A Reitoria da Universidade
Federal da Paraíba (UFPB) vem reiterar sua indignação e manifestar repúdio à
ação de condução coercitiva de dirigentes da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), em operação que apura supostos desvios na construção do Memorial
da Anistia. Em 6 de dezembro, o reitor, a vice-reitora e outros servidores
foram levados pelos agentes da Polícia Federal para prestar depoimentos, sem
mais explicações.
A UFPB já se pronunciou
contra o abuso em documento coletivo, assinado pela Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e reforça
seu posicionamento em relação a essa nova agressão a gestores de universidades
federais, que acontece depois de episódio semelhante envolvendo o reitor Luiz Cancellier
de Olivo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e que teve a
consequência trágica de seu suicídio, no começo de outubro.
A prática da condução
coercitiva em fase de investigação, sem prévia notificação ou intimação, é
questionada pela sociedade brasileira porque viola direitos e garantias
fundamentais. Na sua face mais desrespeitosa e irresponsável, constrange
cidadãos e os expõe ao espetáculo midiático e ao julgamento antecipado. No caso
das comunidades universitárias vitimadas, é uma violência que atinge a honra, a
imagem e a saúde de gestores e servidores que deram relevantes contribuições à
sociedade, como manifestou, em nota (link is external), a UFMG.
Em Minas Gerais e em Santa
Catarina, sob o pretexto de apurar irregularidades administrativas, o alvo das
investidas parece ter sido o mesmo: a desmoralização e enfraquecimento das
universidades públicas federais.
A UFPB se solidariza com os
dirigentes e toda a comunidade acadêmica da UFMG. Com a UFMG e as demais
universidades federais brasileiras, está pronta para resistir e para enfrentar
as afrontas à nossa dignidade, à nossa capacidade de gestão e às nossas
próprias esperanças, que se equilibram, sim, nos esforços que dedicamos à
construção de uma realidade melhor para o País.
Nós não vamos recuar na
defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
João Pessoa, 09 de dezembro de 2017
Margareth de Fátima F. M. Diniz
Reitora da UFPB
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