SÓ UM JUDICIÁRIO BURRO OU CÍNICO NÃO
CASSA MICHEL TEMER
O jornalista Leandro Fortes afirmou que
a confissão de Michel Temer na entrevista à Band News, de que a presidenta
deposta Dilma Rousseff foi vítima de um golpe parlamentar por não ter cedido
chantagem do então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), não resulta na
cassação do seu mandato apenas se o Judiciário for aliado.
"JE
M'ACCUSE!
Um presidente burro ou cínico (fico com
a primeira hipótese) o suficiente para confessar, na TV, o golpe de Estado do
qual fez parte, só permanece onde está se houver um Legislativo e um Judiciário
dominados por gente do mesmo nível, disse Leandro Fortes em sua página no
Facebook.
Com frieza e demonstrando tranquilidade,
deixando claro que considera o episódio absolutamente normal, Michel Temer
narrou a operação com riqueza de detalhes:
"Em uma ocasião, Eduardo Cunha foi
me procurar. Ele me disse 'vou arquivar todos os pedidos de impeachment da
presidente, porque me prometeram os três votos do PT no Conselho de Ética'. Eu
disse que era muito bom, porque assim acabava com essa história de que ele
estava na oposição.
Naquele dia eu disse a Dilma: 'Presidente,
pode ficar tranquila, o Eduardo Cunha me disse que vai arquivar todos os
processos d impedimento'. Ela ficou muito contente e foi bem tranquila para a
reunião.
No dia seguinte, eu vejo logo o
noticiário dizendo que o presidente do PT e os três membros do partido se
insurgiam contra aquela fala e votariam contra Cunha no Conselho de Ética.
Mais tarde, ele me ligou e disse 'tudo
aquilo que eu disse, não vale, vou chamar a imprensa e vou dar início ao
processo de impedimento'.
“Que coisa curiosa!
Se o PT tivesse votado nele naquele
comitê de ética, seria muito provável que a senhora presidente continuasse.
E quando eu conto isso eu conto para
revelar, primeiro, que ele não fez o impedimento por minha causa. E, segundo,
que eu não militei para derrubar a presidente."
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