quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

OS PODRES PODERES ENCURRALARAM O BRASIL E O COLOCARAM SUBMISSO AOS SENHORES DO MUNDO

QUARTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 2017

OS PODRES PODERES ENCURRALARAM O BRASIL E O COLOCARAM SUBMISSO AOS SENHORES DO MUNDO

Os podres poderes são filhos diletos da corrupção praticada pelas elites nos últimos 500 anos (Valter Xéu)


Pedro Augusto Pinho*
Houve um Senador Afonso Arinos, lembro-me quando ocupava a tribuna do Senado, no Rio de Janeiro, perorando sobre o “mar de lama” que correria no Palácio do Catete, ocupado pelo Presidente Getúlio Vargas. Cerca de  duas décadas depois, em artigo no Jornal do Brasil, reconheceu que eram discursos meramente oposicionistas, pois jamais soubera de qualquer ato de improbidade de Getúlio Vargas. Se, de um lado, devemos reconhecer a sinceridade tardia, por outro fica a frustração da impunidade por tamanha agressão ao Brasil e aos brasileiros.
O império de hoje, e desde 1990, não é mais um país, como foram os Estados Unidos da América (EUA) e o Reino Unido (UK) anteriormente. O império é um sistema, que denomino “a banca”, o sistema financeiro internacional, constituído por 100 famílias, aproximadamente, que controlam na ordem de US$ 25 a 30 trilhões da movimentação financeira mundial. Isto significa até seis vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Porque mais da metade destas famílias residem nos EUA e por serem a maior influência nas decisões governamentais daquela nação, podemos simplificar tratando, indistintamente, ou da banca ou dos organismos estatais estadunidenses.
A eleição de Lula, em 2002, foi uma quebra no domínio total do governo brasileiro pela banca. Mas os fatos que relataremos começaram bem antes, no que se convencionou chamar ditadura militar. Os 21 anos de governos militares não foram homogêneos. Houve o primeiro, planejado e dirigido pelos EUA, onde prevalecia o poder do capitalismo industrial. Naquele momento se cuidou de afeiçoar as leis e os sistemas econômicos brasileiros aos interesses das empresas estrangeiras: fim da estabilidade aos 10 anos de trabalho, aparelhamento do sistema tributário, mecanismos de proteção ao capital e ao financiamento, mercado de capitais etc. Depois veio a reação nacionalista. À época o sentimento nacionalista era forte nas forças armadas e, em especial, no Exército. Esta segunda fase teve de comum com a primeira o anticomunismo, que tinha o mesmo vêzo da anticorrupção atual. Como feito pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES) e pelo Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), hoje o esforço midiático ficou concentrado no efetivo monopólio da Rede Globo, e passa a massacrar, diuturnamente, todos neste país sobre uma corrupção, que em nada difere da praticada pelas elites nos 500 anos da Terra de Santa Cruz e pelos capitais ao redor do mundo.

Façamos um interregno para tratar da corrupção. Em qualquer sociedade onde a posse dos bens materiais diferencia as pessoas e onde os valores humanos se subordinam aos valores monetizáveis temos uma sociedade aberta à corrupção. No Brasil, a grande corrupção, que destruiu a própria alma nacional, foi a escravidão negra, cujos resquícios ainda permanecem após um século de sua formal cessação. Os governos nacionais do Partido dos Trabalhadores procuraram, com as ações afirmativas, eliminar este destruidor ranço, ainda espalhado pela burguesia. É um longo trabalho em favor da cidadania, que os golpistas nos poderes nem tem capacidade de entender, tão presos a preconceitos e mesquinharias. Um período de grande corrupção foi do Império à 1ª República, quando a Inglaterra tinha no Brasil uma colônia de usufrutos sem formais responsabilidades, como na Índia de então. Que o digam o Barão de Mauá e Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, verdadeiros heróis nacionais.
Mas para a campanha anticomunista de hoje, a campanha contra a corrupção não se visa aqueles que sempre a praticaram, cujas respeitáveis famílias surgiram da exploração das misérias nacionais e da apropriação do dinheiro público. Ela usa os recursos da informação, que a banca soube, melhor do que outro setor econômico usar e dominar, na espionagem e na criação de falsas verdades e verdadeiros ódios.


Vejamos um caso que ainda não nos atinge diretamente: o terrorismo islâmico. Acaso o arguto leitor já se deu conta que países dirigidos pela banca: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, não sofrem atentados “terroristas”. E estes atentados surgem na Europa ou nos EUA quando é necessário forçar a aprovação de lei de exceção ou facilitadora para banca. Como sempre, ontem as virgens, hoje os inocentes são sacrificados no altar de Mamon.
No Brasil, o sistema de espionagem implantado e aperfeiçoado, desde 1985, foi fundamental para conhecer as falcatruas dos dirigentes, privados e públicos, também suas outras fraquezas, envolvendo, nem sempre com realidade, o poder, que alimentaria a Lava Jato a partir de 2009.
Embora a divulgação da descoberta do pré-sal tenha ocorrido em 2006, parece possível que o sistema de espionagem, ativo bem antes, tenha formulado as orquestração do Mensalão do PT (2005), posterior aos nunca concluídos mensalões do PSDB e outros desvios de conduta da oposição de então, hoje o governo.
Um trabalho de planejamento bem feito, como já ocorria no treinamento de membros do poder judiciário, no tratamento das informações pela Agência de Segurança Nacional (U.S. NSA – National Security Agency), pelo Departamento de Estado (U.S. Department of State) e outros órgãos de governos estrangeiros e, lamentavelmente, com uso de maus brasileiros, possibilitou este tipo de ação.

O resultado são a Operação Lava Jato, o golpe para destituição da Presidente eleita Dilma Rousseff, o desmonte da economia brasileira, pelas alienações patrimoniais e de recursos não renováveis a estrangeiros, o fechamento de empresas, prisões ilegais e até assassinas (como decidida por Moro – 35ª fase da Lava Jato – para assessor do ex-ministro Palocci, Branislav Kontic, que tentou suicídio por não resistir à ignomínia da prisão motivada por interesses políticos), e faz do judiciário e do ministério público alvos de chacota pelo mundo.
Um País sem soberania, um povo sem emprego, crianças sem escola, enfermos sem atendimento e a humilhação da nacionalidade sem cidadania.
Uma charge que retrata muito bem o “árduo” e cansativo trabalho da elite brasileira desde que Cabral aqui chegou
E tudo porque a ignorância da classe média, associada à venalidade das elites e o permanente interesse na colonização de um país rico não encontram um povo disposto a lutar pela existência digna. Sempre a espera de um Messias, sempre aguardando a sorte e o milagre. Ao fim, os verdadeiros corruptos celebram seus ganhos com seus associados nos poderes e ao povo ficam o desemprego, a miséria de sempre. Brasil encurralado.
*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

Texto original: PÁTRIA LATINA

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