FÉ
Preso há 101 dias, Lula recebe visita de bispo anglicano
Dom Naudal Alves Gomes participou de ato na Vigília Lula Livre após visita
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta segunda-feira (16), a visita religiosa de Dom Naudal Alves Gomes, bispo da diocese paranaense da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. O bispo contou que foi uma visita muito agradável e tranquila, durante a qual conversaram sobre a vida cotidiana, como família, religião e política.
“Na nossa compreensão, a fé ou a relação com Deus tem a ver com a vida como um todo, então a fé tem a ver com o sistema social, político e econômico em nós que vivemos. Tudo aquilo que afrontar a vida, ao direito e a justiça tem a ver com a nossa fé”, declarou Dom Naldal.
Em oração, o Bispo disse ter lido para Lula passagens da Bíblia e dado ao ex-presidente a eucaristia. “Ele o recebeu com muita devoção, por que ele é um homem de fé”, contou.
“Ele está muito sensibilizado com a luta, a perseverança e a mobilização que as pessoas têm feito em sua defesa. Ele reconhece que não é somente em sua defesa, mas em defesa de um projeto de país e sociedade que se volta aos mais pobres”, disse.
100 dias de Vigília
O bispo disse ainda que Lula quer sair logo e retribuir o carinho aos militantes, que, há 101 dias, se reúnem na Vigília Lula Livre, acampamento em protesto permanente pela liberdade do ex-presidente, nas redondezas da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
“Ele diz querer ter braços para abraçar a todas as pessoas que têm mostrado tanto carinho e se mostrado tão perseverantes nesses 100 dias de vigília”, disse Dom Naudal.
Segundo o bispo, outros membros da Igreja Anglicana se colocaram contra o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, ocorrido em 2016, tanto quanto se mostraram contrários ao rito judicial que aprisiona Lula sem provas. Para o bispo, este é um aspecto muito grave para o Estado Democrático de Direito e para os cidadãos.
Sobre isso, Dom Naudal afirmou que Lula “espera pacientemente que a justiça seja feita e que até o dia 15 de agosto Sérgio Moro apresente uma prova concreta de sua culpa. Se não tiver essa prova, que determine sua soltura”, concluiu.
Edição: Diego Sartorato
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