LAVA-JATO VAI CHEGAR NO JUDICIÁRIO
A Lava-Jato pegará o Poder Judiciário
num segundo momento. O Judiciário está sendo preservado, como estratégia para
não enfraquecer a investigação, avalia Eliana Calmon, ministra aposentada do
Superior Tribunal de Justiça, ex-corregedora nacional de Justiça. "Muita coisa
virá à tona".
As informações são de reportagem de
Frederico Vasconcellos na Folha de S.Paulo.
Ela foi alvo de duras críticas ao
afirmar, em 2011, que havia bandidos escondidos atrás da toga.
Do tempo em que eu fui corregedora para
cá, as coisas não melhoraram.
Para a ministra, alegar que a Lava-Jato
criminaliza os partidos e a atividade política é uma forma de inibir as
investigações.
Os políticos corruptos nunca temeram a
Justiça e o Ministério Público. O que eles temem é a opinião pública e a mídia,
afirma.
No meu entendimento, a Lava-Jato tomou
uma posição política. É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o
Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer
esse Poder.
Entendo que a Lava-Jato pegará o
Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona.
Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo.
Tem muita coisa no meio do caminho. Mas
por uma questão estratégica, vão deixar para depois.
Acho que está correto.
Do tempo em que eu fui corregedora para
cá, as coisas não melhoraram.
Há aquela ideia de que não se deve punir
o Poder Judiciário. Nas entrevistas, João Otávio Noronha, atual corregedor
nacional, está mais preocupado em blindar os juízes.
Ele diz que é preciso dar mais
autoridade aos juízes, para que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem
diferente do que caminharam os demais corregedores.
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