Lula discursa em ato em solidariedade aos ataques na Escola Nacional Florestan Fernandes
Policiais invadiram a escola de formação do MST em Guararema (SP) nesta sexta-feira (04/11); Dilma e Suplicy se manifestam contra ataque
Cerca de 600 pessoas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participaram de ato em solidariedade à ENFF (Escola Nacional Florestan Fernandes), em Guararema, no interior paulista, que foi invadida nesta sexta-feira (04/11), quando dois militantes foram detidos e uma mulher ficou ferida.
"Vim aqui hoje para ser solidário e tentar discutir o que está acontecendo no Brasil", disse o ex-presidente. Lula destacou a importância dos movimentos sociais e a necessidade de criar "um movimento para estabelecer a democracia neste país".
Segundo o Brasil de Fato, parlamentares, representantes de movimentos populares, sindicatos e militantes de pelo menos 36 nacionalidades também marcaram presença no evento, que se propôs a discutir a criminalização de movimentos populares.
Mesmo sem mandado de busca e apreensão, policiais civis de cidades da Grande São Paulo invadiram o local em Guararema (SP) por volta das 09h25, cercaram o local e pularam a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços, que acertaram uma mulher, eram de balas letais e não de borracha. Segundo relatos, o cerco foi feito por 10 viaturas e os policiais não estão identificados.
MST
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A ex-presidente Dilma Roussef publicou uma nota de repúdio ao ataque desta sexta, em que ressalta que "não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola".
O senador Eduardo Suplicy também se manifestou nas redes sociais, declarando sua solidariedade ao MST e à Escola Nacional Florestan Fernandes.
Reprodução
Leia nota de Dilma Roussef
ESTADO DE EXCEÇÃO
É assustador que o retrocesso que vem ocorrendo no Brasil, iniciado com o Golpe, mantenha o perigoso curso de construção de um Estado de Exceção no país.
A invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao MST, é um precedente grave. Não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola.
Tampouco é aceitável que se criminalize o MST. Não vamos ficar calados diante da banalização da violência do Estado contra quem quer que seja. Não podemos aceitar conviver com cenas em que policiais submetem estudantes a algemas e ao cárcere. Isso é inadmissível em uma democracia.
É lamentável que a semana termine com novos assaltos aos direitos civis e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais. O atropelo às regras do Estado de Direito, com a adoção de claras medidas de exceção, deve ser combatido. É uma ameaça à democracia que envergonha o país aos olhos do mundo.
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