terça-feira, 5 de abril de 2016

Impeachment não tem base jurídica Como "justificar" a permanência de Temer na vice-presidência da República?



Impeachment não tem base jurídica

Há cerca de um ano, em 30 de março de 2015, o vice-presidente Michel Temer utilizava a sua conta no Twitter para colocar-se terminantemente contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Nesta terça (29), dia em que a legenda que comanda, o PMDB, desembarca do governo, já está claro o seu papel como um dos timoneiros do golpe em curso.

"O impeachment é impensável, geraria uma crise institucional. Não tem base jurídica e nem política", escreveu, no ano passado, um Temer leal à sua presidenta. Um mês depois, reafirmava: "Só se pode pleitear impeachment em hipóteses constitucionais. Em nenhuma delas há esta possibilidade".

Ao que parece, o peemedebista mudou de ideia. A cúpula do PMDB - aprofundando a divisão interna do partido - determinou, nesta terça (29), que os parlamentares da legenda deixem imediatamente a base do governo e que os filiados entreguem os cargos que ocupam no Executivo Federal. Um Temer bem menos leal, nesse caso, deve permanecer como vice-presidente.

De acordo com matérias veiculadas na mídia, ele teve participação ativa na mobilização para o PMDB abandonar Dilma Rousseff, participando de diversas reuniões com parlamentares e ministros do PMDB em busca de um rompimento “unânime”.

Mas permanecerá ele próprio dentro do governo, conspirando para derrubar uma presidenta idônea e, desta forma, herdar o governo que a oposição da qual ele faz parte agora não teve votos para conquistar.

Se havia alguma dúvida de que lideranças do PMDB atuavam na convenção desta terça guiadas por qualquer princípio republicano, os gritos de "Brasil para frente, Temer presidente" que surgiram após o anúncio de rompimento terminaram de eliminá-la.

Assim que acabou a solenidade do partido, que durou menos de quatro minutos, contudo, milhares de internautas começaram a cobrar a saída de Temer do governo, inclusive resgatando, com ironias, a polêmica carta que ele dirigiu à presidenta no ano passado. E a hashtag #RenunciaTemer chegou a liderar o ranking dos assuntos mais comentados no Twitter do Brasil.


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