Mais de 15 milhões de pessoas sofrem com falta de moradias na França
Quase quatro milhões vivem em moradias precárias na França, se acordo com a Ong Abbé Pierre.fondation-abbe-pierre. fr/ DRFAP
A
Fundação francesa Abbé Pierre faz um triste alerta nesta quinta-feira
(28): mais de 15 milhões de pessoas são afetadas pela crise da moradia
na França. Em seu relatório anual, a Ong pede mais vontade política para
resolver o problema.
De
acordo com o documento, houve um expressivo aumento de pessoas sem
moradia na França: um acréscimo de 50% entre 2001 e 2012, totalizando
141,5 mil indivíduos que estão na rua atualmente. Além disso, quase
quatro milhões vivem em moradias precárias, muitas vezes sem água,
chuveiro ou banheiro e calefação. Cerca de 935 mil ocupam imóveis
superlotados, um número que aumentou 17% desde 2006.
Além
disso, a cada ano na França quase 500 indivíduos sem domicílio fixo
morrem nas ruas. "A sexta potência do mundo não pode abandonar as
pessoas como acontece hoje", ressalta o relatório.
Crise da moradia atinge mais pobres
Segundo
o delegado geral da fundação, Christophe Robert, "o problema das
moradias precárias atinge sobretudo as classes populares". Para ele,
essa crise "é o reflexo e o acelerador das desigualdades". A quantidade
de pessoas que recebem menos de 40% do salário mínimo (€ 660 por mês),
havia diminuído entre 1996 e 2002, mas voltou a aumentar na última
década.
A
Ong constata que os engajamentos políticos para lutar contra o problema
"simplesmente desapareceram". O objetivo de construir 500 mil novas
moradias por ano, entre elas 150 mil alojamentos sociais, "está muito
longe de ser atingido", sublinha o relatório.
Apelo ao governo
A
Abbé Pierre faz um apelo para que o poder público reaja às graves
estatísticas que apresenta, sobretudo construindo mais imóveis
acessíveis à população mais carente. Pede também uma política de
prevenção contra expulsões de locatários e expulsões, regulando de forma
mais eficaz o mercado imobiliário.
Em
resposta, a ministra francesa da Habitação, Sylvia Pinel, prometeu
fazer novas propostas para destinar moradias do setor privado a fins
sociais. "Realizaremos ações nos próximos três meses para acelerar o
acesso a alojamento das famílias em dificuldade", declarou.
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