terça-feira, 17 de julho de 2018

Cérbero e a Medusa Para entender a "atuação" de certos "ministros" do stf

Cérbero e a Medusa

por Mino Carta — publicado 02/07/2018 00h10, última modificação 29/06/2018 11h36
A realidade mostra que o cão do inferno serve o monstro da cabeleira deserpentes
Marcelo Camargo/Abr e Nelson Jr./STF
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Edson Fachin pretende devorar Lula, instigado por Cármen Lúcia
A mitologia da antiga Grécia é flor de estufa dasabedoria mais profunda e até hoje traça o caminho de quem investiga a alma humanaEdireentão que, se Cármen Lúcia é a MedusaEdson Fachin é o seu Cérbero, o cão do inferno de três cabeças.
No caso, permito-me um retoque à tramagrega, pois, pelo que sei, parceria não houveentre o monstro e o animal terrificanteAgoraestá claro, porém,  que a dupla pode agir ao sabor de uma aliaa feroz para manter Lulaonde se encontracondenado sem provae preso contra a lei.
Cérbero, digo, o citado Fachin, nesta encenação confirma-se como subdoloso ser demuitas facee denteafiados. Nascido em Rondinha, Rio Grande do Sul, 5,5 mil habitantes, saiu da sua aldeia, maesta não saiu deleAssim emergiu a cabeça do provinciano recalcado em busca de ascensão.
Advogado de causas justas, não se sabe se por fé ou oportunismo, Fachin acabou por defender publicamente a legitimidade de ações do MST, organização que muitos encaram como subversiva. Para chegaa envergaa toga do Supremo, Fachin recorreu à recomendação de João Pedro Stedile, líder dos sem-terra. 
Recomendação importante junto à presidenta Dilma, talvez decisivaE Fachin chegou lá. Aassumir o papel desempenhado pelo falecido Teori Zavascki, a relatoria da Lava Jatoele mostrou os dentes, a contar com o incentivo da Medusa.
As figuras mitológicaassumiram carne e osso para fazer o jogo dos golpistaempenhados eexploraa demência do País e vendê-lo a preço de ocasião. Enxovalham impunementee diria mesmo coerentemente, uma dita Alta Corte em proveito do Brasil dacasa-grande e da senzala.
As raes do ódio desvairado a Lula, tão bem representado pela Medusa e seu Cérbero, merecem um estudo capaz de atingir as raízes. Não basta limitar-se ao ódio de classe e à creaalimentada também por muitos pobres, de que presidente da República tem de ser doutor.
Não basta entender que inúmeros brasileiros graúdos enxergam no ex-presidente e no seu partido a força maligna que levaria à comunistização do Brasil ou a uma forma de chavismo verde-amarelo.
Nesta edição, José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, entrevistado por Carlos Drummond, fixa com extrema precisão os elos entre aações que com o golpe de 2016 resultam no estado de exceção em que continuamos a precipitar.
Há uma precisa ligação, uma implacável conexão, entre a Lava Jato e o desmonte daPetrobras para entregar o nosso petróleaos Estados Unidos e outros mais, eenfim, com a interdição eleitoral de Lula, preso para impedir a vitória de quem representaria o entravefataaentreguismo criminoso.
O golpe corresponde ao propósito da casa-grande de reconduzir o País à condição devassalo de Tio Sam, obediente na aplicação do neoliberalismo e na divinização do mercado a favor do rentismo.
A entrevista de Gabrielli nos conduz à percepção de que por trás do golpe há um plano minuciosamente elaborado, com suporte estadunidense, como é fácil imaginar. Mais complexa a tentativa de percebeas raes de Edson Cérbero e Cármen Lúcia Medusa.
Engajam-se de caso pensado na operação anti-Lulaafinados com as vontades da casa-grande, ou participam da demência geral? Os botões me puxam pela manga, perguntam: mas que diferea há entre uma situação e outraA demência é própria do enredo em todos os seus aspectos, de cabo a rabo.

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