MARCHA HISTÓRICA FORTALECE
OFENSIVA CONTRA O GOLPE
A marcha histórica que reuniu mais de
150 mil pessoas em Brasília nesta quarta-feira (24) demonstrou ao governo
ilegítimo de Michel Temer e ao Congresso Nacional que os trabalhadores não vão
aceitar passivamente que as reformas da Previdência Social e a Trabalhista
retirem direitos históricos assegurados na Constituição Federal e na
Consolidação das Leis do Trabalho.
Cavalaria, bombas de gás lacrimogêneo,
balas de borracha e letais foram usadas pelas forças policiais em um ataque
indiscriminado para atenuar o impacto dos protestos desta quarta.
Após o ilegítimo Michel Temer mandar o
exército reprimir a manifestação em um dia e voltar atrás em outro, nesta
quinta-feira (25) foi a vez da Advocacia Geral da União (AGU) afirmar que vai
responsabilizar as centrais sindicais pela violência provocada
indiscriminadamente pelas forças policiais.
De outro lado, a unidade das centrais se
mostra inabalável e em ascensão. Nesta sexta-feira (26), as entidades se reúnem
para fazer um balanço da Marcha que, na opinião dos dirigentes, superou as
expectativas.
Algumas declarações feitas à Agência
Sindical após a Marcha mostram que o encontro entre os dirigentes nesta sexta
pode avançar com a proposta de uma nova greve geral e também fortalecer a ideia
das eleições diretas já, que são defendidas por diversas centrais.
O repúdio aos escândalos políticos e às
reformas da Previdência e Trabalhista foi citado por João Carlos Gonçalves, o
Juruna, secretário-geral da Força Sindical. A insistência do governo em avançar
com as reformas foi o motivo para o dirigente da Força Sindical renunciar nesta
quinta-feira (25) à participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social (CDES).
"Tal decisão justifica-se pelo fato
de o governo de Vossa Excelência ter optado pelo caminho de impor aos
trabalhadores e aos brasileiros mais humildes o ônus dos ajustes econômicos e
sociais representados pelas propostas de reforma trabalhista e da Previdência
Social", diz trecho da carta de Juruna a Temer.
Segundo o dirigente, a luta contra as
reformas se fortalece entre os trabalhadores de todo o Brasil por isso a marcha
teve características nacionais. “Participaram as mais variadas categorias
profissionais, de todos os recantos do País. Cidades pequenas, médias, grandes
e Capitais, todos vieram a Brasília se manifestar”.
Para Miguel Torres, presidente da
Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNTM), o Ocupa Brasília fortalece a
unidade e põe em debate nova greve geral. “A realização dessa greve une as
Centrais e mantém o movimento na ofensiva. O repúdio às reformas e ao governo
Temer é crescente em toda a sociedade”, avalia.
O coordenador do Fórum Sindical dos
Trabalhadores, Artur Bueno de Camargo, destaca que o ato em Brasília amplia os
resultados do dia 15 de março e da greve geral em dia 28 de abril. Ele afirmou:
“As reformas têm de ser retiradas da pauta. Queremos dialogar, mas esse diálogo
será mais efetivo com a base mobilizada”.
“Não vamos permitir que aprovem as
reformas trabalhista e previdenciária. Esse é apenas o passo inicial da nossa
luta para derrotar essas reformas. Fizemos uma grande mobilização e, agora,
vamos organizar uma greve geral maior do que foi a do dia 28 de abril”, afirma
Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Adilson Araújo, presidente da Central de
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) disse que o caminho para uma
greve geral mais ampla está aberto e se consolida a cada dia. "Esse
governo que aí está não tem legitimidade para querer fazer qualquer tipo de
reforma, principalmente essas que agridem direitos dos trabalhadores".
Ricardo Patah, presidente da União Geral
dos Trabalhadores (UGT) apontou que a luta deve ser ampliada para a base
trabalhadora e outros setores sociais, sem abandonar as negociações. O líder da
UGT observou: “A negociação com o Congresso é legítima e deve continuar,
respeitando-se a diversidade de posições”.
www.vermelho.org.br 26.05.2017
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