz de la Sierra, sempre parece haver alguém com um celular na mão mostrando aos amigos o novo “meme” ou a nova notícia bombástica que promete alterar o rumo das eleições.
O principal alvo é o atual presidente e líder nas pesquisas eleitorais, Evo Morales. Os boatos mais recentes dizem que ele teria milhões de dólares depositados em uma conta bancária no Vaticano. Também se ouve falar de muitos filhos não reconhecidos por ele, fruto de relacionamentos com jovens com menos de 18 anos.
Uma rápida pesquisa na internet mostra que essas histórias também circulavam nas últimas eleições e já foram desmentidas. Na era do WhatsApp, pouco importa.
A Bolívia tem 12 milhões de habitantes e mais de 11 milhões de pontos de conexão fixa e móvel à internet, o que torna esta eleição diferente de todas as outras.
Um insano lá também? A corrida eleitoral na Bolívia ganhou um improvável azarão nos últimos meses. Em meio à incerteza quanto à reeleição de Evo Morales, o primeiro indígena a governar o país, despontou um candidato que considera o culto à pachamama uma “armadilha do Diabo” e promete governar com a Bíblia na mão.
Trata-se de Chi Hyun Chung, um médico e pastor evangélico nascido na Coreia do Sul (naturalizou-se boliviano há 15 anos). O nome complicado inspirou um slogan bem simples: “Chi puede” (um trocadilho com a expressão ‘se puede’).
A virulência do pastor não se limita à religião. Chi também sugeriu que os gays recebam tratamento psiquiátrico e que as mulheres “se comportem como tal” caso queiram escapar da violência doméstica e do feminicídio. Afirmou ainda que sua própria companheira de chapa tinha “alma de dona de casa” (a incontinência verbal provocou a renúncia dela). Pesam também contra ele 19 processos, 13 por descumprir as leis trabalhistas do país. Segundo um levantamento do jornal Página Siete, os reclames incluem o não-pagamento de salários, horas extras, aposentadoria, férias e outros benefícios.
Além do gosto pela violência e as pendências judiciais, o pastor e o insano brasileiro partilham também a paixão por Donald Trump e o empenho em distribuir notícias falsas na internet. Essa escalada está ligada ao firmamento das igrejas evangélicas no país. Hoje, os protestantes são 17% da população da Bolívia.
O “dedo” da Casa Branca. No caso das eleições presidenciais na América Latina, seria mais correto dize a mão inteira e até o braço!
A interferência dos EUA e o reaparecimento de antigos promotores do neoliberalismo em apoio ao candidato da oposição Carlos Mesa estão hoje no centro da cena na Bolívia.
Há fotos e vídeos mostrando que um carro da Embaixada dos EUA vai a Yungas para oferecer paralelepípedos e asfaltamento de ruas, desde que eles não apoiem ​​o Evo.
Morales confirmou que apresentou a queixa diretamente ao responsável pela delegação estadunidense no país, durante uma reunião na semana passada.
Do ponto de vista da interferência estrangeira, a análise política semanal “A era” recentemente alertou sobre a presença no departamento de Santa Cruz de uma equipe de especialistas civis e militares liderada por George Eli Birnbaun, consultor político estadunidense com trabalhos realizados em o Senado de Washington.
Em seu arquivo, acrescenta o semanário, há missões concluídas com sucesso em mais de 15 oportunidades nos cinco continentes, então ele se tornou chefe de gabinete do Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, além de trabalhar com Arthur Finkestein, designer de estratégias para republicanos nos Estados Unidos.
Olho também na Argentina. A inflação na Argentina voltou a subir e fechou o mês de setembro em 5,9%, segundo dados divulgados na quarta-feira (16) pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina) registrando o maior índice de 2019. Desde o início do ano, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) acumulou uma alta de 37,7%. Já em 12 meses, o aumento foi de 53,5%.
Pelo Twitter, o peronista Alberto Fernández, candidato favorito para as eleições presidenciais argentinas que se realizarão dentro de uma semana e meia, criticou a gestão de Macri pelo aumento da inflação e pediu que o presidente “seja sério”.
Se a inflação se mantiver neste ritmo de crescimento, Macri deve chegar ao fim do mandato, em dezembro, com uma alta acumulada de 230% na inflação desde o mesmo mês de 2015, quando assumiu a presidência.
Chile se levanta! O governo do Chile decretou na noite de sexta-feira (18) estado de emergência em Santiago, na tentativa de conter a escalada nos protestos, iniciados contra o aumento no preço do metrô e que mergulharam a capital no caos.
O decreto dá a um militar apontado pelo presidente Sebastián Piñera a responsabilidade pela segurança na cidade e prevê restrições às liberdades de movimento e reunião durante 15 dias.
A radicalização dos protestos contra o aumento do preço do bilhete do metrô de Santiago gerou, na sexta-feira, um dia de caos, com incêndios em vários pontos da cidade, saques e destruição.
A polícia não conseguiu conter os motins, e os bombeiros tiveram que combater incêndios em várias estações de metrô, ônibus urbanos, barricadas de rua e até na sede da companhia elétrica local.
Piñera também confirmou a nomeação do general Javier Iturriaga del Campo como chefe da defesa nacional durante o estado de emergência.
O Metrô de Santiago é uma empresa privada, de propriedade em parte do Estado chileno. O preço é fixado pelo chamado Painel de Peritos, com base em vários indicadores, como inflação, custo dos fornecimentos para o seu funcionamento e a taxa de câmbio, entre outros, e é aprovado pelo Ministério dos Transportes.
Planos contra os protestos. Sebastián Piñera disse, no sábado (19) que seu governo está preparando um plano para combater as consequências do aumento do preço do metrô, que gerou fortes protestos que foram violentamente reprimidos pelas autoridades do país sul-americano.
“Estamos desenvolvendo um plano para mitigar o efeito que o aumento do preço do bilhete de metrô teve sobre os setores mais vulneráveis”, disse ele ao condenar as manifestações desencadeadas no país, que deixaram um saldo de 308 preso e 160 feridos.
Piñera disse que os chilenos devem definir se estão “do lado do crime e do vandalismo, ou da paz e da ordem pública e cidadã”, referindo-se às manifestações em Santiago do Chile (capital), que levaram à declaração do Estado de Exceção Constitucional desde o início deste sábado.
Enquanto o governo declara estado de emergência, os chilenos continuam nas ruas exigindo a revogação do aumento dos preços do metrô e novas medidas econômicas que beneficiam os setores mais carentes do país.
A rebeldia se espalha e vários panelaços foram registrados nas regiões de Antofagasta, Valparaíso, El Maule e Biobío.
Chega a ser engraçado. As tropas dos EUA deixaram suas bases em vários locais no distrito de Manbij, localizado na província de Aleppo (Síria). Mas o curioso é quem está garantindo a retirada dos “valorosos” jovens estadunidenses.
O chefe do Centro Russo de Reconciliação na Síria, Alexéi Bakin, anunciou na terça-feira que está trabalhando com a nação árabe para implementar as medidas relevantes para garantir a segurança durante a saída das tropas do Tio Sam do território!
As unidades das Forças Armadas continuam sua evacuação do nordeste da Síria, deixando as bases nas cidades de Dadat e Umm-Mial, no distrito de Manbij, província de Aleppo, e avançaram em direção à fronteira sírio-iraquiana.
Segundo Bakin, seu governo controla os distritos de Manbij, Tabqa, na província de Al Raqa; bem como Ayn ​​Issa, Qamishli e Hasaka, na província de Al Hasaka.
Nota: Nosso Informativo “estourou” o espaço proposto. Voltaremos ao assunto no próximo número.

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