segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Lula discursa em ato em solidariedade aos ataques na Escola Nacional Florestan Fernandes

Lula discursa em ato em solidariedade aos ataques na Escola Nacional Florestan Fernandes


Policiais invadiram a escola de formação do MST em Guararema (SP) nesta sexta-feira (04/11); Dilma e Suplicy se manifestam contra ataque
Cerca de 600 pessoas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participaram de ato em solidariedade à ENFF (Escola Nacional Florestan Fernandes), em Guararema, no interior paulista, que foi invadida nesta sexta-feira (04/11), quando dois militantes foram detidos e uma mulher ficou ferida.
"Vim aqui hoje para ser solidário e tentar discutir o que está acontecendo no Brasil", disse o ex-presidente. Lula destacou a importância dos movimentos sociais e a necessidade de criar "um movimento para estabelecer a democracia neste país".
Segundo o Brasil de Fato, parlamentares, representantes de movimentos populares, sindicatos e militantes de pelo menos 36 nacionalidades também marcaram presença no evento, que se propôs a discutir a criminalização de movimentos populares.
Mesmo sem mandado de busca e apreensão, policiais civis de cidades da Grande São Paulo invadiram o local em Guararema (SP) por volta das 09h25, cercaram o local e pularam a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços, que acertaram uma mulher, eram de balas letais e não de borracha. Segundo relatos, o cerco foi feito por 10 viaturas e os policiais não estão identificados.
MST

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A ex-presidente Dilma Roussef publicou uma nota de repúdio ao ataque desta sexta, em que ressalta que "não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola".
O senador Eduardo Suplicy também se manifestou nas redes sociais, declarando sua solidariedade ao MST e à Escola Nacional Florestan Fernandes.
Reprodução
Leia nota de Dilma Roussef
ESTADO DE EXCEÇÃO
É assustador que o retrocesso que vem ocorrendo no Brasil, iniciado com o Golpe, mantenha o perigoso curso de construção de um Estado de Exceção no país.
A invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao MST, é um precedente grave. Não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola.
Tampouco é aceitável que se criminalize o MST. Não vamos ficar calados diante da banalização da violência do Estado contra quem quer que seja. Não podemos aceitar conviver com cenas em que policiais submetem estudantes a algemas e ao cárcere. Isso é inadmissível em uma democracia.
É lamentável que a semana termine com novos assaltos aos direitos civis e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais. O atropelo às regras do Estado de Direito, com a adoção de claras medidas de exceção, deve ser combatido. É uma ameaça à democracia que envergonha o país aos olhos do mundo.

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