O juiz Sergio Moro será julgado pelo
Conselho Nacional de Justiça na próxima terça (30), por dois procedimentos
supostamente abusivos contra o ex-presidente Lula. Um deles está relacionado ao
vazamento de grampo de conversas de familiares do petista.
Pedro de Oliveira
O Painel da Folha desta quinta (25) destacou que o "timing" do
CNJ não poderia ser mais curioso. Isso porque, essa semana, houve uma crise
entre Lava Jato e grande mídia por conta do vazamento de conversa do jornalista
Reinaldo Azevedo com a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves.
No trecho divulgado, Reinaldo aparece
criticando a cobertura de Veja sobre a delação da Odebrecht contra Aécio. O
jornalista acabou pedindo demissão. E a grande mídia, solidária, pressionou de
maneira que o ministro Edson Fachin devolveu o sigilo a uma parte da delação da
JBS para proteger jornalistas.
Folha chegou a publicar, na edição de
quarta (24): "A divulgação de conversas não relacionadas com investigações
criminais está em desacordo com o princípio constitucional que garante a
intimidade dos cidadãos."
A defesa dessa garantia constitucional,
contudo, não foi feita em favor da família de Lula. Em março do ano passado,
Marisa Letícia estampava capas de jornais porque a Lava Jato vazou áudio dela
atacando paneleiros.
"Em meio à crise instalada pela
divulgação do grampo feito por Joesley Batista com o presidente, o CNJ
(Conselho Nacional de Justiça) colocou na pauta da sessão de terça (30) dois
procedimentos contra o juiz Sergio Moro. Um deles questiona a divulgação de
conversas de Lula e seus familiares", disse o Painel.
Ainda segundo a coluna, o corregedor do
CNJ também encaminhou pedido a Rodrigo Janot, procurador-Geral da República, e
a Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, para obter informações a respeito
de um juiz citado nas delações de Joesley Batista.
O juiz é Ricardo Leite, que também julga
Lula, mas em Brasília, por obstrução de Justiça. O magistrado é suspeito de
favorecer a JBS em ações penais.
Fonte: Jornal GGN
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