sábado, 13 de fevereiro de 2016

Procurador que vai investigar Capez tem como assessora esposa de Capez. Muito ético, não é?kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Procurador que vai investigar Capez tem como assessora esposa de Capez

publicado em 28 de janeiro de 2016 às 12:37
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A coisa funciona mais ou menos assim…
Fernando Capez (PSDB) preside a Assembléia Legislativa de São Paulo. É acusado de receber propina de 10% na venda de merendas para o governo do Estado.
Como parlamentar só pode ser investigado pelo procurador-geral de Justiça em São Paulo, Marcio Elias Rosa, cuja assessora é….Valéria Capez, sua esposa.
A esposa de Marcio Elias, Maria Rossa Elias Rosa, atua na Consultoria Jurídica da Secretaria de Governo, ligada à Casa Civil, ou seja, diretamente ao gabinete do governador.
Capez já teve seu cunhado, um tal de Rogério Auad Palermo, como assessor técnico procurador do Tribunal de Contas do Estado. Justamente quem fiscaliza as coisas como, por exemplo, compra de merenda.
Enfim, como vocês podem perceber, a rede de corrupção no Brasil é mais vasta e larga do que os ingênuos querem acreditar.
Somente uma ampla reforma política pode mudar este quadro.
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Governo de São Paulo cancelou contrato para forçar propina, diz delator
REYNALDO TUROLLO JR.,THAIS ARBEX, ALEXANDRE ARAGÃO
28/01/2016 02h00
O dirigente de uma cooperativa investigada em um esquema de fraude em merenda escolar em São Paulo afirmou ao Ministério Público que a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou um contrato com a entidade para pressioná-lo a pagar propina.
Segundo Cássio Chebabi, ex-presidente da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) que fechou acordo de delação, a entidade venceu em 2013 uma chamada pública –sem licitação, como autoriza a lei em caso de agricultura familiar– para fornecer cerca de R$ 8 milhões em suco de laranja para merenda da rede estadual.
Após o início da produção da encomenda, a maior que a Coaf tinha, o governo cancelou o contrato, trazendo prejuízos à cooperativa, que precisou gastar para congelar a matéria-prima.
Foi quando, de acordo com o delator, um dos operadores do esquema, Marcel Ferreira Julio, disse ser ligado ao deputado Fernando Capez (PSDB), hoje presidente da Assembleia Legislativa, e ter poder de destravar o contrato. Era necessário fazer um “acordo” e pagar um percentual, o que Chebabi aceitou. O depoimento foi prestado no último dia 21 em Bebedouro (SP), onde fica a Coaf.
Conforme a Folha apurou, a versão é considerada factível pelo Ministério Público e está sob investigação. Em razão da menção a políticos com foro privilegiado, como Capez, a apuração sobre envolvimento de órgãos estaduais será feita pela Procuradoria-Geral de Justiça.
A Secretaria da Educação confirmou à reportagem que cancelou a chamada pública em setembro de 2013 e que fez uma nova no ano seguinte, vencida novamente pela Coaf (R$ 8,5 milhões) junto com a Coagrosol (R$ 3,6 milhões) –cooperativa que já era fornecedora do Estado. Sem explicar motivos do cancelamento da primeira chamada, a pasta disse que o segundo contrato foi mais vantajoso.
O esquema na merenda, que tem no centro a Coaf, foi desmontado na semana passada pela Operação Alba Branca.
Apontado como o lobista ligado aos contratos com o governo Alckmin, Marcel é filho do ex-deputado Leonel Julio. Ele ainda não se apresentou à Justiça.
O depoimento do ex-presidente da Coaf prosseguiu relatando que Marcel lhe contou que a antiga empresa fornecedora da Educação, a Citricardilli, havia pagado R$ 100 mil para o então secretário da pasta, Herman Voorwald, para ele não assinar o contrato com a Coaf e abrir uma nova chamada pública.
Outro investigado, o vendedor da Coaf Carlos Luciano Lopes, disse em depoimento que Capez pediu à Educação para abrir nova chamada e advertiu Voorwald para que a Coaf a vencesse.
O funcionário da cooperativa disse que, nesse contrato, foram pagos 10% de comissão, repassados a Marcel.
O promotor Leonardo Romanelli, do Gaeco de Ribeirão Preto, que atua na região de Bebedouro, criticou a divulgação dos nomes de deputados citados por investigados e disse que essa parte da apuração começará na próxima semana na Procuradoria-Geral de Justiça, em São Paulo.
OUTRO LADO
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou, em nota, que o contrato advindo da segunda chamada pública foi mais vantajoso que o da primeira. Questionada, não explicou o motivo técnico do cancelamento.
“A [segunda] chamada registrou redução no preço de 8,3% no valor para unidades de suco de laranja de 200 ml –saindo de R$ 1,56 para R$ 1,43– e de 1,61% nas unidades de 1 litro, saindo de R$ 6,20 para R$6,10″, disse a secretaria.
“A Pasta segue a legislação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) criado pelo governo federal, que institui a inserção, na alimentação escolar, de 30% de alimentos cultivados e produzidos por meio da agricultura familiar e se mantém à disposição da Polícia Civil e do Ministério Público no que for necessário para dar sequencia às investigações.”
A Folha não localizou Herman Voorwald ou Marcel Julio. Fernando Capez negou envolvimento no esquema.
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