quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

20% 




Sim, é o neoliberalismo de volta!
(Ernesto Germano Parés)
Para quem ainda tinha alguma dúvida, o governo do golpista interino Temer é verdadeiramente o retorno do neoliberalismo ao país.
Só para reforçar, vamos lembrar alguns trechos do documento que escrevi, em 1996, sobre “Os desafios do neoliberalismo para o movimento sindical”. Nele eu alertava que, entre os principais eixos do programa neoliberal estavam: o ataque e enfraquecimento das entidades sindicais e o controle da economia através dos salários dos trabalhadores.
Friedrich von Hayek, um dos “pais” do neoliberalismo e fundador da Sociedade Mont-Pèlerin (sala de parto do projeto), não cansava de dizer que “o Estado deve ser suficientemente forte para impedir o avanço dos sindicatos e das organizações sociais”. Para ele, os sindicatos são uma das principais causas das crises porque, ao reivindicar salários (aumentos excessivos, como eles dizem) corroem a base da acumulação do capital e limitam o crescimento da economia. Dizia ainda que os sindicatos pressionam o Estado para aumentar os gastos sociais, exigindo então despesas que precisam ser cobertas com o orçamento público e desencadeando processos inflacionários e generalizando a crise econômica. Milton Friedman, outro dos pioneiros neoliberais, chega a defender o que chama “uma boa legislação” contra os sindicatos porque estes interferem no funcionamento livre do mercado de trabalho.
Mas tocamos no assunto exatamente para falar desse tal de Friedman. É dele a teoria de que o conceito de inflação é uma questão estritamente monetária.
Para ele, a inflação só ocorre porque há uma quantidade excessiva de moeda em circulação, considerando nesta categoria o dinheiro em poder do público e também os depósitos à vista no sistema bancário. E defende um controle rígido sobre esta quantidade de moeda, de maneira que a oferta de dinheiro (salários) apenas possa crescer segundo uma porcentagem fixa que seja baixa o suficiente para impedir a inflação, mas que seja ajustada ao próprio crescimento da economia.
Entre outras recomendações de Friedman está a de que os governos devem acabar com os déficits públicos, gastando apenas aquilo que pode arrecadar com os impostos.
Entenderam, agora, o limite imposto pelo governo golpista para os gastos públicos? Entenderam o que significa o “congelamento de gastos por 20 anos”? Mas tem coisa pior.
Para fixar o novo salário mínimo, de R$ 937, já em vigor, o governo golpista aplicou um “resíduo redutor” de R$ 2,29, um valor que deixou de ser considerado no reajuste. O mínimo deste ano não terá aumento real (acima da inflação), por causa da queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, parâmetro utilizado por lei, mas não houve arredondamento “para cima”, como em anos anteriores.
Segundo o Dieese, 47,907 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo, sendo 23,133 milhões de beneficiários do INSS, 12,212 milhões de empregados, 8,586 milhões de trabalhadores por conta próprio, 3,792 milhões de trabalhadores domésticos e 184 mil empregadores. Considerando este número e o “redutor” de R$ 2,29 serão menos R$ 1,4 bilhão na economia este ano, contados 13 meses! Perceberam? Tiraram dinheiro de circulação arrochando mais o trabalhador e o aposentado.
Em nota técnica, o Dieese afirma que desde 2003 o salário mínimo teve aumento real de 77,17%, considerando nesse cálculo um INPC de 6,48% no ano passado. Em valores constantes de janeiro, o mínimo deste ano fica praticamente igual ao de 2015, pelos cálculos do Dieese (R$ 937,01), interrompido uma trajetória de crescimento contínua desde 2003. Em abril daquele ano, o mínimo equivalia a R$ 535,37, em valores atuais.
Entendendo a maldade: os mais de 22 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que recebem o piso previdenciário serão descontados em R$ 2,29 na correção dos benefícios este ano. Com isso, os segurados que têm aposentadorias e pensões acima do salário mínimo terão agora em janeiro reajuste de 6,74%, ou seja, um pouco maior do que os 6,47% que elevou o piso para de R$ 880 para R$ 937.
Agora, some isto às mudanças que serão realizadas na legislação trabalhista, a principal delas tornando o negociado superior ao legislado. Pensem no que significam algumas dessas medidas que estão sendo encaminhadas para o Congresso como o direito de patrões “negociarem” diretamente o fim do 13º salário ou das férias remuneradas.
Em seu livro “Capitalismo e Liberdade”, publicado em 1962, Friedman defende que o capitalismo não só é o melhor sistema econômico para a humanidade, mas também o único que oferece condições para a auto realização individual. Defende o fim do salário mínimo regulado por lei, a abolição dos subsídios do Estado (na agricultura, na moradia, etc.), a privatização da seguridade social, a abolição de restrições às importações, etc.
Mas as reformas virão. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quinta-feira (05) que a reforma da Previdência (PEC 287/16) e a reforma trabalhista (PL 6.787/16) serão aprovadas neste primeiro semestre para garantir a recuperação econômica do país. Segundo ele, se as reformas não avançarem, o desemprego não vai parar de subir e o crescimento não vai voltar.
Segundo ele, a reforma “fortalece o direito dos trabalhadores e das famílias no longo prazo e, no curto prazo, vai dar um alívio enorme, com taxas de juros abaixo de 10% e vai facilitar da recomposição do endividamento das famílias e das empresas”.
Medo do desemprego. Cresce a preocupação dos brasileiros com a possibilidade de perder o emprego. O Índice de Medo do Desemprego voltou a subir e alcançou 64,8 pontos em dezembro, valor 3,6 pontos maior que o de setembro. Com isso, o indicador fechou o ano muito acima da média histórica de 48,4 pontos, informa a pesquisa divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com dezembro de 2015, o índice também aumentou 3,6 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos e, quanto mais alto, maior é o medo do desemprego.
Conforme a pesquisa, o medo do desemprego é maior na Região Nordeste, onde o indicador subiu para 70 pontos em dezembro, valor 11,3 pontos acima do verificado no mesmo mês de 2015.
Produção de veículos cai e trabalhadores são afastados. A produção de veículos no Brasil caiu 11,2% em 2016 na comparação com 2015. O número foi divulgado na quinta-feira (04) pela Anfavea, associação que representa as fabricantes de automóveis, e inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.
Devido a esses ajustes e paradas nas linhas de montagem, há cerca de 9.000 funcionários afastados em "lay-off", férias coletivas ou programa de proteção ao emprego.
Em clara demonstração de que a crise vai se aprofundando, cai também a venda de veículos importados no país.
As 18 marcas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) comercializaram, em 2016, 35.852 unidades, total 40,2% inferior às 59.975 unidades vendidas em 2015. As projeções iniciais, anunciadas em janeiro, indicavam 39 mil unidades para o ano de 2016.
Caixa vai demitir 10 mil para facilitar a privatização. Depois do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal vai lançar um Plano de Demissão Voluntária (PDV) este ano com previsão de economizar até R$ 1,5 bilhão por ano, a partir de 2018. A previsão é de alcançar o desligamento de 10 mil funcionários, ou pelo menos 10% do total de empregados.
Para incentivar a adesão, a Caixa deve pagar dez salários extras e garantir o plano de saúde por tempo que está em discussão — neste período, se o funcionário reunir condições de se aposentar, o convênio fica pelo resto da vida.
 “O que já está ruim só vai piorar”, é a opinião do Sindicato dos Bancários de Brasília.           É uma baixa extremamente significativa no já insuficiente quadro de pessoal da estatal. “O que a direção da Caixa está fazendo nada mais é do que pavimentar o caminho para a privatização de um dos mais importantes instrumentos de execução de políticas sociais de que a sociedade brasileira dispõe. A equação já é conhecida e vem dos anos 1990: primeiro enxuga-se a quantidade de trabalhadores, depois a empresa é sucateada e em seguida é privatizada”, disse o presidente dos Bancários, Eduardo Araújo.
Governo Macri “entrega” Malvinas aos ingleses. No último dia do ano, Mauricio Macri resolveu dar um “presente de Natal” para os ingleses. O Governo argentino publicou, no sábado (31/12) um mapa da Argentina onde não aparecem as Ilhas Malvinas, no Atlântico Sul.
O Ministério do Desenvolvimento Social, dirigido por Carolina Stanley, distribuiu um brinde de final de ano com o mapa do país, mas sem mostrar as Malvinas.
A ex-embaixadora argentina na Inglaterra, Alicia Castro, não perdeu tempo em fazer sua crítica e disse estar “consternada” pelo ocorrido, um “presente para os britânicos”. Com sarcasmo, ela disse que que “para os ingleses, Puerto Argentino se chama agora Puerto Stanley. E as Malvinas não estão no mapa da Argentina e o mesmo acontece com Carolina Stanley”. E acusou o Governo de Macri de estar ao lado do usurpador.
Argentina: cresce a diferença entre ricos e pobres. A separação entre as pessoas ricas e pobres na Argentina aumentou consideravelmente: um crescimento de 2,4 vezes entre o segundo e o terceiro trimestre de 2016.
Segundo o informe “Pesquisa Permanente de Lares”, do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), 60% das pessoas ganham hoje menos de 10 mil pesos (cerca de 625 dólares), em um país cuja inflação no último ano golpeou seriamente o orçamento dos cidadãos.
Nas 31 localidades urbanas alcançadas pela pesquisa, as pessoas mais abastadas ganharam, ente outubro e dezembro passado, 25,6% a mais que o segmento que recebe menos. Esses 10% de pessoas mais ricas tiveram uma renda média de 34.998.000 (cerca de 2.200 dólares), ou seja, acumularam 31,5% da renda total.
A diferença de rendas entre os 10% mais pobres e os 10% mais ricos foi, no terceiro trimestre, de quase 1.500%, destaca o documento.
Mulher indígena vai disputar presidência no México. O Congresso Nacional Indígena (CNI) e o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLP), integrado por 66 etnias mexicanas, concordaram em criar um Conselho Indígena de Governo para enfrentar a grave crise que se aprofunda no país.
O Conselho tem como uma das suas principais funções governar a República mexicana e, para isso, estará apresentando, em maio, uma mulher indígena para disputar as eleições presidenciais de 2018. O prazo para a apresentação da candidatura foi ampliado porque em algumas comunidades há graves problemas de insegurança devido a conflitos e ações de grupos de narcotraficantes.
Representantes do CNI informaram que, durante o último semestre de 2016, foram consultados 43 povos originários de 523 comunidades em 25 estados mexicanos.
México: quanto custa encher o tanque? O jornal mexicano El Universal publicou, na segunda-feira (02) vários aspectos do impacto econômico sobre a população com o aumento do preço dos combustíveis, dependendo do veículo. O aumento, entre 16% e 20%, entrou em vigor no primeiro dia do ano.
O salário mínimo no México é de 80.04 pesos diários, ou seja, 2.433,22 pesos ao mês. O cálculo feito pelo jornal é simples: em quatro semanas, os consumidores de gasolina do tipo Magana precisarão 2.609,6 pesos; os que usam a gasolina do tipo Premium necessitarão de 2.908,8 pesos e; os usuários de Diesel gastarão 3.409,6 pesos!
México: mais de 500 presos em protesto pelo aumento do preço de combustíveis. Mais de 500 pessoas foram presas no México durante os protestos que tomaram conta do país contra o aumento do preço da gasolina e do diesel. A informação oficial das prisões foi feita por autoridades mexicanas na quinta-feira (05).
Como sempre acontece, um comunicado do governo mexicano tenta desviar as atenções inventando motivos para a violência policial. O comunicado afirmava que, “com o pretexto de protestar” pelo aumento da gasolina, algumas pessoas “cometeram roubos e atos de vandalismo”.
Em primeiro pronunciamento sobre o “gasolinazo” desde a entrada em vigor da medida, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, afirmou na quarta-feira (04) que a “difícil e inevitável decisão” é condizente com o aumento do preço do petróleo internacionalmente.
“Como presidente, compreendo a irritação e a raiva que há entre a população em geral e entre distintos setores da nossa sociedade”, disse Peña Nieto. Segundo o presidente, a medida é necessária para “preservar a estabilidade econômica” e que a não adoção da medida levaria a efeitos muito piores no futuro.
No mesmo dia do pronunciamento de Peña Nieto, organizações sociais e de direitos humanos denunciaram, em um comunicado conjunto, a ação policial durante os protestos e bloqueios.
“Resulta preocupante que, desde os primeiros dias dos múltiplos protestos, já tenham sido apresentadas em várias entidades algumas atuações contrárias à plena garantia da liberdade de expressão por parte de agentes policiais e diversas corporações do país”, afirma o comunicado, que critica as detenções e o uso de gás lacrimogêneo contra manifestantes.
Espanhóis estão preocupados com o desemprego. Assim como vem acontecendo no Brasil, a preocupação dos espanhóis com o desemprego deu um salto em dezembro, segundo estudos feitos pelo Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS). Curiosamente, comprovando os dados fornecidos pela ONG Transparência Global, a segunda maior preocupação da população é com a corrupção (Espanha, Itália, Turquia e Grécia estão entre os mais corruptos da região).
Os números do relatório do CIS, correspondendo a dezembro de 2016, mostram que 74,7% dos entrevistados assinalaram o desemprego como o principal problema do país; 36,7% apontaram para fraudes e corrupção no governo. Entre os demais problemas apontados na pesquisa temos: política econômica (24,7%), políticos em geral (22,1%), saúde (13,7%), educação (13,5%) e questões sociais (12,2%). Curiosamente, a questão de imigrantes aparece apenas em 3,1% dos entrevistados!
Arábia Saudita cumprirá compromisso com a OPEP. O Governo da Arábia Saudita reafirmou, na segunda-feira (02), seu compromisso internacional com a recuperação dos preços do petróleo junto à OPEP.
O Conselho de ministros saudita destacou em um comunicado a importância da cooperação internacional entre os grandes produtores de petróleo, a fim de consolidar o acordo assinado em novembro passado.
Como noticiamos no Informativo, os países da OPEP e alguns que não fazem parte da organização concordaram, em novembro passado, reduzir em 1,7 milhões de barris por dia a extração de petróleo para responder à queda dos preços internacionais que chegaram a 70% desde 2014, alcançando o preço mais baixo em 45 anos.
2017: quais os cenários na Europa? Se 2016 foi um ano preocupante na Europa, com as ameaças de novas guerras da OTAN (que envolvem vários países da região), problemas com imigrantes e crescimento da extrema direita, o que podemos esperar para 2017?
No terreno político, 2017 promete algumas movimentações sérias com eleições em países considerados de grande importância para o equilíbrio da região.
Já em março, no dia 15, acontecerão as eleições gerais na Holanda e a extrema direita (Partido da Liberdade – PVV), contrária à União Europeia, lidera as pesquisas contra os liberais (VDD) e os social-democratas (PvDA). Geert Wilders, o xenófobo líder da extrema direita holandesa está centrando seu discurso na necessidade de criar um bloqueio nas fronteiras do país, combater os imigrantes e as culturas islâmicas. Ele promete proibir o Al Corão e fechar todas as mesquitas na Holanda, além de tirar o país da UE (NEXIT) e acabar com o euro para recuperar o florim, antiga moeda do país. 
Em maio, no dia 07, teremos as eleições locais no Reino Unido. Ainda que já tenha sido aprovada a saída do país da União Europeia (BREXIT), ainda há um debate jurídico que precisa passar pela Câmara dos Comuns que terá a última palavra. As eleições locais podem mudar o peso da balança.
Três dias mais tarde teremos o que alguns analistas já estão chamando de “o julgamento da UE”. Trata-se do segundo turno das Eleições Presidenciais na França, um dos eixos centrais de sustentação do bloco (junto com a Alemanha). Nem todos os partidos franceses já definiram seus candidatos, mas conhecemos alguns já indicados: a direita conservadora já escolheu o liberal católico François Fillon; entre os membros do Partido Socialista cresce o nome de Manuel Valls; a ultradireita, através do partido Frente Nacional, já optou pela candidatura de Marine Le Pen. E vale lembrar que nas recentes eleições de 2014 a Frente Nacional já se consolidou como a primeira força política do país.
Fechando o calendário europeu entre as mais importantes nações, teremos, entre 27 de agosto e 22 de outubro (a data ainda não está definida) as Eleições Federais na Alemanha. Serão eleitos 630 membros do Parlamento que terão como principal ação a escolha do Chanceler. Angela Merkel já anunciou que pretende disputar um quarto mandato. E vale lembrar que a Alemanha é o “carro chefe” das políticas de austeridade econômica na região.
Tambores de guerra (1). Quem acompanha o cenário internacional com atenção já percebe algumas semelhanças entre o que acontece agora e os fatos que levaram a humanidade a duas guerras mundiais.
Deixando de lado simpatias por um outro ator, a realidade é que estamos mais uma vez diante de uma grande disputa entre nações capitalistas de grande porte. Há uma nova disputa entre grandes potências imperialistas que desejam ocupar espaços nos novos mercados mundiais, ter o controle sobre as matérias primas no planeta, dispor da mão de obra abundante e barata, controlar as rotas comerciais e, muito importante, assegurar o controle das fontes de energia. Em torno dessas disputas, temos visto uma imensa quantidade de tratados, acordos, pactos, etc. São negociados, no mundo, diversos “acordos” comerciais, militares ou econômicos onde sempre vemos a participação dessas grandes nações capitalistas.
Hoje essas grandes nações disputam “zonas de influência” e dividem o planeta em áreas de segurança que criem um cinturão contra possíveis agressões do “outro lado”.
Por enquanto, do que estamos vendo, essas disputas interimperialistas estão tendo um desdobramento em guerras locais ou regionais, em países da periferia dos grandes que não se enfrentam diretamente, mas que alimentam esses conflitos.
Estamos vendo e vivendo isso diariamente. Síria, Afeganistão, Ucrânia, Palestina e outros são exemplo dessas disputas.
Tambores de guerra (2). “Agir contra o terrorismo no Iraque significa também evitar atos terroristas em nosso solo”, disse o presidente francês François Hollande em sua visita à Bagdá quando se aproxima a data de deixar o cargo (ver artigo sobre eleições na Europa).
Com a participação do ministro de Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, Hollande assegurou que 2017 será o ano da “vitória” contra o yihadismo no Iraque”. E disse que a França “participará com toda a sua energia” para a recuperação de Mosul, dizendo-se disposto a organizar uma conferência internacional para financiar a intervenção.
Tambores de guerra (3). Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul realizaram, durante a semana, reuniões em Washington para coordenar uma estratégia comum contra a Coreia do Norte e seu programa nuclear.
A reunião trilateral, na quinta-feira (05), foi conduzida pelo subsecretário de Estado, Anthony Blinken, e seus homólogos no Japão (Shinsuke Sugiyama) e na Coreia do Sul (Lim Sung-nam).
O discurso é sempre o mesmo: preparar os países contra o desenvolvimento de novas armas atômicas pela Coreia do Norte.
Tambores de guerra (4). Não durou muito a “disciplina” e “democracia” estadunidenses. Nem bem havia sido divulgada a resolução da ONU condenando a construção de colônias em territórios palestinos ocupados pelo Exército de Israel e o governo “mais poderoso do mundo” mostra seu total descompromisso com as instituições internacionais.
A Câmara de Representantes dos Estados Unidos condenou, na segunda-feira (02), a resolução do Conselho de Segurança da ONU. Por 342 votos a favor e 80 contra, os deputados estadunidenses aprovaram uma declaração de condena a resolução do Conselho de Segurança.
Sem qualquer vergonha, o porta-voz da Câmara, Paul Ryan, disse através do Twitter que “é hora de reconstruir a aliança com Israel e reafirmar nosso compromisso com sua segurança”.
Estadunidenses não confiam na capacidade de Trump. Mais da metade dos estadunidenses está incrédula sobre a capacidade do presidente eleito, Donald Trump, para cumprir as funções de “chefe” da Casa Branca, foi o que constatou uma pesquisa publicada na segunda-feira (02).
A pesquisa foi conduzida pela conhecida Gallup e mostrou que 46% dos entrevistados confia em Trump e em sua capacidade de dirigir o país diante da crise internacional; 47% dos entrevistados dizem que ele saberia utilizar o fantástico poderio militar de forma sábia.
Os baixos índices de confiança em Trump contrastam com os números alcançados por outros presidentes eleitos nos EUA. Segundo o histórico, Barack Obama, George W. Bush e William Clinton tinham quase 70% de confiança dos estadunidenses.
“Não há provas sobre ingerência eleitoral russa”. O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA, Davin Nunes, declarou nesta semana não haver provas de que a Rússia tive influído na campanha eleitoral de seu país para favorecer Donald Trump.
“Não temos qualquer prova, por parte das fontes de Inteligência, que levem a crer ou que demonstrem que os russos tenham tentado ajudar indiretamente na campanha de Trump”, disse ele em uma entrevista ao Washington Examiner. Ele descartou a possibilidade de participação russa nos chamados “ciberataques”.
No dia 16 de dezembro, Barack Obama disse em uma coletiva com a imprensa que a Rússia era a responsável por hackear a Convenção Nacional Democrática durante a campanha presidencial, com base em algumas análises da agência de inteligência.

Autoridades russas repudiaram essas declarações e disseram não ter tido qualquer influência no processo e não ter participado de qualquer ação do tipo.  

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